03/12/2018 - Estadão
A estatal
Empresa de Planejamento e Logística (EPL), hoje vinculada ao Ministério dos
Transportes, deve ser extinta no governo Jair Bolsonaro (PSL). A empresa foi
criada na administração PT para implementar o fracassado projeto de trem-bala.
Estudos realizados pela equipe de transição do novo governo consideram que “não
se justifica” a manutenção dessa estrutura que consome R$ 70 milhões de
recursos públicos por ano – a maior parte para pagar a folha de 140
funcionários.
A
disposição do novo governo em relação à EPL foi traduzida em uma única frase
dita pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao se referir à
estatal, em entrevista realizada na tarde desta segunda-feira, quando anunciou
a nova estrutura do governo Bolsonaro. “A EPL é uma barbaridade”, resumiu.
Inicialmente,
a nova administração vai transferir a EPL do Ministério dos Transportes para a
Secretaria-Geral da Presidência da República, que será comandada por Gustavo
Bebiano. Com a mudança, a empresa deverá ficar nas mãos do general da reserva
Maynard Santa Rosa, que está cotado para assumir a Secretaria de Assuntos
Estratégicos (SAE), órgão que vai trabalhar na extinção da estatal, com a
anuência do presidente eleito.
De
acordo com estudos realizados pela equipe de transição, o custo benefício tem
de ser considerado e ele está sendo classificado muito alto. “Estamos avaliando
o custo-benefício de manutenção da empresa. Se o custo da empresa for
efetivamente considerado menor que os benefícios, como está desenhado, a
empresa será extinta”, disse ao Estado um dos técnicos que estuda a questão.
A
EPL nasceu em 2010 (governo Luiz Inácio Lula da Silva), primeiro como Empresa
de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade S.A. - ETAV, cujo propósito era o
desenvolvimento do trem de alta velocidade, integrado com as demais modalidades
de transporte. Em 2012, já sob a gestão de Dilma Rousseff, a empresa foi
renomeada para Empresa de Planejamento e Logística S.A - EPL e teve seu objeto
ampliado para, além de desenvolver o trem-bala, subsidiar o planejamento de
outras modalidades de transporte por meio da prestação de serviços na área de
projetos, estudos e pesquisas. Ao criar a empresa, Lula autorizou a União a
garantir o financiamento de até R$20 bilhões entre o BNDES e o futuro
concessionário do TAV Rio-São Paulo para administrar o projeto, que foi depois
abandonado.
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