15/01/2018Notícias do Setor ANPTrilhos
Propostas para expansão da linha de Ceilândia e construção
da primeira estação na Asa Norte estão sob análise pelo Ministério das Cidades,
que liberou R$ 275,5 milhões para trecho de Samambaia
Após garantir o recebimento de R$ 275,5 milhões do
Ministério das Cidades para a expansão do metrô em Samambaia, o Palácio do
Buriti aguarda o sinal verde do órgão federal para outros dois projetos: a
ampliação em 3,2 km da via dos trens em Ceilândia e a construção da primeira
estação da Asa Norte. Pelas estimativas do Executivo local, as obras custariam
R$ 354,4 milhões aos cofres da União e R$ 51,4 milhões aos caixas do GDF,
totalizando R$ 405,8 milhões. A promessa do aumento da cobertura do transporte
sobre trilhos perdura desde meados de 2009, quando o Distrito Federal foi
incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade.
O GDF entregou as duas propostas ao Ministério das Cidades
em junho de 2015, junto ao projeto relativo à expansão do sistema em Samambaia.
Em Ceilândia, estima-se a construção de duas estações para garantir o alcance
aos moradores do Setor O. A linha da Asa Norte, por sua vez, ficará próxima ao
hospital regional da cidade. O governo espera receber uma resposta sobre as
proposições até o próximo ano. No meio tempo, técnicos trabalham no
planejamento de outras oito estações, entre a SQN 103 e o Terminal da Asa
Norte.
De forma paralela, o GDF pretende finalizar, entre junho e
agosto, as obras nas estações inoperantes da 106 e 110 Sul, além da Estrada
Parque, entre Taguatinga e Águas Claras. O governo, contudo, não prevê recursos
para colocar em funcionamento as paradas da 104 Sul e Onoyama, situada entre as
estações Praça do Relógio e Centro Metropolitano, conforme previsto no plano de
governo, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — o Executivo local
pretende pleitear o valor necessário para essas reformas com a União e bancos.
Diretor-presidente da Companhia do Metropolitano do Distrito
Federal (Metrô/DF), Marcelo Dourado afirma que o governo investirá cerca de R$
38 milhões na conclusão das obras previstas. “O GDF conseguiu um aporte de
recursos do Banco do Brasil e estamos na fase final do processo licitatório.
Apenas com a finalização da estação Estrada Parque, beneficiaremos estudantes
de cinco a seis universidades”, garantiu.
Samambaia
A previsão é que as obras da expansão do transporte sobre
trilhos de Samambaia comece em novembro. O projeto completo, que inclui a
modernização do sistema, prevê investimentos de cerca de R$ 315 milhões — R$
275 milhões provenientes do orçamento-geral da União e R$ 40 milhões do GDF. O
valor, contudo, pode cair, a depender do resultado do processo licitatório,
cuja previsão de lançamento é junho.
As obras devem durar cerca de três anos e os recursos serão
liberados pelo governo federal conforme os avanços da construção. Hoje,
Samambaia conta com três outras estações: Furnas, Samambaia Sul e Terminal. As
novas paradas serão construídas nas quadras 111, próximo à Feira Livre, e 117,
ao lado da Vila Olímpica Rei Pelé. Dourado estima que 30% da população da
cidade seja beneficiada com a expansão. “Serão cerca de 78 mil pessoas afetadas
direta ou indiretamente”, ressaltou.
Especialista em políticas públicas de transportes e
pesquisador da Universidade de Brasília (UNB), Artur Morais vê o investimento
com bons olhos. De acordo com o professor, além de melhorar as condições de
acesso da população ao sistema, a iniciativa vai incrementar a valorização do
imóvel na região. “A média de aumento no valor de unidades residenciais ou
comerciais é de 15%. Outro ponto positivo é que as pessoas que trabalham fora e
precisavam pegar um ônibus e, depois o metrô, economizarão tempo e dinheiro”,
frisou.
Estudo da Companhia de Planejamento do Distrito Federal
(Codeplan), a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) aponta que
grande parte dos moradores de Samambaia tem empregos fora da região
administrativa. Entre os habitantes, 29,59% trabalham no Plano Piloto; 9,23% em
Taguatinga e 8,20% e outras localidades. A estimativa, portanto, é que o
aumento do alcance das linhas de metrô, desafogue a demanda dos ônibus, por
exemplo, que levam 46,86% residentes da cidade ao trabalho.
Mais recursos
O orçamento do Metrô para este ano, que ficou em torno de R$
416 de milhões, pode crescer. No projeto de lei encaminhado à Câmara
Legislativa que detalha o uso do R$ 1,4 bilhão economizado com a reforma da
previdência e incrementado com o recebimento de precatórios, consta a
destinação de R$ 18,4 milhões ao órgão. O valor será usado na reforma de
estações. A de Arniqueiras, em Águas Claras, passará por melhorias na
acessibilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário