10/03/2018 - G1
Governo do Estado de São Paulo iniciou o processo de
rescisão contratual com a concessionária Move São Paulo (formada pelas empresas
Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC), responsável pela construção da Linha
6-Laranja do Metrô.
A linha ligará o Centro da capital à Brasilândia e à
Freguesia do Ò, na Zona Norte, passando pela Zona Oeste, com estações próximas
a diversas universidades.
Em 2015, a Move São Paulo ficou com a missão de construir e
operar a Linha 6 ao custo de R$ 8 bilhões, mas em três anos entregou apenas 15%
da obra pronta. As empresas que formam a concessionária não conseguiram mais
empréstimos para o financiamento de obras depois que passaram a ser
investigadas pela Operação Lava Jato. Em setembro de 2016, a construção da
Linha 6 foi precisou ser suspensa.
Nesta sexta-feira, o governo do estado de São Paulo informou
que o Conselho Gestor do Programa Estadual de Parcerias Público-Privadas
(CGPPP) autorizou o início do rescisão contratual da PPP da Linha 6 com a Move
São Paulo.
Descumprimento de notificação
Segundo a Secretaria de Estado dos Transportes
Metropolitanos (STM), a medida ocorreu após o descumprimento da última
notificação enviada à concessionária, que foi informada que deveria retomar as
obras em 30 dias.
Em 2012, o Governo do Estado de São Paulo anunciou o
projeto, que previa o início das obras para 2013 e conclusão em 2019, com a
ligação entre a Vila Brasilândia, na Zona Norte, e a Liberdade, no Centro.
Em 2013, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) informou que as
obras estavam previstas para começar em 2014, com conclusão em 2020. A
construção da linha teve início, finalmente, em abril de 2015. Em junho de 2016,
o Governo informou que a linha ficaria pronta com mais um ano de atraso. Em
setembro do mesmo ano, o consórcio Move São Paulo suspendeu as obras.
Em 2017, executivos da Odebrecht disseram em delação
premiada que as obras da Linha 6 - Laranja serviram para abastecer o esquema de
propina da construtora, para influenciar políticos e financiar o caixa dois de
campanhas eleitorais.
No final de 2017, um grupo asiático propôs retomar as obras,
demonstrou interesse em comprar o consórcio e assumir integralmente o contrato
de concessão da linha 6. Animado, o governo falava em retomar a obra em janeiro
de 2018.
No início deste ano, o grupo brasileiro RuasInvest
manifestou interesse em dividir a concessão com o grupo asiático. A previsão
era de que a obra fosse finalmente retomada em março ou abril.
Em fevereiro, o governo informou que fracassou a negociação
de venda da concessão da Linha 6 e que notificou o consórcio formado pelas
empresas Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, a retomar as obras em 30 dias - o que
não ocorreu.
Linha 6-Laranja
O trajeto terá 15 km de extensão e contará com 16 estações
entre Brasilândia e São Joaquim.
O governo projeta que 29 trens irão atuar ao longo do
percurso e atender 600 mil pessoas diariamente. Ela fará conexão com outras
linhas da CPTM e do Metrô e com a Linha 4-Amarela.
- Fonte:
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/governo-de-sp-inicia-processo-para-encerrar-contrato-com-responsaveis-pela-linha-6-laranja-do-metro.ghtml
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