O sistema
metroferroviário em São Paulo transporta diariamente cerca de 7,6 milhões de
passageiros, sendo 4,6 milhões pelo Metrô, com seus 78 km, e 3 milhões pela
CPTM.
Com a
implantação da integração gratuita entre o Metrô e a CPTM, a adoção do bilhete
único na cidade de São Paulo e sua posterior extensão ao transporte
metroferroviário, baixou-se o preço das viagens, atraindo um maior número de
usuários para o transporte público. Hoje, com o pagamento de uma única tarifa,
é possível viajar para qualquer local abrangido pela malha metroferroviária,
atualmente com quase 340 quilômetros, e com desconto acessar os ônibus urbanos.
Em
apresentação no SIMEFRE, em dezembro de 2014, Jurandir Fernandes, então
Secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, mostrou o esforço
hercúleo que o governo paulista está fazendo para melhorar a mobilidade em São
Paulo: são dez obras contratadas, oito em construção, que acrescentarão ao
metrô paulista mais 101,6 quilômetros e 89 estações e 16,7 km à CPTM. .
Temos que
bater palmas, estamos no caminho certo para recuperar o tempo perdido e
melhorar a mobilidade na maior metrópole do País, com reflexos positivos na
economia, produtividade e melhoria da qualidade de vida. Porém, conforme cresce
o número de linhas, cai a porcentagem de passageiros pagantes. Exemplificando,
a nova Linha 4 – Amarela é moderna e bem operada, transporta cerca de 700 mil
passageiros nos dia úteis, no entanto, mais de 500 mil são procedentes de
outras linhas metroferroviárias. Mantendo-se esta acertada política tarifária,
o crescimento da malha metroferroviária traz à tona a questão do subsídio. .
O que é o
subsídio ao transporte? Teoricamente é a diferença entre o custo real da viagem
e o valor pago pelo passageiro, quando este valor é inferior ao custo. Ou seja
é o valor que o usuário deixa de pagar passando a ser arcado por outros
usuários ou pelo governo.
Quando
fazemos um deslocamento com o nosso carro ou moto, pagamos a amortização da compra
do veículo, o combustível e os seus custos de manutenção. Todas as demais
despesas, como a manutenção e operação do viário e da sinalização, limpeza,
iluminação, segurança pública etc., são pagos por todos, usando ou não o
transporte individual. Curiosamente, este custo pago pela sociedade não é
chamado de subsídio.
Quando o
usuário de ônibus se desloca ele tem que pagar os custos de operação,
manutenção e amortização do ônibus e o lucro do operador e em muitos casos as
gratuidades e descontos dados á outros passageiros como idosos e estudantes. Se
não o fizer haverá necessidade de “subsídio”, este muitas vezes questionado. Os
demais custos, como sinalização, operação e manutenção do viário e da
sinalização, limpeza, conservação e iluminação dos pontos de parada e terminais
etc., também são pagos por todos.
No caso do
usuário do transporte sobre trilhos, é diferente; excluído o custo da
amortização do material rodante todos os outros, como, energia, limpeza,
manutenção e operação das vias, trens, sinalização, iluminação, estações etc.,
têm que ser cobertos pelas tarifas pagas pelos usuários, se não, é chamado de
subsídio.
A
sociedade não é contra o subsídio dado ao deslocamento do transporte individual
– inclusive, exige que os governos o façam mantendo condições para um bom
deslocamento; porém, temos a obrigação de estendê-lo aos usuários do transporte
coletivo.
Nossos
governantes e representantes no poder legislativo devem fazer justiça e tratar
de forma, no mínimo, igualitária o deslocamento de nossa população; para isto,
terá que excluir do custo arcado pelos usuários do transporte coletivo aqueles
subsidiados pelo poder público ao transporte individual.
Emiliano Affonso, presidente da AEAMESP
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