terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Metrô de São Paulo encomendará 63 novos trens em 2022

 16/12/2021 Metrô CPTM Notícias da Imprensa

Trens que operam na Linha 2-Verde (Jean Carlos)

Metrô CPTM – O Metrô de São Paulo se prepara expandir sua frota de trens como há tempos não se via. A companhia deve dar luz verde para receber 63 novos trens em duas encomendas em 2022 a fim de reforçar as linhas 2-Verde e 15-Prata nos próximos anos.

A novidade, trazida pelo diretor de engenharia e planejamento do Metrô, Paulo Meca, nesta semana em entrevista à ABIFER, é que ambos os processos deverão ser resolvidos ainda no ano que vem.

O primeiro escopo já está bem adiantado e envolve um novo lote de trens Innovia 300 de monotrilho para a Linha 15. O governo já havia mencionado que 19 composições serão fabricadas nos próximos anos a fim de complementar a atual frota de 27 trens e dar conta da demanda que será trazida pela expansão do ramal até Ipiranga de um lado e Jacu Pêssego do outro.

A questão, nesse caso, se resumia a chegar a um acordo com a Alstom, que assumiu a Bombardier, fornecedora do modelo. Quando assinou contrato com o consórcio CEML, o Metrô fez um pedido de 54 trens Innovia 300, mas apenas metade foi construída até agora.

Segundo Meca, a companhia está finalizando o ajuste de cronograma para que a nova leva de 19 trens comece a ser fabricada.

Não se sabe ainda se a Alstom irá montar os novos monotrilhos em Hortolândia, como da primeira vez, ou se concentrará toda a produção em Taubaté, unidade que será responsável por fornecer os trens da Linha 6-Laranja e a nova frota da ViaMobilidade Linhas 8 e 9.

A princípio, o reforço de modelos Innovia 300 só deverá ser necessário daqui a cerca de dois ou três anos, quando as novas fases de expansão estiverem próximas de serem entregues e também por conta do amadurecimento da operação do ramal.

Novos trens de bitola de 1.600 mm
Já a encomenda de 44 trens para a Linha 2-Verde marca a retomada de pedidos de composições equipadas com alimentação de energia por terceiro trilho e bitola de 1.600 mm, padrão que foi abandonado nos novos projetos. Desde a introdução da Frota H, concluída no final de 2011, o Metrô não recebe um trem novo para as suas linhas de maior porte.

Segundo Meca, a nova frota deve ter o edital publicado até março ou abril, dependendo apenas de autorização do governo federal para um financiamento feito pelo Banco Mundial.

Apesar da prioridade em reforçar a Linha 2, que ganhará mais 8 km até 2026, a frota de trens deve permitir o aumento do número de trens disponíveis nas linhas 1 e 3, mesmo que seja pelo repasse de unidades mais antigas.

Algumas perguntas serão respondidas quando o edital for publicado como se haverá passagem entre os vagões, como ocorre nas novas frotas, e a adoção de nível de automação GoA4, que permite trens sem operador, como na Linha 4-Amarela e na Linha 15-Prata.

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/metro-de-sao-paulo-encomendara-63-novos-trens-em-2022/

 

Verba do Aeroporto Carlos Prates vai para construção do metrô de BH

 17/12/2021 O Tempo Notícias da Imprensa

Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, deve ter operação encerrada no próximo dia 31

O Tempo (MG) – Após o encerramento das atividades do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, a União vai ceder a área de 58 hectares para construção, por exemplo, de empreendimentos imobiliários. A verba arrecadada, segundo o governo federal, será destinada para construção da linha 2 do metrô da capital mineira.

De acordo com o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, ligado ao Ministério da Economia, Diogo Mac Cord de Faria, disse que o governo precisa de dinheiro para chegar ao valor bilionário para a ampliação do metrô.

“Outro fato foi toda organização para viabilizar a privatização da CBTU, que vai precisar de injeção de recursos federais na ordem de R$ 2,8 bilhões. O projeto da CBTU requer investimento de R$ 3,8 bilhões para, justamente, garantir uma tarifa baixa, justa para a população local. (O Metrô) vai receber R$ 400 milhões do governo de Minas e R$ 2,8 bilhões do governo federal. Para essa conta fechar, precisamos buscar alternativas para chegar a este volume. Então, uma das áreas para venda foi (do Aeroporto) Carlos Prates”, afirmou Faria.

Mais cedo, representantes do governo federal disseram que tentaram passar operçaão do Aeroporto Carlos Prates para a Prefeitura de Belo Horizonte e ao Governo de Minas, que não demonstraram interesse.

