terça-feira, 11 de dezembro de 2018

DNIT cede dois carros para o trem turístico Sorocaba-Votorantim



10/12/2018 - Revista Ferroviária

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) cedeu para o trem turístico Sorocaba dois carros de passageiros, que serão restaurados pelo Movimento de Preservação Ferroviária de Sorocaba, no interior de São Paulo. Os carros estavam armazenados nas antigas oficinas ferroviárias de Rio Claro (SP) e foram transportados para Sorocaba no início de dezembro.  O trem, que hoje funciona de modo experimental, deve ser inaugurado em agosto de 2019.

Um dos carros é de 1º classe, com capacidade para 60 passageiros; o outro é um carro restaurante, capaz de levar 30 pessoas em seu salão. Ambos têm importância histórica: foram um dos primeiros em aço inox a ser utilizados na antiga Estrada de Ferro Sorocabana; depois passaram a integrar a frota da Linha Sul da Fepasa. Esses carros são classificados como bens móveis não operacionais, ou seja, não constituem o rol de bens arrendados às concessionárias ferroviárias, completou o departamento em nota.

O carro de 1ª classe foi fabricado em 1951 nos Estados Unidos para o Trem Luxo (São Paulo – Presidente Epitácio), e percorria um trajeto de quase 900 km. Já o carro restaurante dispõe de uma cozinha própria. Há, inclusive, a intenção de servir lanches rápidos e aperitivos nas viagens do trem turístico, contou o presidente do movimento de preservação ferroviária de Sorocaba Eric Mantuan. A conclusão do reparo do carro de 1ª Classe está prevista para agosto e o restaurante, para o final de 2019.

O trem turístico-cultural entre Sorocaba e Votorantim tem em sua frota uma locomotiva a vapor nº 58, fabricada em 1891 pela Baldwin Locomotive Works; e um carro de 2ª Classe produzido em 1951 pela The Budd Company. A Maria Fumaça, uma das mais antigas da Estrada de Ferro Sorocabana a estar em operação, é considerada patrimônio histórico tombado pelo conselho municipal de Sorocaba. A locomotiva permaneceu em atividades até os anos 1960. Em seguida, ficou exposta como parte do acervo do Museu Histórico Sorocabano (MHS) por mais de 30 anos.

“Ter uma locomotiva a vapor coloca a cidade [de Sorocaba] em um seleto grupo. É uma oportunidade para os mais antigos reviverem os áureos tempos da Maria Fumaça e para os novos viverem o que está nos livros e nos filmes”, disse Mantuan.

Atualmente, a locomotiva percorre um trajeto de 2 km da estação Paula Souza, em Sorocaba, até o bairro da Chave, em Votorantim, pela Estrada de Ferro Elétrica Votorantim (EFEV). Está previsto para o próximo dia 16 um passeio com o Papai Noel. Os ingressos, gratuitos, poderão ser retirados dia 13 na sede da Associação Comercial de Sorocaba.

Sorocaba-Votorantim.

O orçamento previsto para a implantação do projeto é de cerca de R$ 2 milhões. São parceiros as prefeituras de Votorantim e Sorocaba, e o movimento de preservação ferroviária via patrocinadores e contribuições associativas.

A partir da inauguração, em 2019, o passeio será ampliado e terá 6,5 km, alcançando a estação Votocel, e haverá cobrança de tarifa. “A permissão dada pela Votorantim Cimentos [proprietária da linha ferroviária] é para um trem turístico cultural esporádico. O trem corta uma área muito adensada, com várias passagens em nível. Haveria um grande impacto no trânsito em uma rota que é bem atendida pela EMTU e estudo de demanda apontou apenas potencial turístico para a linha”, concluiu Mantuan.

Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas no site: www.mpfsorocabana.org.br


quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Revitalização de linha férrea cria expectativa por aumento de trens turísticos no Sul de Minas


Uma licitação já foi publicada e obras devem começar ainda este ano; outras linhas podem sair do papel.

