A revisão do projeto de implantação dos corredores
de ônibus rápido em Campinas, os BRTs, apontou que a Prefeitura vai precisar de
um financiamento maior do que os R$ 340 milhões estimados inicialmente. Os
custos com as desapropriações necessárias e as alterações nas estações de
transferências entre outras adequações, elevarão os preços em pelo menos 30%.
O secretário de Transportes, Carlos José Barreiro,
não informou o valor atualizado porque espera ter, até o início desta semana, a
validação do projeto pela Caixa Econômica Federal (CEF).
"Temos a garantia do Ministério das Cidades
que o nosso projeto do BRT não será impactado pelos cortes promovidos no ajuste
fiscal. Assim que o agente financeiro validar o projeto e o orçamento,
começaremos a trabalhar para conseguir a complementação de recursos”, disse
Barreiro.
A Caixa Econômica informou que, no dia 28 de maio,
recebeu da Prefeitura o projeto dos corredores ajustado e se encontra em
análise. A revisão, de acordo com o banco, foi entregue no último dia 2 e está
em estágio inicial de análise pela equipe técnica.
Barreiro explicou que o custo de R$ 340 milhões foi
uma estimativa feita inicialmente, quando ainda não estava concluído o projeto
básico do BRT.
"São estimativas feitas em cima de custos, por
exemplo, de quilômetro de implantação em várias cidades. Mas só quando fazemos
o projeto básico é que temos uma situação mais real de quantas pontes,
viadutos, desapropriações, estações, e outros itens, serão necessários” ,
explicou.
Uma das alterações no projeto foi a retirada do
Terminal Magalhães Teixeira como estação do BRT. A Secretaria de Transportes
fez as contas e conclui que precisaria investir mais de R$ 100 milhões na
remodelação do terminal para que o local pudesse receber ônibus articulados ou
biarticulados. O alto custo levou a secretaria a optar por deixar esse terminal
para os ônibus que irão alimentar as linhas dos BRTs.
Dois novos locais, a Avenida Campos Salles e a
região do Mercado Municipal, foram estudados para receber as estações de
transferências dos ônibus rápidos que farão a ligação do Centro com as regiões
do Campo Grande e do Ouro Verde.
O secretário de Transportes, Carlos José Barreiro,
disse que o projeto básico dos corredores foi entregue à Caixa Econômica
Federal e assim que sair o aval irá publicar o edital para contratar o projeto
executivo e a obra. O plano é implantar os corredores em 2016.
Barreiro disse que, como o conceito do BRT é ser
troncal — linha que tem a função de ligar duas regiões por um corredor —, o
problema é chegar ao Centro com esses veículos, que poderão ser articulados ou
biarticulados, em uma região congestionada.
Dos R$ 340 milhões iniciais necessários à
implantação do maior projeto de mobilidade da cidade, a Prefeitura conseguiu a
aprovação de R$ 197 milhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS),
R$ 98 milhões do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 45 milhões de
contrapartida da Prefeitura.
Os corredores do BRT irão atender uma população de
cerca de 300 mil pessoas que vive nos eixos Centro-Campo Grande e Centro-Ouro
Verde. A expectativa da Prefeitura era iniciar ainda este ano as obras, mas
sucessivos atrasos com o projeto transferiram para 2016 o começo da construção.
A implantação começará pelo corredor Campo Grande —
serão 17,8km de extensão saindo do Centro, seguindo pelo leito desativado do
antigo VLT, John Boyd Dunlop e chegando ao Terminal Itajaí.
Junto com ele, será construída uma perimetral com
4km de extensão, ligando a Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo
leito desativado do veículo leve sobre trilhos (VLT).
Outro corredor, o Ouro Verde, terá 14,4km de
extensão, sairá do Centro, seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez,
Camucim e Terminal Vida Nova. O projeto contempla, além de uma pista exclusiva
para os ônibus, estações de transferência fechadas e plataformas em nível, com
embarque e desembarque pela porta esquerda do veículo.