terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Metrô de São Paulo encomendará 63 novos trens em 2022

 16/12/2021 Metrô CPTM Notícias da Imprensa

Trens que operam na Linha 2-Verde (Jean Carlos)

Metrô CPTM – O Metrô de São Paulo se prepara expandir sua frota de trens como há tempos não se via. A companhia deve dar luz verde para receber 63 novos trens em duas encomendas em 2022 a fim de reforçar as linhas 2-Verde e 15-Prata nos próximos anos.

A novidade, trazida pelo diretor de engenharia e planejamento do Metrô, Paulo Meca, nesta semana em entrevista à ABIFER, é que ambos os processos deverão ser resolvidos ainda no ano que vem.

O primeiro escopo já está bem adiantado e envolve um novo lote de trens Innovia 300 de monotrilho para a Linha 15. O governo já havia mencionado que 19 composições serão fabricadas nos próximos anos a fim de complementar a atual frota de 27 trens e dar conta da demanda que será trazida pela expansão do ramal até Ipiranga de um lado e Jacu Pêssego do outro.

A questão, nesse caso, se resumia a chegar a um acordo com a Alstom, que assumiu a Bombardier, fornecedora do modelo. Quando assinou contrato com o consórcio CEML, o Metrô fez um pedido de 54 trens Innovia 300, mas apenas metade foi construída até agora.

Segundo Meca, a companhia está finalizando o ajuste de cronograma para que a nova leva de 19 trens comece a ser fabricada.

Não se sabe ainda se a Alstom irá montar os novos monotrilhos em Hortolândia, como da primeira vez, ou se concentrará toda a produção em Taubaté, unidade que será responsável por fornecer os trens da Linha 6-Laranja e a nova frota da ViaMobilidade Linhas 8 e 9.

A princípio, o reforço de modelos Innovia 300 só deverá ser necessário daqui a cerca de dois ou três anos, quando as novas fases de expansão estiverem próximas de serem entregues e também por conta do amadurecimento da operação do ramal.

Novos trens de bitola de 1.600 mm
Já a encomenda de 44 trens para a Linha 2-Verde marca a retomada de pedidos de composições equipadas com alimentação de energia por terceiro trilho e bitola de 1.600 mm, padrão que foi abandonado nos novos projetos. Desde a introdução da Frota H, concluída no final de 2011, o Metrô não recebe um trem novo para as suas linhas de maior porte.

Segundo Meca, a nova frota deve ter o edital publicado até março ou abril, dependendo apenas de autorização do governo federal para um financiamento feito pelo Banco Mundial.

Apesar da prioridade em reforçar a Linha 2, que ganhará mais 8 km até 2026, a frota de trens deve permitir o aumento do número de trens disponíveis nas linhas 1 e 3, mesmo que seja pelo repasse de unidades mais antigas.

Algumas perguntas serão respondidas quando o edital for publicado como se haverá passagem entre os vagões, como ocorre nas novas frotas, e a adoção de nível de automação GoA4, que permite trens sem operador, como na Linha 4-Amarela e na Linha 15-Prata.

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/metro-de-sao-paulo-encomendara-63-novos-trens-em-2022/

 

Verba do Aeroporto Carlos Prates vai para construção do metrô de BH

 17/12/2021 O Tempo Notícias da Imprensa

Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, deve ter operação encerrada no próximo dia 31

O Tempo (MG) – Após o encerramento das atividades do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, a União vai ceder a área de 58 hectares para construção, por exemplo, de empreendimentos imobiliários. A verba arrecadada, segundo o governo federal, será destinada para construção da linha 2 do metrô da capital mineira.

De acordo com o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, ligado ao Ministério da Economia, Diogo Mac Cord de Faria, disse que o governo precisa de dinheiro para chegar ao valor bilionário para a ampliação do metrô.

“Outro fato foi toda organização para viabilizar a privatização da CBTU, que vai precisar de injeção de recursos federais na ordem de R$ 2,8 bilhões. O projeto da CBTU requer investimento de R$ 3,8 bilhões para, justamente, garantir uma tarifa baixa, justa para a população local. (O Metrô) vai receber R$ 400 milhões do governo de Minas e R$ 2,8 bilhões do governo federal. Para essa conta fechar, precisamos buscar alternativas para chegar a este volume. Então, uma das áreas para venda foi (do Aeroporto) Carlos Prates”, afirmou Faria.

Mais cedo, representantes do governo federal disseram que tentaram passar operçaão do Aeroporto Carlos Prates para a Prefeitura de Belo Horizonte e ao Governo de Minas, que não demonstraram interesse.

Fonte: https://www.otempo.com.br/politica/congresso/verba-do-aeroporto-carlos-prates-vai-para-construcao-do-metro-de-bh-1.2585075

 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Secretário André Nahaas diz que busca solução para crise no transporte do RJ; Supervia negocia aumento de tarifa

 


10/12/2021 G1 Notícias da Imprensa

Andre Luiz Nahass, novo secretário de Transportes do RJ, fala sobre crise no setor no estado - Foto: Reprodução TV Globo

G1 – Todos os dias acontecem problemas no transporte público de massa do Rio, seja nos trens ou no metrô. No cargo há 15 dias, o atual secretário estadual de Transportes André Luiz Nahaas disse que sua missão é melhorar o transporte e fortalecer o diálogo com as concessionárias.