Fonte: https://www.otempo.com.br/politica/congresso/verba-do-aeroporto-carlos-prates-vai-para-construcao-do-metro-de-bh-1.2585075

 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Secretário André Nahaas diz que busca solução para crise no transporte do RJ; Supervia negocia aumento de tarifa

 


10/12/2021 G1 Notícias da Imprensa

Andre Luiz Nahass, novo secretário de Transportes do RJ, fala sobre crise no setor no estado - Foto: Reprodução TV Globo

G1 – Todos os dias acontecem problemas no transporte público de massa do Rio, seja nos trens ou no metrô. No cargo há 15 dias, o atual secretário estadual de Transportes André Luiz Nahaas disse que sua missão é melhorar o transporte e fortalecer o diálogo com as concessionárias.

Nos trens são comuns atrasos, superlotação e violência. A Supervia diz que o número de usuários não é mais o mesmo de antes da pandemia e que precisa de ajuda do governo do estado para continuar a operação. A concessionária também sugeriu um aumento de 40% nas passagens, que de R$ 5 passariam para R$ 7.

O metrô também tem um pedido de socorro financeiro. A concessionária alega que a queda de passageiros gerou um prejuízo milionário. Mas em meio à pressão das concessionárias, é o passageiro que mais sofre com transporte caro e serviço ruim.

“O governador me deu a missão de melhorar a questão do sistema de transporte ferroviário. Então, na verdade o que eu vim buscar e o que tenho feito nesses 15 dias é manter e fortalecer o diálogo com as concessionárias”, disse Nahaas.

Quanto ao pedido da Supervia de um aporte financeiro de mais de R$ 200 milhões e o do Metrô Rio, que fez um pedido de R$ 286 milhões, Nahass disse que é preciso que haja concessão de ambos os lados: estado e empresas.

“A gente espera, com criatividade e com bom senso, chegar a um bom termo no final, sempre margeando novos investimentos, questão tarifária. A população pode ficar tranquila que ela não vai pagar duas vezes pela passagem. O estado não vai medir esforços no sentido de tentar compor um diálogo franco e aberto com as concessionárias”.

O secretário disse que espera que ao final das negociações com a Supervia possa chegar a um acordo para que o usuário do sistema de trens possa pagar o menor preço possível pela tarifa.

“A negociação não trabalha com esse valor de R$ 7. A negociação trabalha com outro valor, mas aí tem que haver uma composição de forma consensual. Ainda estamos negociando, mas obviamente, o valor é bem menor que R$ 7”, disse o secretário sem informar o valor ideal da tarifa.

Nahaas disse que essa negociação já estava em curso com seu antecessor, o ex-secretário Juninho do Pneu. Segundo ele, as negociações passam por questões como investimento do estado e investimentos da Supervia. Ele diz que é importante ter atenção também com a qualidade do serviço.

“As duas partes devem investir no transporte de forma pactuada para que não haja depois dúvidas e que a gente possa ter elementos de controle sobre esses investimentos”, disse o secretário.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/12/09/secretario-andre-nahaas-diz-que-busca-solucao-para-crise-no-transporte-do-rj-supervia-negocia-aumento-de-tarifa.ghtml

 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Com atrasos, sucateamento e violência constante, sistema de trens do RJ ‘saiu dos trilhos’

 08/12/2021 G1 Notícias da Imprensa

 

Problemas que afetam passageiros dos trens vão além do furto de cabos - Reprodução TV Globo

G1 – O passageiro que depende dos trens da SuperVia no Rio de Janeiro vêm sofrendo ao logo dos últimos anos com atrasos constantes nas viagens, sucateamento de material e violência que apavora.

A SuperVia alega que a maioria das paralisações e atrasos nas viagens ocorreu por causa de furtos. E que somente este ano, 30 quilômetros de cabos foram roubados por criminosos. Número quatro vezes maior que em 2020.

Foram roubados não só cabos de energia e sinalização, mas também grampos de ferro que fixam os trilhos. Sem a fixação eles ficam soltos e não suportam o peso dos trens.

De acordo com a SuperVia, 1.100 viagens foram canceladas ou interrompidas desde janeiro por causa desse problema.

O RJ1 teve acesso a um documento da Agência Reguladora de Transportes (Agetransp). Os dados são de janeiro a agosto deste ano. O documento mostra que os problemas enfrentados pelos passageiros vão além da violência.

