03/11/2021 G1 Notícias da Imprensa
Monotrilho da Linha 15-Prata — Foto: Marcos A. Silva/ Metrô/Divulgação
G1 – O monotrilho da
Linha-15 Prata ficou 159 dias com a operação paralisada de 2019 a outubro deste
ano, de acordo com levantamento feito pelo SP2. Em 97 desses dias, a
paralisação foi total.
Nesta terça-feira
(2), a linha vai funcionar só a partir das 16h. A paralisação, segundo o Metrô,
é por causa dos testes para que a estação Jardim Colonial entre em
funcionamento. Os ônibus do sistema Paese vão fazer o trajeto para os
passageiros que utilizam o monotilho.
Um acidente chama a
atenção do Ministério Público em especial. Um inquérito foi aberto pela
Promotoria de Justiça do Patrimônio Público para investigar a obra após o
estouro de pneus de uma das composições ter resultado na paralisação completa
da linha por três meses em 2020. O processo também menciona a colisão entre
dois trens que ocorreu em 2019 e uma sequência de falhas na linha em 2020.
“Conclui-se que a
Linha 15 – Prata possuía problemas de projeto e execução nas obras civis que
levaram a irregularidades na via-guia, bem como, problemas de projeto e fabricação
e montagem dos trens e seus componentes, resultando em interferência entre o
run flat e superfície interna da banda de rodagem dos pneus, sendo a combinação
destes dois fatores a causa do estouro do pneu da composição M20”, diz o
relatório do Ministério Público.
De acordo com o MP,
entendeu-se que as irregularidades encontradas são de responsabilidade das
empresas que formam o Consórcio Monotrilho Leste: Construtora Queiroz Galvão,
Construtora OAS, Bombardier Transit Corporation e Bombardier Transportation
Brasil.
No dia 27 de
fevereiro de 2020, cinco pneus estouraram e todos os trens da linha foram
recolhidos para análise. A linha foi interditada completamente no dia 29 de
fevereiro, e a operação só foi retomada parcialmente em junho de 2020.
Os pneus do
monotrilho funcionam com o sistema “run flat”, com um reforço de borracha.
Análise técnica apresentada pelo próprio Consórcio já havia identificado que o
problema da ruptura ocorreu devido ao toque entre o dispositivo “run flat” e a
face interna do pneu de carga.
Segundo o relatório
do MP, a folga entre os pneus e os dispositivos de “run flat” do monotrilho é
inferior à necessária, “com riscos de superaquecimento, rupturas, projeção e
queda de elementos, como o ocorrido em 27/02/2020”.
O promotor Silvio
Marques, responsável pelo inquérito, solicitou novas informações ao Metrô e às
empresas do Consórcio sobre a segurança da Linha-15 e prejuízos sofridos pelo
erário.
Em nota enviada ao
g1, o Consórcio Expresso Monotrilho Leste informou que “vem prestando todos os
esclarecimentos solicitados”.
Já o Metrô afirmou
que multou as empresas pelas falhas encontradas. “A conclusão do Ministério
Público de que o Consórcio CEML é o responsável pelas inconformidades que
levaram aos danos nos pneus de um dos trens da Linha 15, e posterior
substituição das peças de outras composições, vai ao encontro do que foi
constatado pelo Metrô à época, que inclusive multou essa empresa pelas falhas
encontradas”, diz.
Histórico de falhas
Em janeiro de 2020, a Linha-15 Prata foi recordista de falhas no sistema de
trilhos da cidade. Levantamento feito pela TV Globo com base nas informações do
Metrô apontou que a linha teve operação normal em 76,4% do tempo, ou seja, a
cada quatro horas de funcionamento, uma foi atípica.
Logo no início do
ano, a Linha 15-Prata enfrentou falhas que duraram mais de quatro dias. Por
conta de problema na altura da estação São Lucas, na Zona Leste, os trens
circulavam com lentidão e maior tempo de parada.
Em 2019, foram 27
dias com funcionamento em operação parcial. O caso mais grave foi de uma
colisão entre dois trens em uma área de manobra. O acidente ocorreu nos trilhos
que passam sobre a Avenida Sapopemba. Não houve feridos.
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