Ligando Paiçandu a Ibiporã, projeto vai ser submetido a audiência pública dia 20 de junho
O Trem Pé-Vermelho, entre Paiçandu e Ibiporã, tem grande chance de sair do papel. Seu estudo de viabilidade, que foi realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (USFC), será submetido a audiência pública pelo Ministério dos Transportes, dia 20 de junho, em Apucarana. Com custo total estimado em R$ 700 milhões, o projeto para o transporte de passageiros tem 152,6 km de trilhos, servindo a 13 cidades que concentram juntas 1,8 milhão de pessoas.
O trem faz parte do Programa de Resgate do Transporte Ferroviário de Passageiros, do governo federal.
"Foram estudados 68 trechos no País e 14 selecionados como viáveis. O nosso trecho ficou no topo da lista dos mais viáveis", afirma o vice-presidente da Agência Terra Roxa de Desenvolvimento, Fernando Kireeff. Na semana passada, ele apresentou o projeto a um grupo de empresários italianos, em Curitiba.
Inicialmente, o estudo previa a ferrovia entre Maringá e Londrina. Mas prefeituras e entidades da região pediram ao Laboratório de Transporte e Logística Lab Trans, da UFSC, responsável pelo estudo de viabilidade, a inclusão do município de Paiçandu, na Região Metropolitana de Maringá, e de Ibiporã, na de Londrina.
A proposta é que a composição saia de Paiçandu, passe por Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Jandaia do Sul, Cambira, Apucarana, Arapongas, Rolândia, Cambé, Londrina e Ibiporã.
Contrariando a estimativa inicial, o estudo concluiu que não será possível aproveitar os trilhos hoje existentes no trecho. O engenheiro de transporte, professor da UFSC e coordenador do estudo, Rodolfo Nicolezzi Philippi, explica que o programa do governo federal prevê o tráfego mútuo de cargas e passageiros, desde que um não prejudique o outro. O Lab Trans contou 13 pares de trens de carga diários operando entre Londrina e Maringá. "A via dá mostras de capacidade esgotada no segmento Londrina – Apucarana", afirma.
A viagem entre as duas cidades pela linha concedida hoje à ALL Logística demorou nove horas. Por isso, decidiu-se pela construção de uma nova ferrovia, que deve ficar a poucos metros à direita da atual (sentido Londrina-Maringá).
Segundo o professor, dos 14 trechos selecionados em todo o País, o do Norte do Paraná é o segundo com processo mais adiantado.
"Finalmente, existe uma política de transporte ferroviário dentro do Ministério dos Transportes. O governo está fazendo este trabalho com seriedade", ressalta.
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