Nos trens são comuns atrasos, superlotação e violência. A Supervia diz que o número de usuários não é mais o mesmo de antes da pandemia e que precisa de ajuda do governo do estado para continuar a operação. A concessionária também sugeriu um aumento de 40% nas passagens, que de R$ 5 passariam para R$ 7.

O metrô também tem um pedido de socorro financeiro. A concessionária alega que a queda de passageiros gerou um prejuízo milionário. Mas em meio à pressão das concessionárias, é o passageiro que mais sofre com transporte caro e serviço ruim.

“O governador me deu a missão de melhorar a questão do sistema de transporte ferroviário. Então, na verdade o que eu vim buscar e o que tenho feito nesses 15 dias é manter e fortalecer o diálogo com as concessionárias”, disse Nahaas.

Quanto ao pedido da Supervia de um aporte financeiro de mais de R$ 200 milhões e o do Metrô Rio, que fez um pedido de R$ 286 milhões, Nahass disse que é preciso que haja concessão de ambos os lados: estado e empresas.

“A gente espera, com criatividade e com bom senso, chegar a um bom termo no final, sempre margeando novos investimentos, questão tarifária. A população pode ficar tranquila que ela não vai pagar duas vezes pela passagem. O estado não vai medir esforços no sentido de tentar compor um diálogo franco e aberto com as concessionárias”.

O secretário disse que espera que ao final das negociações com a Supervia possa chegar a um acordo para que o usuário do sistema de trens possa pagar o menor preço possível pela tarifa.

“A negociação não trabalha com esse valor de R$ 7. A negociação trabalha com outro valor, mas aí tem que haver uma composição de forma consensual. Ainda estamos negociando, mas obviamente, o valor é bem menor que R$ 7”, disse o secretário sem informar o valor ideal da tarifa.

Nahaas disse que essa negociação já estava em curso com seu antecessor, o ex-secretário Juninho do Pneu. Segundo ele, as negociações passam por questões como investimento do estado e investimentos da Supervia. Ele diz que é importante ter atenção também com a qualidade do serviço.

“As duas partes devem investir no transporte de forma pactuada para que não haja depois dúvidas e que a gente possa ter elementos de controle sobre esses investimentos”, disse o secretário.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/12/09/secretario-andre-nahaas-diz-que-busca-solucao-para-crise-no-transporte-do-rj-supervia-negocia-aumento-de-tarifa.ghtml

 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Com atrasos, sucateamento e violência constante, sistema de trens do RJ ‘saiu dos trilhos’

 08/12/2021 G1 Notícias da Imprensa

 

Problemas que afetam passageiros dos trens vão além do furto de cabos - Reprodução TV Globo

G1 – O passageiro que depende dos trens da SuperVia no Rio de Janeiro vêm sofrendo ao logo dos últimos anos com atrasos constantes nas viagens, sucateamento de material e violência que apavora.

A SuperVia alega que a maioria das paralisações e atrasos nas viagens ocorreu por causa de furtos. E que somente este ano, 30 quilômetros de cabos foram roubados por criminosos. Número quatro vezes maior que em 2020.

Foram roubados não só cabos de energia e sinalização, mas também grampos de ferro que fixam os trilhos. Sem a fixação eles ficam soltos e não suportam o peso dos trens.

De acordo com a SuperVia, 1.100 viagens foram canceladas ou interrompidas desde janeiro por causa desse problema.

O RJ1 teve acesso a um documento da Agência Reguladora de Transportes (Agetransp). Os dados são de janeiro a agosto deste ano. O documento mostra que os problemas enfrentados pelos passageiros vão além da violência.

Ocorreram 95 avarias no sistema elétrico, na rede aérea, na sinalização e nos próprios trens. Isso dá uma média de um a cada dois ou três dias. Também foram registradas seis colisões violentas, chamadas pela Agestransp de abalroamento. O descarrilamento, quando o trem sai do trilho, foi registrado 12 vezes. Ou seja, três a cada dois meses.

Foram registradas também 25 ocorrências de fatores externos, como por exemplo, chuvas fortes ou ventos, obstáculos na via e atropelamentos de animais.

Num relatório da Casa Fluminense, especialistas afirmam que a culpa não é apenas da crise devido à pandemia. E muito menos dos antigos roubos de equipamentos. Segundo o documento, os problemas passam pela falta de transparência do contrato e do lucro da empresa, pela fiscalização falha e pelo contrato de concessão que permite o reajuste de tarifa com base num índice que pode deixar a passagem muito cara.

Na segunda-feira (6), o RJ1 mostrou a sugestão da SuperVia para aumentar o valor da tarifa, de R$ 5 para R$ 7, 40% a mais.

