18/09/2018 - G1
O Brasil tem 335 obras de mobilidade paradas, atrasadas ou
que sequer foram iniciadas, segundo levantamento do Ministério das Cidades,
obtidos com exclusividade pela GloboNews via Lei de Acesso à Informação. Todos
os projetos foram custeados, pelo menos em parte, com dinheiro do governo
federal. Segundo o Ministério das Cidades, já foram gastos pela pasta mais de
R$ 7 bilhões em obras que ainda não foram concluídas e ainda faltam R$ 22
bilhões para finalizar todos esses investimentos. Os dados são referentes ao
mês de agosto.
De acordo com o levantamento, são 173 obras atrasadas, 116
paradas e 46 que ainda não saíram do papel. A obra mais cara de todas é a do
Monotrilho da Linha 17 Ouro, em São Paulo, que está atrasada. Foi prometida
para antes da Copa do Mundo de 2014, mas até hoje não foi concluída. Ela
ligaria o Aeroporto de Congonhas aos trens metropolitanos. Orçada inicialmente
em R$ 1,39 bilhão, custa agora R$ 3,7 bilhões e a promessa é que seja entregue
no final de 2019.
Em nota, o Metrô de São Paulo disse que a retirada da Linha
17-Ouro da Matriz de Responsabilidade da Copa do Mundo de Futebol de 2014, em
função da escolha do estádio de Itaquera como sede do evento, alterou o
cronograma do empreendimento.
“As obras do trecho prioritário começaram no segundo
semestre de 2011 e sofreram atrasos na liberação de terrenos e na obtenção das
licenças ambientais. O consórcio contratado para a construção de três estações
e pátio de trens abandonou as obras em 2016. Um novo consórcio foi contratado e
as obras retomadas no final do mesmo ano. Parte dos serviços também foi afetado
pela paralisação feita pelo Consórcio Monotrilho Integração–CMI, responsável
pela via e sistemas do monotrilho. Porém, no dia 14 de agosto, a Justiça
determinou a retomada das obras por este consórcio”, diz um trecho da nota.
No Rio de Janeiro, o BRT Transbrasil deveria estar 100%
pronto para a Olimpíada do Rio em 2016, mas ainda faltam concluir 40%. A obra
parou por duas vezes e foi retomada no fim de julho deste ano. Foi orçada em R$
1,4 bilhão, dos quais R$ 1,3 bilhão são recursos do Ministério das Cidades, a
cargo da Caixa Econômica Federal, e o restante será bancado pela prefeitura.
Mais de R$ 800 milhões já foram pagos pelo ministério. Se já estivesse pronta,
essa obra poderia beneficiar cerca de 900 mil passageiros todos os dias,
segundo estimativas da prefeitura.
A secretaria municipal de Infraestrutura e Habitação disse,
em nota, que as obras pararam em agosto de 2016 e só foram retomadas em abril
de 2017 após o pagamento de um reajuste no contrato com o consórcio construtor.
Neste ano, voltaram a ficar paradas porque a prefeitura solicitou mudanças no
traçado. A solicitação foi analisada pela Caixa Econômica Federal e pelo
Ministério das Cidades, que só retomou os repasses após a aprovação da nova
proposta concluída no final de julho.
Já o VLT de Cuiabá, no Mato Grosso, custou R$ 1 bilhão.
Trilhos foram construídos, 42 vagões foram comprados e uma estação foi erguida,
mas a população nunca foi atendida por esse meio de transporte. A promessa era
de que o VLT começaria a circular na Copa do Mundo de 2014, mas desde aquele
ano a obra está parada. No lugar do VLT, a prefeitura resolveu investir num
projeto paisagístico para colocar plantas ornamentais sobre os trilhos por onde
passariam as composições.
Em nota, a Casa Civil do Governo do estado de Mato Grosso
informou: "O governo do estado construiu um novo Edital do Veículo Leve
Sobre Trilhos entre Cuiabá e Várzea Grande no intuito de garantir a conclusão
da obra. E havia a previsão de lançá-lo no último mês de agosto, após o
julgamento pelo Tribunal de Justiça da rescisão do contrato suspenso em
dezembro do ano passado. O julgamento que deveria ocorrer no dia 2 de agosto
foi adiado para o próximo dia 4 de outubro, o que acarretou na reavaliação da
data de lançamento do certame. A Casa Civil reitera que trabalha para que o
novo edital seja lançado nos próximos dias."
Em nota, a Casa Civil do Governo do estado de Mato Grosso
informou: "O governo do estado construiu um novo Edital do Veículo Leve
Sobre Trilhos entre Cuiabá e Várzea Grande no intuito de garantir a conclusão
da obra. E havia a previsão de lançá-lo no último mês de agosto, após o
julgamento pelo Tribunal de Justiça da rescisão do contrato suspenso em
dezembro do ano passado. O julgamento que deveria ocorrer no dia 2 de agosto
foi adiado para o próximo dia 4 de outubro, o que acarretou na reavaliação da
data de lançamento do certame. A Casa Civil reitera que trabalha para que o
novo edital seja lançado nos próximos dias."
Fonte:
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2018/09/18/brasil-tem-335-obras-de-mobilidade-paradas-atrasadas-ou-nao-iniciadas.ghtml
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