Ocorreram 95 avarias no sistema elétrico, na rede aérea, na sinalização e nos próprios trens. Isso dá uma média de um a cada dois ou três dias. Também foram registradas seis colisões violentas, chamadas pela Agestransp de abalroamento. O descarrilamento, quando o trem sai do trilho, foi registrado 12 vezes. Ou seja, três a cada dois meses.

Foram registradas também 25 ocorrências de fatores externos, como por exemplo, chuvas fortes ou ventos, obstáculos na via e atropelamentos de animais.

Num relatório da Casa Fluminense, especialistas afirmam que a culpa não é apenas da crise devido à pandemia. E muito menos dos antigos roubos de equipamentos. Segundo o documento, os problemas passam pela falta de transparência do contrato e do lucro da empresa, pela fiscalização falha e pelo contrato de concessão que permite o reajuste de tarifa com base num índice que pode deixar a passagem muito cara.

Na segunda-feira (6), o RJ1 mostrou a sugestão da SuperVia para aumentar o valor da tarifa, de R$ 5 para R$ 7, 40% a mais.

Para a concessionária, essa é uma das alternativas para a empresa tentar reequilibrar as contas. A empresa ainda foi ao governo do estado para tentar uma ajuda de R$ 211 milhões, com a justificativa de queda no número de passageiros durante a pandemia. E espera uma responsa.

O RJ1 pediu uma entrevista com o novo secretário estadual de Transportes, André Luís Nahass, mas a secretaria não responde à solicitação.

Concessão ficará ‘inviável’
Em outro documento obtido pelo RJ1, a SuperVia diz à Agestransp que muito em breve a concessão pode ficar inviável. Ao RJ1, a empresa afirmou que tem uma dívida de R$ 1,2 bilhão.

Em 2019, a empresa, que pertencia à Odebrecht, foi vendida para a Mitsui – um dos maiores conglomerados do Japão – o que inclui até uma empresa de seguros.

Enquanto tenta recuperar o lucro e aumentar a tarifa, muita gente continua embarcando de graça nos trens. É o que acontece em várias estações, como num flagrante feito nesta terça-feira (7), pelo Globocop, em Senador Camará, na Zona Oeste. Os passageiros usavam um buraco no muro da via férrea, aberto há anos.

“É muito perigoso. É muito perigoso. As estações estão sucateadas. A verdade é essa. A gente não tem segurança em nenhuma das estações. São poucas as estações que têm segurança, entendeu? Só as maiores mesmo”, disse um passageiro.

Em apenas um mês foram 21 assaltos e furtos a passageiros, segundo registros da própria SuperVia. A maioria, na Central do Brasil, a principal estação do estado.

Entre o pedido de aumento de passagem, problemas que não acabam e números que assustam ficam os passageiros, que sofrem com tudo isso. .

O governo do estado disse que dialoga com a SuperVia e que busca melhorar os serviços e reequilibrar o contrato, garantindo um aumento com menor impacto para o passageiro. Afirmou também que o índice IGP-M, que deixa a passagem mais cara, está no contrato desde 1998. E que é um dos temas tratados com a concessionária.

A SuperVia disse que a atual gestão age com transparência e informa todas as ocorrências à Agetransp. E, novamente, que tem tido prejuízos com furto de cabos. Declarou também que os furtos de grampos podem causar descarrilamentos. E que se esforça para manter a operação com menor prejuízo possível aos passageiros. A SuperVia novamente disse que foi impactada pela pandemia. E que o IGP-M é o índice previsto no contrato de concessão.

A PM explicou que a força-tarefa criada para combater o crime na linha férrea vai continuar por tempo indeterminado. E que 211 pessoas foram presas em flagrante por crimes, como furto de materiais, porte de armas e tráfico de drogas, além de apreensões.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/12/07/com-atrasos-sucateamento-e-violencia-constante-sistema-de-trens-do-rj-saiu-dos-trilhos.ghtml

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Perdas bilionárias nos trens e metrôs

 


01/12/2021 Valor Econômico Notícias da Imprensa

Valor Econômico (Coluna) – As operadoras de metrôs e trens urbanos alcançaram em outubro o maior índice de recuperação de passageiros perdidos ao longo da pandemia. O número de usuários transportados em dias úteis representou 74% da quantidade registrada antes das medidas de distanciamento social. Há seis meses, ainda durante a segunda onda de covid-19 no Brasil, esse indicador estava em 52%.

