A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) concluiu os estudos finais sobre a viabilidade de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na cidade. O estudo econômico realizado pela UFU estimou que o montante necessário para a implantação do VLT, tendo por base projetos similares em construção no país e a cotação junto a fornecedores, seria de mais de R$ 1 bilhão.
O projeto será apresentado em uma audiência pública que acontecerá na próxima semana.
A proposta de percurso do VLT já havia sido apresentada pela UFU em agosto deste ano, indicando duas linhas a serem implantadas. A Linha Lilás conectará o Centro da cidade ao Bairro Alto Umuarama. Já a Linha Verde partiria do Aeroporto percorrendo as avenidas Anselmo Alves dos Santos e Rondon Pacheco, chegando até a avenida Getúlio Vargas ou até a Ponte do Val.
Segundo a professora do Instituto de Geografia da UFU e coordenadora do estudo do VLT, Marlene Colesanti, as opções de percursos também serão tema de discussão e avaliação pelos participantes da audiência pública.
No projeto da UFU, a Linha Lilás exigiria o investimento de R$ 619 milhões e a Linha Verde R$ 421 milhões nos cenários de menor custo, considerando a opção de trajeto na Linha Lilás o de ida e volta na avenida Afonso Pena e na Linha Verde chegando somente até a avenida Getúlio Vargas. Se as duas linhas forem implantadas exigirá o investimento de R$ 1.041.638.000.
No cenário mais elevado, considerando o trajeto na Linha Lilás indo pela avenida Afonso Pena e voltando pela Floriano Peixoto, o estudo apontou custo estimado em R$ 692 milhões, 12% maior que no cenário anterior, e na Linha Verde com parada final da Ponte do Val a estimativa tem o valor de R$ 495 milhões. Neste cenário o investimento seria 14% maior, alcançando a cifra de R$1.188.149.000.
Segundo o doutorando em Geografia e um dos técnicos do estudo Edson Pistori, o VLT exige um investimento inicial elevado, mas a longo prazo é vantajoso, pois a depreciação dos trens é quase três vezes menor que a dos ônibus.
Ele acrescentou que o VLT tem uma capacidade de atração de usuários muitas vezes maior que os ônibus. “Em razão do seu conforto e velocidade operacional, o VLT se torna mais eficiente enquanto alternativa de transporte coletivo de massas, afirmou.
Implantação x Custo Operacional
As linhas sugeridas têm extensões diferentes. A Lilás tem sete quilômetros e a Verde, 18. Apesar de menor, o custo da Lilás é maior em razão de dois aspectos. Nos custos da Linha Lilás estão inclusas as despesas com a construção da garagem, pátio de manutenção e centro de comando do VLT. Essa infraestrutura será comum às duas linhas, por isso, segundo o estudo, ele é rebatido do custo de implantação da Linha Verde.
O outro aspecto que torna mais cara a implantação da Linha Lilás é o custo de indenizações ao comércio para ressarcir as perdas decorrentes da interrupção das vias durante as obras do VLT. Para a Linha Lilás essa despesa pode alcançar até R$ 106 milhões devido à intensidade das atividades econômicas no Centro da cidade. Na Linha Verde, as indenizações seriam de R$ 10 milhões.
Em relação ao custo operacional, o estudo apontou que a Linha Lilás teria um custo mensal de R$ 20 milhões com rateio por pessoa (passageiro) de R$ 1,94 e a Linha Verde teria um custo mensal estimado em 29 milhões com rateio per capita de R$ 3,11.
Além do custo de investimento, o estudo econômico do VLT avaliou as possíveis receitas que poderiam ser auferidas pelo empreendimento, considerando o valor das passagens, maior arrecadação de IPTU devido à valorização dos imóveis, além da renda com publicidade nos trens. A receita anual estimada para o VLT é de R$ 100 milhões.
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