LUIZ ERNESTO MAGALHÃES
O GLOBO – RJ 25/02/2014
Atualmente, apenas 19% dos veículos contam com ar-condicionado
As empresas de ônibus do Rio só poderão substituir veículos em operação por novos carros caso eles sejam equipados com ar-condicionado. A medida consta de um decreto do prefeito Eduardo Paes, publicado ontem no Diário Oficial. Com a medida, a prefeitura tenta cumprir um plano anunciado há quatro anos, de tentar dotar toda a frota com ar-condicionado até 2016. Atualmente, a cidade conta com 8.725 coletivos, dos quais 1.658 (19%) são refrigerados.
O decreto, porém, não garante o cumprimento da meta, já que hoje a prefeitura permite que os ônibus em circulação tenham até oito anos de fabricação. O secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osorio, explicou que a prefeitura criou uma comissão para estudar como a renovação será feita para se atingir a meta.
- Vamos trabalhar para cumprir o plano - disse Osorio.
A renovação da frota vem sendo planejada desde a licitação dos ônibus, em 2010, vencida pelas mesmas empresas que já operavam o sistema há décadas. Mas a implantação segue em ritmo lento. Em 2012, os ônibus com ar-condicionado equivaliam a 17,3 % do total da frota. Em 2013, a 18,7% dos veículos. No ano passado, o plano ficou praticamente parado. As empresas não investiram tanto na modernização da frota, alegando prejuízos com a suspensão, em junho, do reajuste das tarifas, de R$ 2,75 para R$ 2,95, em meio à onda de protestos que tomou o país. O aumento cancelado incorporava na planilha de custos os gastos com a aquisição de coletivos refrigerados. O custo voltou a ser levado em conta a partir do último reajuste, para R$ 3, que entrou em vigor este mês.
Sindicato: meta é viável
O presidente do Rio Ônibus (sindicato das empresas), Lelis Marcus Teixeira, disse que o cumprimento da meta é viável. Ele lembrou que, na planilha de custos, existe uma previsão de que R$ 0,27 dos R$ 3 cobrados atualmente se destinem a investimentos para modernizar a frota. Lelis, no entanto, argumentou que o poder público também tem que fazer sua parte, combatendo o transporte clandestino por vans e Kombis nas zonas Norte e Oeste.
- O reajuste para R$ 3 trouxe segurança jurídica para os empresários e serviu de garantia para a obtenção de financiamentos para renovar a frota. A prefeitura apertou a fiscalização contra o transporte irregular na Zona Sul, mas isso tem que ocorrer em toda a cidade, para que as vans deixem de concorrer com os ônibus. Até mesmo para que os investimentos que o poder público tem feito em corredores exclusivos para o transporte de massa produzam o resultado esperado - disse Lelis.
Segundo o Rio Ônibus, mais 1.500 veículos com ar devem ser incorporados à frota até o fim do ano. Desse total, 157 entrarão em operação com o BRT Transcarioca (Barra-Tom Jobim), a ser inaugurado até junho. A idade média da frota em 2013 era de 3,55 anos. Em relação a anos anteriores, os veículos envelheceram. Em 2012, a idade média era de 3,35 anos, contra 3,27 em 2011. Em compensação, no período 2002-2010, esteve sempre acima de quatro. O melhor indicador da série é o de 1996, quando a frota tinha a idade média de apenas 2,52 anos.
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