02/01/2018 - Metrô CPTM
Seja por coincidência ou mesmo um empurrãozinho eleitoral, o
ano de 2018 tem tudo para ser o da maior expansão da rede metroferroviária de
São Paulo. Na iminência de ser apontado como candidato do PSDB à presidência, o
governador Geraldo Alckmin quer usar esse trunfo como vitrine na corrida
eleitoral. O problema é que as obras teimam em atrasar e “nuvem” de dúvidas a
respeito das suspeitas de corrupção e conluio ameaçam tirar parte do efeito que
essas novas estações e quilômetros terão na vida dos cidadãos.
Política à parte, uma coisa é fato: este ano o número de
inaugurações será enorme, mesmo que haja algum atraso. A razão para isso é que
muitas frentes de trabalho estão na reta final, o que permite dizer que a
chance de problemas empurrarem suas inaugurações para 2019 é pequena. Confira
abaixo como deve ser o calendário de expansão em 2018:
Janeiro
Duas estações estão prometidas para este mês,
Higienópolis-Mackenzie (Linha 4), que deveria ter sido aberta no ano passado, e
Eucaliptos (Linha 5). A primeira não passa deste mês a não ser que ocorra algum
“desastre”. Já a segunda pode ficar para mais tarde. Quem passa na frente da
estação ao lado do Shopping Ibirapuera em Moema ainda vê muito movimento e
coisas para fazer. Há ainda os testes com os trens no trecho que parecem não
ter ocorrido ainda. Mas se não for em janeiro é provável que a abertura ocorra
em fevereiro, juntamente com outras três estações.
Fevereiro
É o mês prometido para três outras estações da Linha 5:
Moema, AACD-Servidor e Hospital São Paulo. Dessas Moema é a mais atrasada e
pode realmente ficar mais para a frente. As outras duas têm previsão de serem
concluídas até o final de janeiro. Novamente, os sistemas e testes com os trens
são o maior risco de atraso no momento.
Março
Muita coisa é prometida para março e certamente será bem
difícil que elas aconteçam nesse mês conforme previsto. Na Linha 4, há a
estação Oscar Freire que tem trabalhos em bom ritmo mas um acesso ainda cru. É
possível abri-la parcialmente e depois finalizar o segundo acesso. Na Zona
Leste, o Metrô pretende fazer algo que só ocorreu na inauguração da Linha 1:
abrir várias estações ao mesmo tempo. A ideia é que a Linha 15 do monotrilho
ganhe oito estações nesse mês. As obras estão indo bem, mas é mais sensato
imaginar numa abertura progressiva a fim de testar tudo com calma. Por fim, a
Linha 13-Jade da CPTM deve começar a operação assistida até o Aeroporto de
Guarulhos. Novamente, tudo depende da conclusão da via (nesse caso o viaduto
estaiado) e testes de sistemas. Os trens serão “emprestados” de outras linhas.
Não é exagero pensar que essa linha só seja inaugurada para eleitor ver.
Abril
Embora tenha apenas duas estações previstas, abril é o mês
em que o governo pretende conectar a Linha 5-Lilás às linhas 1-Azul e 2-Verde.
As estações Santa Cruz e Chácara Klabin vão mexer profundamente com a
distribuição de passageiros no Metrô e CPTM. Muitos trajetos acabarão
modificados pelos usuários com a possibilidade de ir para a Zona Sul e
vice-versa por ela. Por essa razão, a impressão é que elas terão de abrir de
forma bem gradual para não causar problemas no restante da rede.
Segundo semestre
Sem data tão precisa, duas outras estações são esperadas em
2018. A primeira é São Paulo-Morumbi, da Linha 4. As obras estão num bom ritmo,
o que ainda a coloca no mapa deste ano. Será um importante adendo ao ramal já
que fará a linha crescer e se aproximar de regiões carentes de transporte
público de qualidade. Já a segunda, Campo Belo, da Linha 5, pode ficar para
2019. A mais atrasada estação do novo trecho está na reta final das obras
civis, mas há muita coisa para fazer, inclusive um viaduto por cima dela. Pode
dar tempo, mas não será surpresa se ela atrasar.
Marca dos 100 quilômetros
Caso cumpra suas promessas finalmente, o governo do estado
acrescentará mais de 21 km à rede metrô além de 12 outros km à CPTM. Com isso,
o Metrô de São Paulo finalmente passará a marca dos 100 quilômetros que somados
à CPTM chegarão a cerca de 375 km de trilhos na Grande São Paulo e Jundiaí. Ou
seja, quase 34 km a mais em apenas um ano – até então, o maior acréscimo que o
sistema recebeu foram os 10,4 km entregues em 1988 na Linha 3. Mas como é
sempre ter um pé atrás com promessas políticas, vamos ficar de olho se a meta
será mesmo cumprida.
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