Para a concessionária, essa é uma das alternativas para a empresa tentar reequilibrar as contas. A empresa ainda foi ao governo do estado para tentar uma ajuda de R$ 211 milhões, com a justificativa de queda no número de passageiros durante a pandemia. E espera uma responsa.

O RJ1 pediu uma entrevista com o novo secretário estadual de Transportes, André Luís Nahass, mas a secretaria não responde à solicitação.

Concessão ficará ‘inviável’
Em outro documento obtido pelo RJ1, a SuperVia diz à Agestransp que muito em breve a concessão pode ficar inviável. Ao RJ1, a empresa afirmou que tem uma dívida de R$ 1,2 bilhão.

Em 2019, a empresa, que pertencia à Odebrecht, foi vendida para a Mitsui – um dos maiores conglomerados do Japão – o que inclui até uma empresa de seguros.

Enquanto tenta recuperar o lucro e aumentar a tarifa, muita gente continua embarcando de graça nos trens. É o que acontece em várias estações, como num flagrante feito nesta terça-feira (7), pelo Globocop, em Senador Camará, na Zona Oeste. Os passageiros usavam um buraco no muro da via férrea, aberto há anos.

“É muito perigoso. É muito perigoso. As estações estão sucateadas. A verdade é essa. A gente não tem segurança em nenhuma das estações. São poucas as estações que têm segurança, entendeu? Só as maiores mesmo”, disse um passageiro.

Em apenas um mês foram 21 assaltos e furtos a passageiros, segundo registros da própria SuperVia. A maioria, na Central do Brasil, a principal estação do estado.

Entre o pedido de aumento de passagem, problemas que não acabam e números que assustam ficam os passageiros, que sofrem com tudo isso. .

O governo do estado disse que dialoga com a SuperVia e que busca melhorar os serviços e reequilibrar o contrato, garantindo um aumento com menor impacto para o passageiro. Afirmou também que o índice IGP-M, que deixa a passagem mais cara, está no contrato desde 1998. E que é um dos temas tratados com a concessionária.

A SuperVia disse que a atual gestão age com transparência e informa todas as ocorrências à Agetransp. E, novamente, que tem tido prejuízos com furto de cabos. Declarou também que os furtos de grampos podem causar descarrilamentos. E que se esforça para manter a operação com menor prejuízo possível aos passageiros. A SuperVia novamente disse que foi impactada pela pandemia. E que o IGP-M é o índice previsto no contrato de concessão.

A PM explicou que a força-tarefa criada para combater o crime na linha férrea vai continuar por tempo indeterminado. E que 211 pessoas foram presas em flagrante por crimes, como furto de materiais, porte de armas e tráfico de drogas, além de apreensões.

Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/12/07/com-atrasos-sucateamento-e-violencia-constante-sistema-de-trens-do-rj-saiu-dos-trilhos.ghtml

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Perdas bilionárias nos trens e metrôs

 


01/12/2021 Valor Econômico Notícias da Imprensa

Valor Econômico (Coluna) – As operadoras de metrôs e trens urbanos alcançaram em outubro o maior índice de recuperação de passageiros perdidos ao longo da pandemia. O número de usuários transportados em dias úteis representou 74% da quantidade registrada antes das medidas de distanciamento social. Há seis meses, ainda durante a segunda onda de covid-19 no Brasil, esse indicador estava em 52%.

Essa é a notícia boa no setor. Agora a ruim: as operadoras acumulam perdas tarifárias (diferença entre bilhetagem esperada e efetivamente verificada) de R$ 15 bilhões desde o início da pandemia, de acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). Algumas empresas não conseguem reequilibrar seus contatos e veem a recuperação total da demanda cada vez mais longe no calendário, por causa do trabalho remoto e da crise econômica. O projeto de lei que prevê um novo marco legal para o transporte público, do senador Antonio Anastasia (PSD-MG), pode ajudar. Mas está sem sinais de avanço.

Prejuízo se acumula e passageiros voltam aos poucos

“Temos vários fatores que contribuem para a recuperação dos passageiros: aumento da vacinação, volta do trabalho presencial e alta dos combustíveis, que faz muita gente optar pelo transporte coletivo”, diz o presidente do conselho da ANPTrilhos, Joubert Flores. Para ele, no entanto, a recuperação plena da demanda ainda deve demorar um pouco e talvez nem chegue. “Há especialistas que acreditam em perda permanente, de 15% a 20%, na comparação com o pré-pandemia.”

Outro aspecto que complica o cenário: as seguidas altas da energia elétrica, segundo maior custo operacional das operadoras, atrás apenas da folha de pagamento. Quase todas as empresas do setor estão no mercado livre de energia, com contratos de fornecimento de três a cinco anos, o que ameniza variações abruptas com bandeiras tarifárias e acionamento das térmicas. Mas, para renovar esses contratos em meio à escassez hídrica, vem outra paulada.