Por Jonatam Marinho, G1 Sul de Minas
19/07/2018 08h40  Atualizado 19/07/2018 11h50


Trem da Mantiqueira em Passa Quatro (MG) (Foto: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF))

Com a publicação da licitação que irá escolher a empresa que fará a recuperação da linha férrea que liga São Lourenço (MG) a São Sebastião do Rio Verde (MG), o Sul de Minas já tem uma previsão para ganhar um novo trem turístico. A recuperação desta linha férrea, cria uma expectativa para que outros trechos também possam voltar a circular na região.
Hoje a região possui duas linhas em funcionamento: o Trem da Mantiqueira, que circula em Passa Quatro (MG) e o Trem das Águas, que liga São Lourenço a Soledade de Minas (MG). Um outro trecho, entre Poços de Caldas (MG) e Águas da Prata (SP), chegou a ter um convênio assinado para reativação da linha, mas o projeto não saiu do papel. Há ainda a previsão para que seja implantado em breve um novo trem que faria o trajeto turístico entre Lavras (MG) e Varginha (MG).
G1 lista abaixo a situação de todos os trens turísticos em funcionamento no Sul de Minas e também os projetos e discussões de revitalização.

São Sebastião do Rio Verde
Em São Sebastião do Rio Verde, no dia 5 de julho, foi assinado um convênio para revitalização do trecho ferroviário de 20 km que liga o município a São Lourenço. No dia seguinte, a Prefeitura Municipal publicou o edital de licitação para contratar a empresa que terá um ano para concluir as obras.
"As empresas interessadas apresentarão a documentação do certame no dia 17 de agosto. E, no dia 24, serão apresentadas as propostas para as obras que deverão começar após as eleições, ainda em outubro deste ano", fala o assessor de Controle Interno da Prefeitura de São Sebastião do Rio Verde, Claudinei Pascoal Ribeiro.
Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), através de sua assessoria de comunicação, a recuperação dos trilhos que ligam São Sebastião do Rio Verde a São Lourenço, está orçada em mais de R$ 7,8 milhões. Desse valor, R$ 343,7 mil terão que ser bancados pelo município como contrapartida.
“A vigência do convênio é de 840 dias, com início neste mês de julho de 18. A contratação das obras caberá ao Município de São Sebastião do Rio Verde”, explica.
A prefeitura de São Sebastião do Rio Verde (MG) informou que já recebeu o valor de R$ 5,2 milhões. Outros R$ 2,2 milhões estão previstos para serem repassados em março de 2019. E ao final do processo de licitação, será aberto novo edital para exploração do trecho.

O Trem das Águas


O Trem das Águas em São Lourenço (MG) (Foto: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF))

O Trem das Águas de São Lourenço tem uma linha com 10 km de extensão, ligando as estações de São Lourenço e Soledade de Minas. Segundo a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), entidade responsável pelo Trem das Águas, a Estação de São Lourenço, construída em 1925, foi recuperada e adaptada com infraestrutura e acessibilidade necessárias para a operação.
“A linha segue para Soledade margeando o Rio Verde, onde o turista tem a oportunidade de conhecer o aeroporto de São Lourenço e a pequena estação Parada Ramon, no KM 85”, detalha Bruno Sanches, presidente da associação.
Ele comenta que nos passeios de ida e volta, ainda pode haver feiras de artesanato local e orquestra de violeiros no trem. Todos os finais de semana e feriados, o trem parte em dois horários aos sábados e em um no domingo. Os valores do passaporte variam de R$ 65,00 a R$ 85,00, conforme a classe escolhida.

Trem da Mantiqueira


Túnel do Trem da Mantiqueira (Foto: Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF))

Outro trem turístico em funcionamento no Sul de Minas é o chamado Trem da Mantiqueira. Ele liga as estações central a de Coronel Fulgêncio em Passa Quatro (MG). Esta linha também tem 10 km de extensão. A Estação Central de Passa Quatro foi construída em 1884 e também foi recuperada.
"O trem inicia a subida da serra, passando pelas corredeiras do Manacá e a ponte Estrela. Há exposição fotográfica de minisséries filmadas no local (Mad Maria e JK), fotos de máquinas e carros recuperados pela ABPF além de fotos da Revolução Constitucionalista de 1932. Também é oferecido um passeio cortesia ao Túnel”, descreve Bruno.
O Trem da Mantiqueira funciona com dois horários aos sábados e um no domingo. O ingresso custa R$ 60,00.

