Primeiro dia de operação contou com apenas três bondes, o que gerou
reclamação dos passageiros ao longo desta segunda-feira
por Paulo Roberto Junior
27/07/2015 14:32 / Atualizado 27/07/2015 20:27
RIO - Os bondinhos de Santa Teresa
voltaram aos trilhos nesta segunda-feira, ainda em fase de testes. Dos quatro
veículos aptos a operar nesta etapa de pré-operação, três foram colocados em
circulação, transportando mais de 1.600 passageiros. As viagens, que duram
entre 10 e 15 minutos, serão realizadas gratuitamente, de segunda a sábado, das
11h às 16h, com saídas a cada 20 minutos. Devido à grande procura, houve filas
nas estações e o tempo de espera para embarcar chegou a ultrapassar uma hora.
Moradores do bairro e turistas reclamaram da demora para iniciar o percurso de
1,7 quilômetros, entre as estações do Largo da Carioca e do Largo do Curvelo.
Inicialmente, apenas dois bondes fariam
o trajeto nesta segunda-feira. No fim da manhã, após identificar o grandde
fluxo de passageiros, o secretário estadual de Transporte, Carlos Roberto
Osorio, determinou a entrada de um terceiro veículo em circulação. Segundo ele,
a partir desta terça-feira o sistema passará a operar com os três carros
durante todo o dia.
— Os bondes estão se adaptando à
realidade do bairro. Esperamos reduzir o intervalo de cada viagem a partir
desta terça. Na próxima semana, vamos avaliar a necessidade de botar um quarto
veículo em operação, e a possibilidade de circulação aos domingos — explicou
Osorio.
No fim da manhã desta segunda, um grupo
de 70 pessoas, a maioria turistas, aguardava há 40 minutos pelo embarque, na
estação do Largo do Curvelo. O gerente de logística Ifraim Rosa, de São Paulo,
que estava com a mulher e quatro filhas, achou precária a estrutura montada,
mesmo para uma etapa de testes:
— Está demorando muito. Também senti
falta de informações de segurança mais detalhadas. Para o turista, não está
legal.
Moradora de Santa Teresa há quatro
anos, a musicista Flávia Belchior, de 33 anos, disse que falta preocupação do
governo com o objetivo principal do bonde, que é servir como meio de locomoção
para quem vive no bairro:
— De dez quilômetros no total, estão
entregando menos de dois. É uma tentativa de dizer que as obras estão andando,
sendo que os moradores acompanham diariamente o descaso com a região
.
BONDE DEVE CHEGAR AO LARGO DOS
GUIMARÃES ATÉ SETEMBRO
O retorno do tradicional bondinho
acontece quatro anos depois do acidente que deixou seis mortos e mais de 50
pessoas feridas, paralisando totalmente a operação do transporte. Há meses o
bairro foi transformado em um canteiro de obras, causando transtornos aos
moradores devido a atrasos e erros no planejamento da obra.
— Foram anos de abandono. Apenas esse
trechinho de quase dois quilômetros não resolve nada, é mais uma viagem para
turistas. Queremos o bonde em todo o bairro, como sempre foi. Vamos acreditar
que tudo vai dar certo, pois de promessas estamos cheios — desabafou Marli
Soares, moradora de Santa Teresa há 40 anos.
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