Flores explica que as operadoras vivem três situações distintas. Perdas de companhias estatais, como o Metrô de São Paulo e a CPTM, são cobertas – pelo menos parcialmente – pelo orçamento público. A conta vai para o contribuinte. Contratos de concessão ou PPPs mais recentes, como operações de mobilidade do grupo CCR (casos da Linha 4-Amarela em São Paulo ou do metrô de Salvador), têm cláusulas pelas quais o Estado paga a operadora privada quando o número de passageiros fica abaixo de certo patamar. O maior drama é é vivido por quem administra malhas concedidas na década de 1990, como a SuperVia (RJ) e o Metrô do Rio, sem compartilhamento do risco de demanda.

A SuperVia, que administra 270 quilômetros de trilhos e 104 estações, recebia 600 mil passageiros por dia antes da pandemia. Com a chegada do coronavírus, esse número caiu para 180 mil. Atualmente está em 370 mil usuários diários – 62% do que havia no começo do ano passado – no Rio e em outros 11 municípios da Baixada Fluminense. A empresa, hoje controlada pela japonesa Mitsui, imaginava recuperar os índices pré-pandêmicos no fim do ano que vem. Agora passou a previsão para os últimos meses de 2023 ou primeiros meses de 2024. Reflexo do desemprego elevado, consolidação do modelo híbrido de trabalho nos escritórios, muitas lojas e serviços fechados no centro carioca.

Em um pleito de revisão extraordinária do contrato, apresentado pela SuperVia, a agência reguladora estadual aprovou reequilíbrio econômico no valor de R$ 216 milhões. Como não caberia aumento de tarifa (que oneraria ainda mais o usuário) ou extensão contratual (porque a concessão já vai até 2048), ficou decidido um aporte do Estado. Não houve pagamento até agora. “O governo indica que está em regime de recuperação fiscal, que não permite esse tipo de aporte, mas estamos negociando”, afirma o presidente da companhia, Antônio Carlos Sanches.

O índice de reajuste no contrato é o IGP-M, que explodiu na pandemia. A tarifa teve um aumento homologado de R$ 4,70 para R$ 5,90 em fevereiro de 2021. Por ação do Estado e do Ministério Público, foi “só” para R$ 5. Nos próximos dias, a empresa de trens protocola um pedido no qual estima o direito de elevar a tarifa para mais de R$ 7 a partir de fevereiro do ano que vem. “Isso pode ser negociado? Claro que pode, mas precisamos de agilidade. De um lado, temos o investidor com insegurança jurídica. Do outro, o gestor público com medo de tomar decisões. É o apagão das canetas”, diz Sanches.

A cereja desse bolo indigesto: com o aumento da pobreza e a disparada do preço do cobre, o furto de cabos triplicou neste ano. Cabos de energia, de sinalização, tampas de bueiro, postes metálicos, relés de controle da ferrovia com bobinas que valem R$ 100 em ferros-velhos. Cada vez que isso coloca em risco a segurança dos passageiros, os trens param ou ficam mais devagar.

*Daniel Rittner
Iniciou sua carreira no Valor como trainee em 2000. Foi correspondente na Argentina e atualmente é repórter especial e trabalha na sucursal de Brasília

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/coluna/perdas-bilionarias-nos-trens-e-metros.ghtml

 

domingo, 28 de novembro de 2021

Marcopolo Rail fornecerá People Movers articulados para o consórcio Aerogru

 


15/09/2021 RF Revista Ferroviária

A Marcopolo Rail, divisão da Marcopolo focada no desenvolvimento de novos modais sobre trilhos, fornecerá people movers para o consórcio AeroGRU, formado pelas empresas Aerom, HTB, FBS e TSEA. O consórcio é responsável pelo projeto de transporte de passageiros da linha 13-Jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) aos terminais 1, 2 e 3 de passageiros do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. A proposta comercial de fornecimento dos veículos foi validada entre a companhia e o consórcio este mês.

O Termo Aditivo para construção do Trem de Acesso ao Aeroporto de Guarulhos – Airport People Mover – foi assinado pelo hoje (8/9) pela manhã, marcando o início das obras de construção do sistema.

Serão três composições de dois carros, conhecidos tecnicamente como Automated People Movers (ATM), fabricados e integrados pela Marcopolo Rail. O sistema terá funcionamento autônomo (driveless) e fará um trajeto de 2,6 quilômetros entre a estação ferroviária e o aeroporto. O percurso prevê quatro paradas (estação CPTM, terminal 1, terminal 2 e terminal 3) e, de acordo com o projeto, poderá ser percorrido em seis minutos.

“Com essa iniciativa, ampliamos a nossa atuação no país e reforçamos nossa estratégia de parcerias. Acreditamos fortemente no potencial do metroferroviário brasileiro, que tem condições de avançar nos deslocamentos de alta capacidade com velocidade, eficiência e conforto, além apresentar diversas vantagens na relação custo versus benefício no médio prazo”, afirma Petras Amaral, business head da Marcopolo Rail, que participou da cerimônia.

