quarta-feira, 2 de maio de 2018

Obras do Bonde de Santa Teresa não têm previsão para acabar



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 12 de Abril de 2018
O secretário de Estado de Transportes, Rodrigo Vieira, informou que, por falta de recursos financeiros, as obras de expansão do bonde de Santa Teresa não têm previsão para acabar.
A informação foi passada, nesta quarta-feira (11/04), durante audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga as irregularidades da gestão pública no setor de transportes.
Segundo Rodrigo, há planejamento, estudos e o desejo de concluir as obras, mas os recursos ainda não chegaram. “Enquanto a expansão não é feita, estamos trabalhando diariamente para oferecer um serviço com qualidade, com os cinco bondes que operam no trecho que vai da estação do Largo da Carioca até a Praça Odylo Costa Neto, passando pelo Largo dos Guimarães, trecho central e com mais atrativos no bairro”, disse o secretário.
Atualmente o custeio dos bondes é feito com recursos da tarifa turística, R$ 20 (ida e volta). Esse valor cobre as despesas com conta de luz, troca de peças, manutenção e carteirinha para garantir a gratuidade dos moradores do bairro. “No primeiro trimestre desse ano, a receita com a utilização do bonde foi de R$ 426.360,00, 42% superior ao mesmo período do ano passado”, apontou Rodrigo Vieira. O secretário disse ainda que o número de passageiros transportados também cresceu em relação ao ano passado. “Houve um aumento de 40% no volume de passageiros. Nos últimos 15 meses, foram transportadas 300 mil pessoas, 25% gratuitas”, disse.
Em 2011, o bonde de Santa Teresa descarrilou, deixando cinco mortos e 57 feridos. Em 2012, o governo publicou dois editais, um previa a construção de 9,8 quilômetros de via e o outro, a compra de 14 bondes. Até o momento, menos de quatro quilômetros foram finalizados e apenas cinco bondes comprados.
Moradores contestam informações do secretário
Moradores do bairro se mostraram insatisfeitos com a atual situação dos bondes. O presidente da Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), Paulo Saad, disse que não contemplar recursos no orçamento para finalizar as obras de expansão do bonde é uma decisão política. “O que temos hoje é um sistema precário que tem uma jornada diária pequena e um trecho limitadíssimo. Hoje o sistema de bondes atende menos de 1/4 do que o bairro necessita”, reclamou.
Segundo Saad, os 2.776 moradores cadastrados para utilizar gratuitamente o transporte comprovam que o bonde não atende às necessidades do bairro. “Considerando que se tem 40 mil domicílios em Santa Teresa, sem contar com as comunidades ao redor, podemos perceber que esse transporte histórico, que tem a ver com a identidade de Santa Teresa, hoje não contempla a população do bairro. No dia a dia de trabalho ninguém pode esperar um intervalo de no mínimo 15 minutos para se deslocar e o trecho de operação do bonde ainda é muito curto”, explicou.
Presidente da CPI quer ouvir ex-secretário Julio Lopes
Presidente da CPI, deputado Eliomar Coelho (PSol), convocou o deputado federal e ex-secretário de Transportes, Julio Lopes, para uma oitiva nesta sexta-feira (13/04). “Ainda não tivemos confirmação da presença do deputado. Para avançarmos, é importante ouvirmos o que ele tem a dizer. Caso ele não compareça, a comissão vai procurar o departamento jurídico da Alerj para saber que medidas podem ser tomadas”, disse o parlamentar.


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