04/09/2017 - G1
A Justiça determinou que obras de emergência na fachada da
estação da Leopoldina, no Centro do Rio, sejam realizadas no imóvel. O local,
que está fechado ao público desde 2001, tem rachaduras nas paredes e sinais de
abandono.
A Justiça determinou que o estado do Rio de Janeiro e a
União - proprietários do prédio - botem redes de contenção na fachada, para
evitar a queda de reboco e que comecem as obras emergenciais em 30 dias. Também
mandou a Supervia instalar suportes para evitar o desabamento da marquise. A
multa por descumprimento das decisões é de R$ 10 mil por dia.
Uma exposição de fotos lembra o passado do antigo terminal e
a última tentativa de ocupação, no final de 2015, quando a secretaria estadual
de Transportes chegou a funcionar por dois meses.
A exposição foi montada em 2016 para comemorar os 90 anos da
estação. As fotos antigas fazem um grande contraste com a situação atual.
Imagens antigas da charutaria fazem um contraste com as instalações atuais, que
estão com todas as vitrines quebradas.
No local, há ainda os restos de uma estrutura que foi usada
como um bar, durante uma festa. A Supervia alugou a estação para vários
eventos, episódios que foram lembrados na última decisão judicial. O relator da
liminar no Tribunal Regional Federal disse que a locação do imóvel pela
Supervia para eventos de grande porte acabou causando danos no local.
Uma rede já reveste a fachada e a cobertura da entrada foi
escorada. No entanto, a reforma geral depende de uma nova vistoria e de um
projeto aprovado pelos órgãos de patrimônio histórico do Estado e da União.
Nós esperamos que o Estado, a União e a Supervia se
conscientizem da importância histórica desse prédio, para além do processo
judicial. As reformas que precisam ser feitas não são reformas profundas. O
prédio não está sendo ameaçado de desabamento, mas ele precisa passar por um
processo de restauração para que ele volte a ser usado. É isso que a gente
quer, é isso que a gente vai continuar buscando”, disse o procurador da
República, Sérgio Suiama.
Há quase 80 anos, a estrada de ferro Leopoldina teve três
mil quilômetros, cortando três estados. Os trens de subúrbio partiam em direção
à Penha, passavam por Duque de Caxias e seguiam até Inhomirim. Nas viagens de
longo percurso, os trens iam até vitória, no Espírito Santo e Caratinga, em
Minas Gerais.
“Essa hora parecia um formigueiro de gente para pegar trem
aí. Ia para Caxias, Saracuruna, Piabetá. Faz falta demais”, lembrou o taxista
José Carlos da Silva.
A Companhia Estadual de Engenharia de Transportes disse que
a decisão está sendo cumprida e que o estado estuda como fazer as obras
emergenciais. A Supervia informou que também já botou os suportes na marquise.
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