A Marcopolo Rail iniciou o fornecimento de People Movers para a Aeromóvel, em novembro de 2017. Na oportunidade, a Aerom desenvolveu conjuntamente com a Marcopolo Rail a geração G6 dos veículos do Sistema Aeromovel, representando uma evolução tecnológica significativa em relação àqueles em operação no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS).

O veículo foi totalmente projetado, calculado e equipado seguindo os mais rigorosos padrões da indústria de APMs determinados pela norma ASCE 21-13 (Automated People Mover Standard), utilizando componentes de fornecedores consagrados do setor metroferroviário em subsistemas críticos como gangways, sensores, coletores de energia, portas de serviço, molas da suspensão secundária, rodeiros, freios e tantos outros.

“Este importante projeto reforça a parceria estratégica entre Marcopolo Rail e a tecnologia aeromóvel, além de demonstrar o potencial das soluções de mobilidade brasileiras para o mundo”, finaliza Petras.  No ano passado, a Marcopolo Rail iniciou um ciclo de ampliação de seu portfólio, com o lançamento do Prosper VLT, um produto de embarque em nível focado nos segmentos urbano, intercidades e turismo, tendo como primeiro cliente a Giordani Turismo, operadora gaúcha de Bento Gonçalves.

 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Segunda fase do VLT terá 11 trechos de obras em Santos


 ·         24/10/2021

O cronograma de obras da segunda fase do VLT, que ligará a Avenida Conselheiro Nébias ao Valongo em Santos, no litoral de São Paulo, prevê 11 trechos de serviços até o primeiro semestre do ano que vem. A previsão que é ele comece a operar no final de 2022.

O início das obras da segunda fase do VLT no trecho da rua Campos Melo, entre as avenidas Afonso Pena e Conselheiro Rodrigues Alves, em Santos, começou nesta semana. De acordo com a EMTU, a previsão é que os trabalhos sejam realizados local por 35 dias úteis. A fase seguinte terá a recomposição do pavimento asfáltico e das calçadas. A execução pode sofrer interferência, dependendo da intensidade das chuvas.

Segundo a EMTU, para que as obras sejam executadas, é cumprido um protocolo que começa com a divulgação do trecho interditado, seguido da publicação no Diário Oficial do Município e interdição do trecho pela CET. Além dos serviços referentes aos trilhos, estações, pavimentação e calçadas, são executadas obras de melhoria de infraestrutura que incluem drenagem e remanejamento das redes de esgoto e gás, de acordo com projetos aprovados pela Sabesp e Comgás.

O cronograma de obras foi definido em conjunto pela EMTU, Prefeitura de Santos e Queiroz Galvão, empresa responsável pela execução. As 11 frentes de obras estão divididas em:

Rua Campos Melo, entre Av. Afonso Pena e rua Xavier Pinheiro;
Rua Campos Melo, entre a rua Xavier Pinheiro e Av Campos Sales;
Rua Dr. Cochrane, entre Av. Campos Sales e rua João Pessoa;
Rua João Pessoal, entre a rua Dr. Cochrane e rua Vasconcelos Tavares;
Rua Visconde de São Leopoldo, entre a rua Vasconcelos Tavares e rua São Bento;
Rua São Bento, até rua Visconde do Embaré;
Rua Visconde do Embaré, entre a rua São Bento e rua Amador Bueno;
Rua Amador Bueno, entre a Praça dos Andradas e rua da Constituição;
Rua da Constituição, entre a rua Amador Bueno e Av. Campos Sales;
Rua da Constituição, entre a Av. Campos Sales e rua Carvalho de Mendonça;
Rua Luís de Camões, entre a rua Carvalho de Mendonça e Av. Conselheiro Nébias.

Segundo trecho do VLT

O segundo trecho do VLT conta com investimento de R$ 218 milhões do Governo do Estado e a previsão é que comece operar no final de 2022.

Com capacidade para transportar 35 mil pessoas por dia, ligará a Linha 1 Barreiros – Porto (a partir da estação Conselheiro Nébias) até a região central de Santos. Serão oito quilômetros de extensão e sete trens, com 14 estações nas proximidades de locais de interesse público como Mercado Municipal, Poupatempo e Terminal Valongo.

24/10/2021 – G1

 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

Crise hídrica preocupa o setor metroferroviário de passageiros

Crise hídrica preocupa o setor metroferroviário de passageiros

A redução dos níveis dos reservatórios de água se intensificou em 2021, fazendo com que o Brasil passe por sua pior crise hídrica em quase um século. O problema traz reflexos negativos para o País, não só porque afeta o abastecimento de água, mas porque impõe um duro aumento das tarifas, que pesam para a população e oneram toda a atividade econômica. E isso não seria diferente no setor de Transportes.

 

Com quase 100% do sistema eletrificado no Brasil, o setor de transporte de passageiros sobre trilhos é considerado um sistema eletrointensivo e depende da energia elétrica para a tração dos trens, metrôs, veículos leves sobre trilhos e monotrilhos.

