terça-feira, 10 de setembro de 2013

CCR terá retorno de ao menos 10% ao ano em metrô na BA


Autor(es): Por Fábio Pupo | De São Paulo
Valor Econômico - 22/08/2013
A CCR, companhia especializada em infraestrutura, foi declarada vencedora do leilão de concessão para o projeto do metrô de Salvador. Conforme adiantou na segunda-feira o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, a CCR havia sido a única a apresentar proposta pelo empreendimento. De acordo com fontes do mercado, a companhia calcula retorno superior a 10% ao ano.

A companhia investirá cerca de R$ 1,4 bilhão, montante a ser aplicado também por meio de financiamentos. O Estado da Bahia irá pagar outros R$ 1 bilhão. A União ainda repassará R$ 1,2 bilhão, com recursos oriundos do PAC. Os investimentos totais são estimados em R$ 3,6 bilhões. Além disso, o governo do Estado da Bahia pagará à CCR anualmente o valor de contrapartida - que tem objetivo de remunerar o investimento, a operação e subsidiar o preço de passagens. O valor proposto pela CCR foi de R$ 127,6 milhões, com deságio de 5,05% em relação ao teto. Há prazo de cinco dias para recursos e há uma última etapa de análise da documentação.

O secretário da Casa Civil da Bahia, Rui Costa, disse ter ficado satisfeito com o leilão. "O ideal é sempre ter mais de um concorrente. Mas pior seria não ter nenhum, como ocorreu em São Paulo."

Segundo ele, a desistência de outros interessados - Invepar (com Odebrecht), Queiroz Galvão e UTC Participações - aconteceu por dificuldades na negociação com operadores internacionais e por causa de insatisfações dos consórcios em relação aos valores do edital. "Teve consórcio que falou que o valor [máximo de contrapartida] colocado no projeto era insuficiente. Mas o governo do Estado tem certeza que o valor era justo."

Segundo Leonardo Vianna, diretor de novos negócios da CCR, a companhia conseguiu participar do edital graças aos estudos que fez sobre o projeto. "A gente já vem há dois anos estudando. Gastamos bastante tempo, inteligência na área de engenharia, temos a operação da linha amarela [em São Paulo]... o que nos ajudou muito nessas avaliações", afirmou. "Outras empresas participaram do leilão, mas queriam dar lances superiores ao valor estabelecido por edital", disse Vianna.

A nova concessão vem recebendo contestações na política da Bahia. O contrato anterior foi firmado em 2000 e até hoje só há seis quilômetros construídos. As responsáveis eram justamente as construtoras Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, pertencentes a dois grupos que controlam a CCR em conjunto com a Soares Penido.

Para Costa, do governo da Bahia, a Prefeitura de Salvador não tinha "musculatura" para tocar as obras. "Todos erraram, o consórcio construtor e os gestores municipais. Nós não vamos repetir esses erros. Agora, não estou contratando uma obra, estou contratando um serviço. E o vencedor só vai ser remunerado a partir do funcionamento do metrô", afirmou. Segundo a CCR, a operação parcial está prevista para iniciar em nove meses a partir da assinatura. A operação plena, em três anos.

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