11/03/2019 person O
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Japoneses da Mitsui
fecham acordo de compra da SuperVia por R$ 800 milhões
Um ano após negociações, a SuperVia, empresa que opera trens
urbanos em 12 municípios do Rio de Janeiro, transportando 600 mil passageiros
por dia, vai, finalmente, mudar de mãos. O Cade, que regula a concorrência no
Brasil, recomendou no último dia 06 de
março a aprovação da aquisição pelo conglomerado japonês Mitsui das ações em
poder da Odebrecht TransPort, atual controladora indireta da companhia. O
negócio é estimado, segundo uma fonte, em cerca de R$ 800 milhões. Com o aval
do Cade, o negócio deve ser concluído no fim de abril deste ano, ressaltou essa
mesma fonte.
No último dia 28 de fevereiro, a Supervia informou que os
dois acionistas firmaram acordo de compra e venda das ações. Após a conclusão
da transação, a Odebrecht Transport vai reduzir sua participação indireta de
72,8% para 11,33% dos papéis da concessão ferroviária. E a Mitsui -
através de sua controlada Gumi - ficará
com os 88,67% restantes.
Dona de uma dívida de cerca de R$ 1,5 bilhão, o negócio deve
ser aprovado pelos bancos credores, como Itaú e Bradesco, e o governo do Estado
do Rio, por se tratar de uma concessão. A Mitsui havia feito uma proposta à
Odebrecht em novembro do ano passado.
A fatia da Mitsui na
SuperVia se dava de forma indireta. O grupo japonês, ao lado de outras duas
empresas do Japão, tem 40% da Odebrecht Mobilidade que, por sua vez, tinha 60%
da SuperVia.
A expectativa com o novo dono é que a SuperVia consiga aumentar os
investimentos, melhorar a qualidade de
seus serviços e equacionar suas dívidas. Entre as queixas mais frequentes dos
usuários estão vagões lotados em viagens mais longas e em horários de pico,
enquanto nos fins de semana a frequência das saídas é reduzida.
Em parecer, o Cade disse que pode haver uma potencial
integração entre a Mitsui e a Supervia com a compra de produtos. "Tal
relação, porém, não seria capaz de gerar preocupação de ordem concorrencial. A
participação da Mitsui nesse segmento no Brasil é insignificante", disse o
Cade. Segundo um especialista, a Mitsui pode dar novo impulso à SuperVia. Isso
porque recentemente a Mitsui vendeu parte dos 40% de suas ações na Odebrecht
Mobilidade para empresas japonesas que atuam no setor. Ou seja, indiretamente,
segundo o Cade, a Mitsui já tem 24% das ações da SuperVia.
- Uma dessas empresas é a West Japan Railway, que transporta
mais de 5 milhões passageiros por dia no
Japão. Além disso, a Mitsui também vendeu parte das ações da Odebrecht
Mobilidade para a Empresa Japonesa de Investimento em Infraestrutura de
Transporte e Desenvolvimento Urbano no Exterior, com foco em transporte. A
expectativa é que a SuperVia passe a ter uma nova gestão com sócios
especializados no setor - disse esse analista.
Mitsui atua em energia e alimentos
A SuperVia já estava à venda há pelos menos dois anos. Nesse
período, chegaram a analisar a companhia o fundo soberano dos Emirados Árabes,
Mubadala, um consórcio formado pela brasileira Starboard Restructuring
Partners, que tem o fundo americano Apollo como acionista, e o grupo brasileiro
RTM Brasil, composto por executivos do setor financeiro e de transporte.
No Brasil, a Mitsui atua em vários segmentos. A empresa tem
atuação nos setores, além de mobilidade, químico, de energia e TI. Na área de alimentos, a japonesa vende café no
Brasil com a marca "Café Brasileiro". É dona ainda da Agrícola Xingu,
empresa que atua no agronegócio, por meio do cultivo de lavouras na produção de
commodities agrícolas e processos industriais para o beneficiamento de algodão
e sementes de soja.
Na área de transporte, a companhia já forneceu equipamentos
e composições para o metrô de Salvador. Além disso, a empresa tem projetos para o Metrô de São
Paulo. No setor automotivo, através de
uma empresa chamada Veloce, a companhia forneces soluções para as montadoras,
importando peças pelos escritórios no exterior, e serviços de logística.
Fonte:
https://oglobo.globo.com/economia/japoneses-da-mitsui-f...
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