 

Apesar de apresentar um consumo pouco expressivo quando considerado o panorama nacional (apenas 0,5% do total consumido no País), a energia é o segundo maior item de custo do setor metroferroviário e qualquer alteração nessa área impacta de forma direta sobre o custeio do serviço, gerando pressão sobre o valor da tarifa de transporte cobrada do passageiro.

 

A Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) mostra preocupação com a situação, uma vez que a crise hídrica pega um momento em que o transporte público também vive sua maior crise, em função da drástica redução de demanda gerada pela Covid-19. Passados 20 meses desde o início da pandemia, já são contabilizados mais de R$ 14 bilhões em déficit somente em receita tarifária, situação que piora a cada dia.

 

Desde 2015, o setor vem sendo impactado de forma dura por várias medidas na área de energia: os reajustes extraordinários promovidos pela ANEEL; o início do sistema de bandeiras tarifárias e a alteração da forma de cobrança integralizada das contas das operadoras. Considerando todas as altas, os operadores que estão no mercado cativo de energia contabilizaram um aumento real de 95% na conta e os operadores que atuam no mercado livre, através da atualização da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD), foram impactados com um aumento de 83%. É importante destacar que esse impacto não contabiliza os aumentos da tarifa de energia em si, mas apenas aqueles impostos ao setor como decorrência de novas políticas setoriais criadas para proteger o setor elétrico.

 

Sem qualquer política para resguardar o transporte público desses impactos, a ANPTrilhos teme que a crise hídrica imponha novos aumentos de tarifa elétrica e regulações que coloque o setor em uma posição difícil de ser revertida.

 

É fundamental que o Governo Federal seja sensível à crise pela qual as cidades estão passando e reflita essa urgência em requisitos que possam minimizar os eventuais impactos da crise hídrica sobre o transporte público, serviço essencial que atende a todo o cidadão brasileiro. Caso contrário, a situação, que já é extremamente crítica, ficará insustentável.

 

 

Artigo publicado na Revista CNT Transporte Atual, da Confederação Nacional do Transporte, edição de outubro de 2021.

 

Texto alternativo

 

 

Roberta Marchesi é Diretora-Executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos); Mestre em Economia; Pós-Graduada nas áreas de Planejamento, Orçamento, Gestão e Logística e certificada internacionalmente em Gestão de Sistemas Ferroviários e Metroferroviários.

 


sábado, 20 de novembro de 2021

VLT Parangaba-Mucuripe contará com ramal de acesso ao Aeroporto de Fortaleza

 


Já pensou em chegar ou ir embora do Aeroporto de Fortaleza, sem ter que enfrentar o trânsito da cidade? Isso será possível através do novo Ramal Aeroporto do VLT Parangaba-Mucuripe. O projeto, da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), prevê a construção de três estações de embarque e desembarque, ligando o VLT ao terminal aeroportuário. As obras já foram iniciadas, com a execução de duas estações, em fase de fundações, além das contenções de um elevado.

A nova linha irá oferecer aos passageiros uma opção de mobilidade mais segura, rápida, confortável e integrada aos outros modais. “Esse ramal será fundamental para atender as pessoas que precisam acessar o Aeroporto Pinto Martins, sejam os viajantes, os acompanhantes, ou mesmo quem trabalha no Terminal, que se tornou um hub aéreo, chegando a receber, em períodos normais antes da pandemia, mais de 160 mil passageiros, por semana, e em torno de 1.300 voos semanais. Essa demanda crescente evidenciou a necessidade de reforço na infraestrutura para acesso a esse equipamento. E, por meio do VLT, o passageiro tem a opção de um modal de transporte público para a orla marítima da Capital, onde estão concentrados os principais hotéis e atrações turísticas de Fortaleza, além da possibilidade de proceder a integração com a Linha Sul do metrô e os terminais de ônibus da Prefeitura de Fortaleza – futuramente, também com a Linha Leste”, explica o Secretário da Infraestrutura do Ceará, Lucio Gomes.

O Ramal Aeroporto terá 2,4 quilômetros de extensão, sendo 0,9 km em elevado. As novas estações estarão localizadas em uma futura praça, a ser construída na Avenida dos Expedicionários, e a outra, em frente ao Aeroporto Pinto Martins. Integrada à primeira estação, também será construída uma nova, a 11ª do VLT Parangaba-Mucuripe, e ficará entre as estações Montese e Vila União, já existentes. Já a Estação Aeroporto, que será elevada, se localizará na Av. Senador Carlos Jereissati, se interligando à passarela já existente sobre a via, com acesso por meio de escadas fixas, rampas e elevador.

Além das estações do novo ramal, o projeto prevê ainda serviços complementares de urbanização e integração para garantir melhorias ao Ramal Parangaba-Mucuripe, com a implantação de equipamentos de lazer nas regiões contempladas. A previsão é que a obra seja concluída em 2022. O investimento previsto é de R$ 46 milhões.