Essa é a notícia boa no setor. Agora a ruim: as operadoras acumulam perdas tarifárias (diferença entre bilhetagem esperada e efetivamente verificada) de R$ 15 bilhões desde o início da pandemia, de acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). Algumas empresas não conseguem reequilibrar seus contatos e veem a recuperação total da demanda cada vez mais longe no calendário, por causa do trabalho remoto e da crise econômica. O projeto de lei que prevê um novo marco legal para o transporte público, do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), pode ajudar. Mas está sem sinais de avanço.

Prejuízo se acumula e passageiros voltam aos poucos

“Temos vários fatores que contribuem para a recuperação dos passageiros: aumento da vacinação, volta do trabalho presencial e alta dos combustíveis, que faz muita gente optar pelo transporte coletivo”, diz o presidente do conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores. Para ele, no entanto, a recuperação plena da demanda ainda deve demorar um pouco e talvez nem chegue. “Há especialistas que acreditam em perda permanente, de 15% a 20%, na comparação com o pré-pandemia.”

Outro aspecto que complica o cenário: as seguidas altas da energia elétrica, segundo maior custo operacional das operadoras, atrás apenas da folha de pagamento. Quase todas as empresas do setor estão no mercado livre de energia, com contratos de fornecimento de três a cinco anos, o que ameniza variações abruptas com bandeiras tarifárias e acionamento das térmicas. Mas, para renovar esses contratos em meio à escassez hídrica, vem outra paulada.

Flores explica que as operadoras vivem três situações distintas. Perdas de companhias estatais, como o Metrô de São Paulo e a CPTM, são cobertas – pelo menos parcialmente – pelo orçamento público. A conta vai para o contribuinte. Contratos de concessão ou PPPs mais recentes, como operações de mobilidade do grupo CCR (casos da Linha 4-Amarela em São Paulo ou do metrô de Salvador), têm cláusulas pelas quais o Estado paga a operadora privada quando o número de passageiros fica abaixo de certo patamar. O maior drama é é vivido por quem administra malhas concedidas na década de 1990, como a SuperVia (RJ) e o Metrô do Rio, sem compartilhamento do risco de demanda.

A SuperVia, que administra 270 quilômetros de trilhos e 104 estações, recebia 600 mil passageiros por dia antes da pandemia. Com a chegada do coronavírus, esse número caiu para 180 mil. Atualmente está em 370 mil usuários diários – 62% do que havia no começo do ano passado – no Rio e em outros 11 municípios da Baixada Fluminense. A empresa, hoje controlada pela japonesa Mitsui, imaginava recuperar os índices pré-pandêmicos no fim do ano que vem. Agora passou a previsão para os últimos meses de 2023 ou primeiros meses de 2024. Reflexo do desemprego elevado, consolidação do modelo híbrido de trabalho nos escritórios, muitas lojas e serviços fechados no centro carioca.

Em um pleito de revisão extraordinária do contrato, apresentado pela SuperVia, a agência reguladora estadual aprovou reequilíbrio econômico no valor de R$ 216 milhões. Como não caberia aumento de tarifa (que oneraria ainda mais o usuário) ou extensão contratual (porque a concessão já vai até 2048), ficou decidido um aporte do Estado. Não houve pagamento até agora. “O governo indica que está em regime de recuperação fiscal, que não permite esse tipo de aporte, mas estamos negociando”, afirma o presidente da companhia, Antônio Carlos Sanches.

O índice de reajuste no contrato é o IGP-M, que explodiu na pandemia. A tarifa teve um aumento homologado de R$ 4,70 para R$ 5,90 em fevereiro de 2021. Por ação do Estado e do Ministério Público, foi “só” para R$ 5. Nos próximos dias, a empresa de trens protocola um pedido no qual estima o direito de elevar a tarifa para mais de R$ 7 a partir de fevereiro do ano que vem. “Isso pode ser negociado? Claro que pode, mas precisamos de agilidade. De um lado, temos o investidor com insegurança jurídica. Do outro, o gestor público com medo de tomar decisões. É o apagão das canetas”, diz Sanches.

A cereja desse bolo indigesto: com o aumento da pobreza e a disparada do preço do cobre, o furto de cabos triplicou neste ano. Cabos de energia, de sinalização, tampas de bueiro, postes metálicos, relés de controle da ferrovia com bobinas que valem R$ 100 em ferros-velhos. Cada vez que isso coloca em risco a segurança dos passageiros, os trens param ou ficam mais devagar.

*Daniel Rittner
Iniciou sua carreira no Valor como trainee em 2000. Foi correspondente na Argentina e atualmente é repórter especial e trabalha na sucursal de Brasília

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/coluna/perdas-bilionarias-nos-trens-e-metros.ghtml