O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, admitiu que a Linha 13 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que vai ligar São Paulo ao Aeroporto de Guarulhos, pode não ficar pronta para a Copa do Mundo de 2014. “Tudo pode acontecer”, disse.
O secretário reiterou, no entanto, que a secretaria trabalha para que a obra fique pronta no prazo. “Ainda não desistimos [desse prazo], estamos correndo com todo gás”, afirmou. Segundo Fernandes, o Consórcio Invepar, que assumiu a administração do Aeroporto de Cumbica, já demonstrou interesse em participar do projeto que vai ligar Cumbica, em Guarulhos, à Linha 12 da CPTM – possibilitando que passageiros do aeroporto cheguem à capital paulista por meio da rede metroferroviária.
O Consórcio Invepar, ainda segundo o secretário, também solicitou a mudança do local planejado para a estação, para a instalação de um centro de convenções junto ao aeroporto. “Estamos estudando as possibilidades”, afirma. A entrega da obra que prevê 12 quilômetros de extensão entre a Estação Engenheiro Goulart (Linha 12-Safira) e o aeroporto depende, de acordo com Fernandes, das desapropriações e da velocidade da obra no tempo previsto. “Pode não ficar pronto, assim como pode estar concluído [para a Copa]”, afirmou. As obras são executadas pelo Grupo Consultor EPC, que venceu a licitação em abril, apresentando projeto no valor de R$ 22,3 milhões.
O secretário lembrou que há 55 quilômetros de obras de metrô contratadas e que deste total 30 quilômetros serão entregues em 2014, quando há eleição para o governo do Estado. “O fato de entregarmos 4,5 quilômetros em 2013 e a maior parte em 2014 não tem a ver com eleições. Gostaria de entregar tudo hoje, mas as obras têm um ritmo”, ressaltou, lembrando que em 2013 haverá entrega de 15 estações da CPTM que estão sendo reformadas.
Os recursos necessários para a execução das obras de ampliação de metrô e CPTM chegam a R$ 45 bilhões, dos quais R$ 7 bilhões saem do orçamento do Estado; R$ 23 bilhões de financiamentos junto a bancos sociais; e R$ 15 bilhões da iniciativa privada. “Estamos tentando todos os caminhos possíveis. A tendência é que a iniciativa privada caminhe mais rápido com seus projetos.”
Para o presidente da Via Quatro, Luiz Valença de Oliveira, que administra a Linha 4-Amarela, em São Paulo, a celeridade da execução da iniciativa privada ocorre por conta do modelo do negócio. “As empresas têm interesse que obras saiam mais rápido para que tenham retorno. Enquanto não há passageiros usando não temos lucro.”
Valença disse ainda que os acionistas da Via Quatro – CCR e Odebrecht TransPort – têm interesse tanto nos novos projetos de administração e construção de novas linhas de metrô quanto nos trens regionais que vão ligar São Paulo a Jundiaí, Santos e Sorocaba. “O processo dos trens e do metrô é parecido. Temos interesse em projetos que possuem forma e estrutura vantajosa”, afirmou.
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