Vagões do VLT estão parados em Várzea Grande desde
2014; obra, que foi iniciada em 2012, segue sem prazo para ser concluída (Foto:
Edson Rodrigues/Secopa)
Operação da Polícia Federal apura suposto esquema de pagamento de
propina em obra orçada em mais de R$ 1 bilhão. Obra está parada desde dezembro
de 2014.
Por
Lislaine dos Anjos, G1 MT
09/08/2017 14h41 Atualizado há 1 hora
O governo estadual anunciou, nesta quarta-feira
(9), a suspensão do diálogo que mantinha com o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea
Grande para a retomada da obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que estão
paradas por força de decisão judicial desde dezembro de 2014. A medida foi
anunciada após a Polícia Federal deflagrar a Operação Descarrilho, contra fraudes na obra que já consumiu mais de R$
1 bilhão dos cofres públicos.
A operação investiga um suposto esquema de propina
envolvendo representantes de empresas responsáveis pela obra e o desvio de
verba por meio de empresas contratadas pelo Consórcio VLT.
Ao todo, são cumpridos 19 mandados, sendo um de condução coercitiva contra
o ex-secretário extraordinário da Copa do Mundo (Secopa), Maurício Guimarães, e 18 de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
Segundo o governo do estado, a decisão pela
suspensão das negociações com o consórcio foi tomada acatando posicionamento da
Secretaria de Cidades (Secid), Procuradoria Geral do Estado (PGE) e
Controladoria Geral do Estado (CGE).
De acordo com a PF, a operação apura crimes de
fraude em procedimentos licitatórios, associação criminosa, corrupção ativa e
passiva, peculato e lavagem de capitais que teriam ocorrido durante a escolha
do modal VLT e a execução da obra na capital mato-grossense, visando à Copa do
Mundo de 2014.
A obra
Com R$ 1 bilhão já investido, a obra do Veículo
Leve sobre Trilhos (VLT), que deveria ter ficado pronta até junho
de 2014, completou dois anos e sete
meses parada.
Conforme o governo, o maior impasse é em relação ao
custo para concluir o projeto. O estado diz já ter repassado R$ 1.066 bilhão às
empresas e que o consórcio chegou a pedir mais R$ 1,2 bilhão para terminá-la.
Inicialmente, esse projeto estava orçado em R$ 1,4 bilhão. Ou seja, a obra
sairia pelo dobro do orçamento inicial.
No mês passado, o governo do estado e o Consórcio VLT
pediram à Justiça Federal mais 30 dias para apresentarem uma nova proposta de
acordo para a retomada das obras do VLT em Cuiabá e Várzea Grande. Os ministérios públicos
Estadual e Federal já se manifestaram, por duas vezes, contrários ao acordo
selado pelo governo e o consórcio construtor em março deste ano.
Entre os pontos de discordância também está o valor
para a retomada das obras. De acordo com um estudo de uma empresa contratada
pelo governo, seriam necessários R$ 922,7 milhões para a retomada da
implantação.
O acordo para a retomada das obras do VLT precisa
do parecer favorável dos MPs e da homologação da Justiça para ser colocado em
prática. As obras estão paradas desde dezembro de 2014, por força de decisão
judicial.
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