08/11/2021 – Metrofor

 

Metrô de São Paulo faz lançamento de primeira viga da Linha 17-Ouro na Marginal Pinheiros

 15/09/2021

O Vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, acompanhou nesta quarta-feira (15) o lançamento da primeira viga-guia da Linha 17-Ouro no trecho da Marginal Pinheiros, em construção pelo Metrô. A ação marcou a retomada da implementação da via por onde vão passar os trens do monotrilho que vai ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos.

“As obras da Linha 17 fazem parte do programa Pró SP, que lançamos hoje, e que concentra todos os esforços de investimentos do governo para a retomada econômica do estado no pós-pandemia. São R$ 47,5 bilhões em recursos até 2022 em mais de oito mil obras”, afirmou o Vice-governador.

A operação envolve o uso de um equipamento específico instalado próximo à estação Morumbi, chamado de “treliça lançadeira”, que vai fazer o lançamento de 129 vigas na região da Marginal Pinheiros até o início do próximo ano, de um total de 137 vigas que faltam para concluir as vias da Linha 17. Ao todo, a linha contará com 573 vigas, sendo que a maioria já foi instalada.

“É uma ação de engenharia complexa que marca um ponto importante da retomada das obras da Linha 17-Ouro. Assumimos esse compromisso, voltamos também com as obras das estações e conseguimos uma nova fabricante para os trens que vão ligar o Aeroporto de Congonhas à rede de transporte sobre trilhos”, reforça Alexandre Baldy, Secretário dos Transportes Metropolitanos.

Essa treliça vai receber as vigas ao lado da pista da Marginal, elevá-las a uma altura de mais de 15 metros e passar sobre a via férrea da Linha 9-Esmeralda, chegando a lateral do Rio Pinheiros. Neste local, a própria treliça movimenta a guia, posicionando-a no local exato onde ela ficará. Uma outra estrutura igual vem sendo montada entre as pontes Estaiada e do Morumbi, para agilizar a colocação das vigas em outro trecho.

Para garantir a segurança dos envolvidos, o lançamento será feito ao longo das madrugadas, quando a Linha 9 da CPTM está fechada. Ao longo do dia, as atividades serão preparatórias, recebendo e elevando as vigas. As “treliças lançadeiras” têm cerca de 70 metros de comprimento, com capacidade de carga de 140 toneladas, podendo lançar as vigas em uma distância de até 45 metros.
Cada viga é feita de concreto com 30 metros de comprimento por dois metros de altura, pesando 90 toneladas. Servem como uma espécie de trilho, para que os trens do monotrilho circulem sobre elas com pneus.

“Quando chegamos em 2019, fizemos de tudo para destravar essa obra. Isso foi possível com novas licitações e contratações, retomando a construção que logo vai colocar essa importante linha à disposição da população”, afirmou Silvani Pereira, Presidente do Metrô de São Paulo.

As obras do trecho prioritário da Linha 17-Ouro – com 7,7 km e oito estações entre o Aeroporto de Congonhas e a estação Morumbi – foram retomadas nesta gestão, após a rescisão de contratos parados de obras e fabricação de trens. Novas licitações foram feitas, possibilitando a volta das atividades de construção de sete estações e do Pátio – a oitava, Morumbi faz parte de outro contrato -, além da complementação da via e fabricação dos trens. A meta é concluir esse trecho até o fim de 2022, para ligar o Aeroporto de Congonhas à malha de transporte sobre trilhos, com conexão direta às linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda.

15/09/2021 – Metrô de São Paulo

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Contrato para o transporte de locomotivas e carros de passageiros é assinado na CBTU

 Post published:12/11/2021

Nesta sexta, 05, foi assinado na sede da Administração Central da Companhia, em Brasília, o contrato de transporte de 30 carros de passageiros e 3 locomotivas doadas pela Companhia Cearense de Transporte Metropolitanos (Metrofor) para a CBTU. A previsão é que o transporte das composições seja iniciado neste mês de novembro. Estiveram presentes na assinatura do contrato, o diretor-presidente da CBTU, José Marques de Lima; o chefe de gabinete, Marcos Galindo; a assessora da presidência, Antoniela Marques; o gerente geral – Estudos e Projetos (Gaesp), André Jóia; e Leonardo Rodrigo Campos, da empresa contratada para o serviço de transporte, Multiprime.

“A assinatura desse contrato foi muito importante para a Companhia, pois permitirá que as composições doadas pela Metrofor, após passarem por vistoria e reforma pelas equipes de manutenção da CBTU, possam ser postas novamente em atividade. Uma boa parte desses carros de passageiros serão utilizados pela STU Natal, viabilizando a ampliação do sistema”, explicou André Jóia, da Gaesp. A implantação das chamadas Linha Branca e Linha Roxa permitirá a expansão do sistema ferroviário de natal a partir da remodelação de 28 km de via férrea e a construção de 7 estações: duas em Parnamirim, uma em São José de Mipibu, uma em Nísia Floresta e três em são Gonçalo do Amarante. Quando finalizadas, irão beneficiar cerca de 9 mil usuários diariamente.

