10/05/2018 - Exame
Os credores brasileiros do grupo Odebrecht estão liderando
esforços para vender a operadora ferroviária do grupo, a Supervia, enquanto
pressionam a holding a acelerar a venda de ativos, disseram três fontes com
conhecimento do assunto.
A Odebrecht contratou meses atrás o BTG Pactual como
assessor da venda da Supervia, acrescentaram as fontes, pedindo anonimato
porque as conversas ainda são privadas.
Mas o fracasso em chegar a um acordo com potenciais
interessados fez com que credores como o Itaú Unibanco e Banco Bradesco
SAinterviessem para ajudar nos esforços de venda por meio de seus bancos de
investimento.
No mês passado, a Odebrecht Engenharia e Construção não
pagou 500 milhões de reais em títulos e disse que sua controladora, a Odebrecht
SA, ainda negocia com bancos para receber novos empréstimos para fazer o
pagamento dentro do período de carência de 30 dias.
As negociações para os novos empréstimos ainda estão em
andamento, disseram as fontes, e os bancos dizem que o programa de vendas de
ativos da Odebrecht está mais lento do que o esperado. A dificuldade em vender
a Supervia foi visto pelos bancos como exemplo de venda de ativo atrasada.
A Odebrecht recebeu apenas 7 bilhões de reais dos 12 bilhões
de reais em negócios anunciados, principalmente devido a obstáculos legais para
fechar negócios em países latino-americanos como o Peru. Mas este não é o caso
na Supervia.
O Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes, havia
negociado com a Odebrecht por meio do BTG durante meses, mas a Odebrecht
considerou sua oferta muito baixa.
Desde então, outros dois grupos demonstraram interesse no
negócio: a Starboard Restructuring Partners e o grupo brasileiro RTM Brasil,
formado por executivos e apoiado por empresas de private equity não
especificadas, que estariam dispostas a financiar o negócio, disseram duas
fontes.
BTG Pactual, Bradesco, Itaú, Mubadala e Starboard não
comentaram imediatamente o assunto. Em e-mail a Reuters, a “Odebrecht
Mobilidade confirma estar conversando com outro investidor para venda de sua
participação na Supervia”.
A Odebrecht adquiriu 60 por cento da Supervia em 2011. A
empresa opera trens urbanos em 12 cidades do Estado do Rio de Janeiro e
transporta cerca de 750 mil pessoas diariamente.
- Fonte:
https://exame.abril.com.br/negocios/credores-da-odebrecht-lideram-tentativa-de-venda-da-supervia-dizem-fontes/
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