Max Milliano Melo
JORNAL DO COMMERCIO - RJ | 26/02/2014
Aceito em todos os modais, cartão é uma das soluções do plano de contingência a ser usada pelas concessionárias em dias de pane em algum dos sistemas de alta capacidade
A partir de hoje, a Região Metropolitana contará com uma espécie de bilhete único emergencial. O Siga Viagem será distribuído para os passageiros dos trens, das barcas ou do metrô em casos de interrupção de funcionamento desses meios de transporte. Aceito por todos os modais, incluindo ônibus, o cartão faz parte do plano de contingência integrado lançado ontem pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) para diminuir os transtornos para a população nos dias de pane em um desses sistemas de alta capacidade.
O plano inclui ainda uma nova rotina de emergência a ser acionada sempre que um dos modais parar de funcionar sem a perspectiva de retorno em até meia hora, com um comitê de crise para minimizar os impactos do problema. "O foco é permitir que o usuário possa seguir viagem em outro meio de transporte, seja rumo ao seu destino final ou no retorno para casa", explicou o conselheiro-presidente da Agetransp, Cesar Mastrangelo. "A idéia é que, uma vez detectada a interrupção de um ramal da supervia ou trecho do metrô, um plano de emergência comece a ser botado em prática em até 30 minutos", completou.
No caso de uma pane nos trens, por exemplo, os passageiros podem ser realocados no metrô, pelas estações integradas, ou poderiam seguir viajem em ônibus municipais e intermunicipais, pagando a passagem com o cartão que será distribuído entre os usuários que estiverem no sistema na hora da pane. A partir de hoje, versões em papel estarão disponíveis em todas as estações dos três modais de alta capacidade e, em até 60 dias, cartões de plástico semelhantes ao Bilhete Único estarão a postos para o caso de uma emergência.
Rotas O plano de contingência integrado prevê ainda a distribuição de panfletos nas estações indicado o melhor caminho e modal a ser utilizado, com, por exemplo, lista de pontos de ônibus próximos e quais linhas passam por eles. "Além disso, as empresas de ônibus serão mobilizadas a aumentar o contingente de ônibus para uma região a fim de suprir a demanda extra. Ônibus shuttles (linhas expressas) podem ser criadas para ligar locais pouco atendidos por coletivos a outro sistema de alta capacidade", explicou a diretora de mobilidade da Agetransp, Richele Cabral.
A criação do planejamento integrado havia sido solicitada pela Agetransp por conta dos transtornos ocorridos no dia 22 de janeiro, quando um acidente com uma composição da supervia próximo a Central do Brasil deixou o sistema de Trens Urbanos do Rio de Janeiro inoperante por cerca de 13 horas, injetando cerca de 600 mil passageiros a mais nos ônibus e metrô, que enfrentaram problemas como longas filas e superlotação.
As concessionárias tiveram um mês para criar o plano, que não substitui as iniciativas individuais de cada uma, que serão utilizados quando a interrupção for menor do que meia hora. "Amanhã (hoje), caso haja um problema, o que esperamos que não aconteça, os passageiros já poderão utilizar o Siga Viagem", afirmou Mastrangelo. O custo para a confecção dos cartões Siga Viagem será das empresas.
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