08/01/2018Notícias do Setor ANPTrilhos
Quase cinco meses depois da realização de uma nova licitação
para dar continuidade às obras, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT)
Parangaba-Mucuripe deve ter mais um trecho finalizado até o fim do próximo mês.
Dividido em três partes e com 66,2% de execução, o modal
funciona em operação assistida desde julho do ano passado no trecho de 5 km de
extensão entre as estações Parangaba e Borges de Melo. Em fevereiro, a previsão
da Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) é entregar a parcela que
corresponde à construção da passagem inferior da Avenida Borges de Melo, que
tem 90% dos trabalhos concluídos.
Após o término da nova leva de intervenções, apenas uma
etapa do ramal ficará com entrega pendente. Trata-se do terceiro trecho,
situado entre as estações Borges de Melo e Iate, que inclui outras cinco
plataformas.
Destas, apenas a estação Mucuripe ainda não teve obras
iniciadas. Já a estação Antônio Sales é a que se encontra em estágio mais
avançado, com mais de 99% dos trabalhos executados.
Segundo a Seinfra, o trecho entre as estações São João do
Tauape e Borges de Melo está em operação experimental, funcionando sem
passageiros. O teste servirá para alinhar e nivelar a linha férrea. O órgão não
informou quando começará a operação com usuários, mas destacou que a
expectativa é entregar toda a terceira etapa do modal até o fim de 2018.
Essa é a única parcela do VLT que ainda possui
desapropriações em andamento. De acordo com a Seinfra, o projeto do ramal prevê
2.600 imóveis desapropriados. Desses, 10% não foram desocupados, todos no
terceiro trecho de obras.
Operação assistida
Com intervenções já finalizadas, o segundo trecho do VLT,
entre as estações Parangaba e Borges de Melo, funciona em operação assistida
desde o último mês de julho. Conforme a Seinfra, até o dia 27 dezembro, 66.406
passageiros haviam sido transportados pelo modal.
A operação assistida acontece de segunda a sexta-feira, no
período que vai das 6h até o meio-dia. O transporte dos passageiros é feito de
forma gratuita.
O atraso na entrega dos demais trechos se deve às seguidas
paralisações das obras, ocasionadas por problemas contratuais com as empresas
selecionadas para executar os trabalhos. Em agosto, após um distrato com o
consórcio responsável pelas intervenções no terceiro trecho, uma nova licitação
foi realizada para dar continuidade à obra.
O trecho foi dividido em três lotes de licitação. O lote I
corresponde à construção de quatro viadutos ferroviários na região das avenidas
Rui Barbosa, Antônio Sales, Dom Luís e na Rua Aderbal Nunes Ferreira; de um
elevado à altura da Avenida Aguanambi; e de duas pontes sobre o riacho do
bairro São João do Tauape. O segundo lote inclui a construção e conclusão de
seis estações e três passarelas. Já o terceiro se refere às obras nas vias
férreas e acessos.
Histórico
Antes disso, em 2014, o Governo do Estado rompeu o contrato
com o primeiro consórcio à frente das obras do ramal, que fazia parte do pacote
de projetos de mobilidade para a Copa do Mundo no Brasil, naquele mesmo ano. A
quebra do acordo foi atribuída ao descumprimento de prazos por parte das
empresas. Os trabalhos só foram retomados em 2015, com a realização de outra
licitação.
O VLT Parangaba-Mucuripe deverá passar por 22 bairros de
Fortaleza e atender mais de 500 mil moradores da Capital. Ao todo, o projeto
conta com 10 estações, distribuídas ao longo de 13,6 km de extensão. A previsão
da Seinfra é que o percurso de uma extremidade à outra da linha seja percorrido
em aproximadamente 30 minutos, com intervalo de sete minutos entre veículos, em
média.
O transporte terá, ainda, integração com outros modais na
Capital. A estação Parangaba possibilitará a ligação do ramal com o terminal de
ônibus do bairro e a Linha Sul do Metrô de Fortaleza. Já a estação Papicu será
conectada à Linha Leste do Metrô e ao terminal rodoviário da região.
03/01/2018 – Diário do Nordeste
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