Poços de Caldas


Foto do antigo trem turístico em Poços de Caldas. (Foto: Reprodução EPTV)

Um convênio assinado em janeiro de 2016, entre a Codemge e a Prefeitura de Poços de Caldas (MG), previa a recuperação e reativação do trem que ligaria Minas Gerais a São Paulo (Águas da Prata). No entanto, o projeto não chegou a sair do papel. A assessoria da Codemge, ex-Codemig, também informou que o acordo em questão tinha vigência de 20 meses e foi encerrado em setembro de 2017.
Na ocasião, “a execução dos serviços e obras necessários à implantação de Trem Turístico Cultural com tração a vapor em Poços de Caldas não foi adiante, considerando que a Prefeitura não concluiu o processo licitatório para contratação dos projetos necessários à implantação da iniciativa e não apresentou os documentos imprescindíveis ao andamento da ação. Portanto, não houve repasse de recursos, nem execução de obras durante a vigência do termo”, justifica.
Segundo o secretário de Turismo da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas, Ricardo Oliveira, O repasse seria de R$ 10 milhões com contrapartida de R$ 2 milhões do município.
“Como o projeto já era para estar implantado em agosto de 2017, nós pedimos a prorrogação porque não tinha tempo hábil pra gente dar continuidade. Pedimos a prorrogação desse convênio e a Codemge não quis assinar essa prorrogação”, argumentou.

O Expresso do Rei


A locomotiva do Circuito Ferroviário Vale Verde (CFVV) (Foto: Circuito Ferroviário Vale Verde (CFVV))

Um novo projeto pretende implantar um novo trem turístico entre Lavras e Varginha, passando por Carmo da Cachoeira (MG) e Três Corações (MG). A iniciativa é da ONG Circuito Ferroviário Vale Verde (CFVV). Segundo o presidente, César Mori Júnior, o trem turístico, que será chamado de “Expresso do Rei”, já tem uma locomotiva em funcionamento e há estudos sobre a reforma dos galpões.
“Todo processo de reforma da linha até Varginha está diretamente ligado à devolução da linha pela atual concessionária. Uma reunião em agosto, será feita com a Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para resolver essas questões”, explica.
A ideia é que o novo trem turístico possa utilizar parte de linhas férreas concedidas à Ferrovia Centro Atlântica, em especial pontos que passam dentro dos municípios, que hoje não são utilizadas, já que a empresa opra apenas a rota de escoamento do minério.
A ONG também faz um trabalho de recuperação dos galpões da antiga Rede Ferroviária Federal (RFFSA). Esse trabalhou resultou recentemente em uma visita da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A VLI, a empresa controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que é atual concessionária da linha férrea, esclarece que o trecho faz parte do contrato de concessão e arrendamento firmado em 1996 e que, por questões de mercado, atualmente não há circulação de cargas na linha entre Lavras (MG) e Varginha (MG).
“Projetos com outras finalidades são submetidos pelo interessado à análise e aprovação da ANTT, órgão responsável por emitir tais autorizações especiais. Nesse sentido, o trecho citado dispõe de um projeto de trem turístico e a VLI vem oferecendo suporte técnico à entidade responsável pela proposta. A empresa aguarda a conclusão dos trâmites que estão em curso com a entidade e a ANTT”, explica a assessoria de comunicação através de nota.

- Fonte: https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2018/07/19/revitalizacao-de-linha-ferrea-cria-expectativa-por-aumento-de-trens-turisticos-no-sul-de-minas.ghtml

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Assinada ordem de serviço para obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza


09/11/2018Notícias do Setor ANPTrilhos         

O objetivo de trazer mais integração aos usuários de transporte público em Fortaleza alcançou importante passo nesta quarta-feira (7). O Governo do Ceará autorizou o início da obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, que ligará o Centro da Capital ao Papicu, em um tempo de viagem de 15 minutos. Após concluído, o empreendimento terá capacidade de transportar até 150 mil passageiros, diariamente. A ordem de serviço para implantação do trecho foi assinada pelo governador Camilo Santana e pelo secretário da Infraestrutura Lucio Gomes. Também participaram do momento o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, e o presidente da Cia Cearense de Transportes Metropolitanos, Eduardo Fontes Hotz.

Na ocasião, o chefe do Executivo guiou comitiva em visita ao canteiro de obras, onde se encontram as máquinas tuneladoras – usadas para escavação dos túneis – e o shaft (embocadura das tuneladoras), que está em fase de conclusão.

O empreendimento

Serão 7,3 km de extensão ligando o Centro ao Papicu, com uma estação de superfície (Tirol-Moura Brasil) e outras quatro subterrâneas (Chico da Silva, Colégio Militar, Nunes Valente e Papicu). O governador destacou que a intervenção consolida um investimento em estrutura que será referência para toda a região Nordeste.

“Fará parte desta obra a construção da Linha Leste, com 7,3 km, interligando à Linha Sul do Metrô e ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que já está em operação assistida. Então, nós vamos ter aqui a interligação do VLT Parangaba-Mucuripe, Linha Sul Pacatuba-Centro – interligando lá na Parangaba com o VLT, e aqui integrando também com a Linha Oeste que vem lá de Caucaia. Vamos ter aqui em Fortaleza, talvez, o melhor sistema metroviário interligado de uma capital do Nordeste brasileiro”, afirmou Camilo.

O secretário Lucio Gomes enfatizou a importância da obra para fortalecer a mobilidade urbana em Fortaleza, ofertando melhor e mais rápido serviço, com conforto e preço acessível, para a população cearense.

“Isso beneficiará toda a Região Metropolitana de Fortaleza, porque a Linha Leste vai fazer a integração com as linhas Oeste e Sul e com o VLT Parangaba-Mucuripe, além da integração com os ônibus da Prefeitura. A previsão de percurso daqui do Centro ao Mucuripe é de 15 minutos, um transporte rápido e seguro que vai oferecer mais opções para a população e desafogar o trânsito”, projetou.

Após a assinatura da ordem de serviço, o governador e demais autoridades acionaram remotamente o funcionamento das máquinas, representando, simbolicamente, o início dos serviços.

Investimento e execução

O projeto da Linha Leste do Metrô de Fortaleza receberá um investimento na ordem de R$ 1,9 bilhão, sendo R$ 1,0 bilhão financiado pelo BNDES, R$ 673 milhões em aporte direto do Governo Federal e R$ 186 milhões do Tesouro Estadual. Na obra, propriamente dita, será aplicado R$ 1,47 bilhão, cujo cronograma prevê conclusão em quatro anos. (O restante dos recursos será aplicado na aquisição dos trens e em Gerenciamento e Supervisão).

08/11/2018 – Metrô de Fortaleza


Estatal criada para fazer trem-bala deve ser extinta em novo governo



03/12/2018 - Estadão
A estatal Empresa de Planejamento e Logística (EPL), hoje vinculada ao Ministério dos Transportes, deve ser extinta no governo Jair Bolsonaro (PSL). A empresa foi criada na administração PT para implementar o fracassado projeto de trem-bala. Estudos realizados pela equipe de transição do novo governo consideram que “não se justifica” a manutenção dessa estrutura que consome R$ 70 milhões de recursos públicos por ano – a maior parte para pagar a folha de 140 funcionários.
A disposição do novo governo em relação à EPL foi traduzida em uma única frase dita pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao se referir à estatal, em entrevista realizada na tarde desta segunda-feira, quando anunciou a nova estrutura do governo Bolsonaro. “A EPL é uma barbaridade”, resumiu.
Inicialmente, a nova administração vai transferir a EPL do Ministério dos Transportes para a Secretaria-Geral da Presidência da República, que será comandada por Gustavo Bebiano. Com a mudança, a empresa deverá ficar nas mãos do general da reserva Maynard Santa Rosa, que está cotado para assumir a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), órgão que vai trabalhar na extinção da estatal, com a anuência do presidente eleito.
De acordo com estudos realizados pela equipe de transição, o custo benefício tem de ser considerado e ele está sendo classificado muito alto. “Estamos avaliando o custo-benefício de manutenção da empresa. Se o custo da empresa for efetivamente considerado menor que os benefícios, como está desenhado, a empresa será extinta”, disse ao Estado um dos técnicos que estuda a questão.
A EPL nasceu em 2010 (governo Luiz Inácio Lula da Silva), primeiro como Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. - ETAV, cujo propósito era o desenvolvimento do trem de alta velocidade, integrado com as demais modalidades de transporte. Em 2012, já sob a gestão de Dilma Rousseff, a empresa foi renomeada para Empresa de Planejamento e Logística S.A - EPL e teve seu objeto ampliado para, além de desenvolver o trem-bala, subsidiar o planejamento de outras modalidades de transporte por meio da prestação de serviços na área de projetos, estudos e pesquisas. Ao criar a empresa, Lula autorizou a União a garantir o financiamento de até R$20 bilhões entre o BNDES e o futuro concessionário do TAV Rio-São Paulo para administrar o projeto, que foi depois abandonado.