Hoje saiu no jornal Metro uma reportagem com esse título, que demonstra na realidade a falta de competência de nossos governantes.
Nem a existência de dinheiro público disponível tem conseguido mudar o retrato do atraso das obras da Copa do Mundo de 2014. Faltando 15 meses para o pontapé inicial do evento, um relatório do Tribunal de Contas da União – TCU revela que 37% dos recursos destinados à construção de estádios e 73% dos previstos para obras de mobilidade urbana estão disponíveis, mas não saem dos cofres públicos.
Considerados os principais legados do evento, as obras de construção de metrôs, de corredores rodoviários ou de alternativas de transportes, como VLT e BRT, correm o risco de serem apenas parcialmente concluídas.
No Rio de Janeiro, o governo faz obras em muitas frentes e manda demolir estádios e infra-estruturas urbanas construídas no passado, como se o dinheiro público desse em árvores. Entre outros imóveis, vai demolir o conjunto de piscinas Maria Lenke, o mais importante centro aquático da cidade e construído para os Jogos Pan Americanos, e o Estádio do Maracanãzinho, que deveria estar incluído na lista de bens constantes do patrimônio histórico da cidade. Enquanto isso, outras obras recentes estão caindo, como os apartamentos construídos para abrigar os atletas dos Jogos Pan Americano, na Zona Oeste, e o Estádio do Engenhão, principal estádio de futebol da cidade, uma vez que o Maracanã encontra-se em obras. Devemos acrescentar a esta lista o Elevado do Joá, principal via de ligação entre a Zona Sul e a Barra da Tijuca, que está com seus pilares abalados, corroídos pela ferrugem, cuja velocidade máxima permitida atualmente é de 60 km/h, apesar de fazer parte de uma via expressa de 80 km/h de velocidade.
No quadro a seguir apresentamos o andamento das obras de mobilidade urbana no país:
CIDADE CONTRATADO LIBERADO EXECUTADO
(R$ MILHÕES) (R$ MILHÕES) (%)
Cuiabá 454,7 59 13
Belo Horizonte 1020 423 41,4
Porto Alegre 398 0 0
Curitiba 310 27,6 8,9
Brasília 98 0 0
Recife 678 297 43,8
Natal 293 0 0
Fortaleza 409,8 28,7 7
Rio de Janeiro 1.170 472 40
TOTAL 4.800 1.300 27
Observação: São Paulo, Salvador e Manaus são cidades-sede sem obras de mobilidade urbana incluídas no programa.