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EM 14/06/15 - 12h25
Folhapress
SÃO PAULO, SP - O custo da mobilidade
urbana no Brasil dobrou em uma década, mas esse aumento não se refletiu em um
maior deslocamento das pessoas pelas maiores cidades do país. Nem com mais
qualidade. A análise é de um levantamento inédito da ANTP (Associação Nacional
de Transportes Públicos), relativo a 2013.
A entidade coletou informações de 438
municípios com mais de 60 mil habitantes. Neles vivem 123 milhões de pessoas
(61% da população) e circulam 37 milhões de veículos (70% da frota).
No total, segundo a entidade, a
'conta' da mobilidade urbana nesses locais subiu de R$ 103,8 bilhões em 2004
para R$ 225,8 bilhões em 2013 um aumento de 118%.
Mas, enquanto isso, o indicador que
mede o quanto as pessoas estão se deslocando pelas cidades permaneceu
praticamente estagnado. Em 2004, cada habitante fazia em média 1,51 viagem por
dia, índice que ficou em 1,66 em 2013 alta de 10%.
A explicação para tanta diferença nos
dois crescimentos está no padrão de mobilidade baseado em veículos
particulares, que se acentuou no país nos últimos anos. Segundo o levantamento,
a frota nos 438 municípios praticamente dobrou em dez anos (de 19 para 37
milhões), acarretando mais gastos por habitante.
Esse aumento também levou a mais
congestionamentos, já que a infraestrutura viária não cresceu no mesmo ritmo a
extensão de ruas e avenidas teve aumento de 17% em dez anos. E, segundo a
pesquisa, o tempo gasto em viagens, em vez de diminuir com mais carros e motos,
cresceu 28%.
Custos
Para fechar a conta da mobilidade, o
estudo da ANTP considera tanto os custos individuais, como o gasto de
passageiros com tarifas e de motoristas com combustível, quanto os custos
arcados pelo poder público, como a manutenção de vias.
Também entram na conta gastos de
saúde referentes a poluição e acidentes de trânsito. Segundo a pesquisa, os
custos associados ao transporte individual correspondem a 80% do total, apesar
dele ser responsável por apenas 31% das viagens.
A maior parte da conta é bancada
pelos próprios usuários de carro e moto, que consumiram 13,4 bilhões de litros
de gasolina em 2013. Mas, segundo o levantamento, os meios individuais recebem
três vezes mais recursos públicos do que os meios coletivos.
O custo público foi estimado pela
ANTP em R$ 11,2 bilhões, e 77% desse valor é gasto com o transporte individual,
principalmente na manutenção de ruas e avenidas.
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