05/07/2018 - O Globo
RIO — As obras de expansão do bondinho de Santa Teresa,
paradas há pelo menos dois anos, por causa da crise financeira do estado,
finalmente devem sair do papel. O governo anunciou que retomará a ampliação do
sistema até o fim do mês. O novo trajeto de 3 km, entre a Praça Odylo Costa
Neto, no Largo dos Guimarães, e o Largo do França, deverá ficar pronto em 120
dias. A informação foi divulgada na última quarta-feira (4), no blog do
colunista Ancelmo Gois.
Os reparos num dos símbolos do bairro começaram em 2013,
dois anos após o acidente que deixou seis pessoas mortas. O trecho percorrido
atualmente pelo bonde é de apenas 4 km — entre o Largo da Carioca, no Centro, e
a Praça Odylo Costa Neto, no Largo dos Guimarães — e deixa muitos moradores
desamparados:
— Desde o acidente, o Largo das Neves está abandonado,
porque era o bondinho que levava os turistas até lá. Havia muitas atrações
culturais. Hoje, ainda existe um evento ou outro, mas o largo não enche mais
como antes — lamentou Eduardo Anunciação, que mora há 32 anos em Santa Teresa.
— Pena que essa fase de ampliação não contempla todo o bairro, mas já ficamos
animados em saber que o bondinho está voltando, mesmo que lentamente.
PROBLEMAS MARCAM A VOLTA DO TRANSPORTE
O Consórcio Elmo/Azvi continuará responsável pela execução
da obra de ampliação, que já apresentou diversos problemas desde que foi
iniciada. Em depoimento, em maio, aos membros da CPI da Alerj que investiga
irregularidades no setor de transportes, o presidente da Companhia Estadual de
Engenharia, Transportes e Logística do Rio (Central), Rogério Azambuja, afirmou
que, dos dez quilômetros de trilhos que deveriam ter sido construídos em Santa
Teresa, somente quatro haviam sido finalizados.
Azambuja também contou que, das 14 composições previstas
para o sistema, apenas cinco foram adquiridas. Destas, só três eram usadas à
época pelo público, já que dois bondinhos ficavam, segundo Azambuja, de
reserva.
A CADA DIA, 74 VIAGENS
O presidente da Central afirmou ainda durante a CPI que
seriam necessários R$ 100 milhões para que fossem comprados novos bondinhos e
os trilhos chegassem até o Silvestre. Quando começou, a obra foi orçada em R$
58,6 milhões.
Ontem, a Secretaria de Estado de Transportes informou que,
atualmente, há cinco bondes em funcionamento, quantidade que, segundo o órgão,
é suficiente para atender à demanda. São oferecidas, segundo o governo, cerca
de 74 viagens por dia. A média de ocupação dos 2.368 lugares é de 44%. A pasta
acredita que os números são positivos e “demonstram a aprovação do serviço pela
população”.
Moradores de Santa Teresa cadastrados têm direito a viagens
gratuitas, assim como estudantes da rede pública uniformizados e pessoas acima
de 65 anos. As despesas com funcionários e manutenção do sistema são pagas com
a venda de passagens para turistas, que custam R$ 20 (ida e volta).
- Fonte:
https://oglobo.globo.com/rio/obra-de-expansao-do-bonde-de-santa-teresa-sera-retomada-pelo-estado-22853134
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