A implantação da proposta atual do metrô curitibano, finalizada durante a gestão Luciano Ducci (PSB), depende de um subsídio anual de R$ 190 milhões a R$ 200 milhões, segundo o prefeito Gustavo Fruet (PDT). A definição de quem vai bancar essa despesa (município, estado ou União), assim como medidas para diminuir o valor, é uma das justificativas da prefeitura para a revisão do projeto para a obra. A estimativa é que as mudanças sejam finalizadas em 60 dias.
Fruet tratou das alterações ontem com as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do Planejamento, Miriam Belchior, no Palácio do Planalto. O prefeito declarou que a composição do projeto pode ter outras fontes de receita e ser beneficiado com reduções tributárias. “Mas é preciso amarrar isso já, não depois que o metrô estiver funcionando.” Nas contas dele, se a prefeitura arcar com o subsídio sozinha pode comprometer toda sua capacidade de investimento apenas com a operação do metrô.
Em junho do ano passado, ainda na gestão Ducci, a prefeitura lançou o edital de licitação da obra, avaliada em R$ 2,33 bilhões. A previsão era de que a operação do sistema custaria R$ 170 milhões por ano, com base em uma tarifa técnica por passageiro de no máximo R$ 1,81. O valor correspondia à soma do custo operacional (R$ 1,15 por passageiro), que foi reduzido devido ao repasse da verba de R$ 1 bilhão a fundo perdido pelo governo federal, com o lucro da concessionária responsável pela operação (R$ 0,66 por passageiro).
Fruet viajou a Brasília acompanhado por uma equipe de técnicos encabeçada pelo secretário de Planejamento e Gestão, Fábio Scatolin. A prefeitura também quer a chancela da Empresa Brasileira de Projetos (EBP), vinculada ao BNDES e ao Banco do Brasil, na formatação do novo projeto. “Precisamos de um projeto básico com mais consistência antes de lançarmos o novo edital”, afirmou Fruet. A expectativa dele é de que, depois da conclusão das mudanças na proposta em 60 dias, a licitação possa ser realizada durante o segundo semestre e as obras comecem em 2014.
Traçado não muda
O prefeito garantiu que, apesar das alterações, a linha vai seguir o mesmo traçado, de 14,2 quilômetros. Ele descartou a possibilidade de utilizar o recurso de R$ 1 bilhão do governo federal em outra obra. “É um dinheiro carimbado para o metrô, não tem como mudar. Se eu pudesse fazer isso, como já disse antes, teria destinado para a melhoria do atual sistema.”
Veículo Leve sobre Trilhos
Além da obra do metrô, o prefeito Gustavo Fruet disse que avalia outros projetos para revitalização das principais linhas de ônibus já existentes em Curitiba. Segundo ele, é preciso aprimorar o sistema circular de ligação dos bairros, feito atualmente pela linha Interbairros 2. “A discussão é se a gente substitui o sistema atual de superfície por um novo modal”, declarou. Segundo ele, há possibilidade de se utilizar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), conforme antecipou no domingo o jornalista Celso Nascimento em sua coluna, mas que a proposta ainda é “incipiente”. Durante a reunião com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, Fruet reforçou o convite a ela e à presidente Dilma Rousseff para visitar Curitiba em uma data próxima ao aniversário da cidade, em 29 de março.
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