Os demais carros de passageiros irão ser doados para projetos sociais e de estímulo à valorização do transporte ferroviário, sendo transformados em bibliotecas, por exemplo. Segundo Jóia, algumas prefeituras já sinalizaram interesse, como as de Timbaúba, Gravatá e Jaboatão, em Pernambuco.

Doação da Metrofor

A Companhia Cearense de Transporte Metropolitanos (Metrofor) doou três locomotivas movidas a diesel e 30 carros de passageiros, modelo Pidner, para a CBTU, em junho de 2020. A medida foi autorizada pelo governo do Ceará e aprovada pela Assembleia Legislativa daquele estado. De acordo com a Metrofor, a frota doada não é mais compatível com o sistema metroviário atualmente adotado no Ceará. Os vagões do modelo Pidner possuem bancos laterais, e não fileiras de poltronas, o que faz com que os passageiros viajem de costas para as janelas e liberem amplo espaço interno no veículo. Os trens possuem ar condicionado, piso de PVC, bancos com assentos individuais e revestimento compostos por fibra de vidro e plástico de alta resistência.

12/11/2021 – CBTU

 

Pós-pandemia reserva o caos no transporte público brasileiro

 


ANPTrilhos comunicacao@anptrilhos.org.br por  leadlovers.info

 

sex., 18 de jun 2021. 09:04

 

Muito se fala sobre transporte ativo, transporte sob demanda, aplicativos, inovações, mas nada disso contribui para a solução do problema da mobilidade em nossas metrópoles se não estiver inserido, nesse contexto, o transporte público e de alta capacidade.

 

Esse sistema é a essência da mobilidade. É nele que a grande maioria dos deslocamentos diários acontece e é com base nele que todas as demais aplicações se conectam, formando uma verdadeira rede a serviço do cidadão.

 

Atualmente, o transporte público vivencia a maior crise de sua história. A queda abrupta no número de passageiros desde o início da pandemia aliada à necessidade de manutenção da oferta do serviço e ao aumento de despesa com novos procedimentos de higienização e sanitização fez com que grande número de empresas não conseguisse manter a prestação do serviço.

 

 Ao longo desses 15 meses, o setor soma um prejuízo de mais de R$ 25 bilhões, cifra impressionante que está sendo impossível de ser suportada pelas empresas. Vinte e cinco também é o número de empresas que fecharam as portas, seguidas por diversas outras que suspenderam suas atividades ou sofreram intervenção na operação.

 

 O número de demissões no setor já se aproxima de 80 mil trabalhadores e os movimentos grevistas deram um salto em todo o País. Até abril, 223 ações protestaram pela falta do pagamento de salários e benefícios, causados pela quebra do caixa das empresas como consequência do desequilíbrio imposto pela forte queda na demanda de passageiros e o atual modelo de remuneração ao qual o setor está exposto.

 

Metade da demanda

 

 Já parou para pensar no que acontecerá com nossas metrópoles no futuro, quando o fluxo de passageiros for naturalmente retornando?

 

 Diariamente, a mídia destaca situações de aglomeração no transporte público e, hoje, o setor opera com apenas 50% da sua demanda. O que imagina que acontecerá quando estivermos com 70% da demanda de volta às ruas e metade do sistema de transporte desmobilizado em função da quebra das empresas?

 

 O mundo todo enfrenta a mesma pandemia e o transporte público passa pelo mesmo problema. A diferença é que, desde o início, diversos países adotaram medidas específicas ao transporte público, destinando recursos emergenciais para garantir a manutenção das operações. No Brasil, estamos na contramão. Não só não adotamos qualquer medida de proteção ao transporte público como também rechaçamos as iniciativas nesse sentido, como foi o caso do veto presidencial ao Projeto de Lei do socorro emergencial ao setor. Várias ações foram realizadas, com as mais diversas esferas governamentais, mas nenhuma medida específica conseguiu ser implantada.

 

Crise que está por vir

 

 Com a infraestrutura de transporte urbano aos frangalhos, o País pagará um alto preço para conseguir se reerguer. E, quando o mundo estiver voltando dessa crise, com a empregabilidade aumentando e as economias avançando, o Brasil, em vez de ir na mesma direção, terá de parar para enfrentar o problema que agora tem negligenciado.

 

 Se não forem tomadas medidas imediatas, o forte descompasso entre o já previsível aumento na demanda de passageiros e a capacidade de reaquecimento da oferta fará com que o País encare um longo tempo de crise no transporte.

 

 E, quando isso acontecer, não será apenas com a crise no transporte que teremos que lidar, mas com a crise social que virá junto com ela, porque os movimentos pelo direito ao transporte de qualidade que vimos em 2013 serão apenas boas lembranças perto da situação em que o transporte estará no futuro próximo.

 

 Artigo publicado na coluna Estadão Mobilidade, do Jornal O Estado de S.Paulo, no dia 16 de junho de 2021.