18h18
| 23/06/2015
Estadao Conteudo / Zuleide de Barros, especial para AE
Estadao Conteudo / Zuleide de Barros, especial para AE
O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), assinou nesta terça-feira, 23, em Santos, um
contrato de Parceria Público-Privada (PPP) com o consórcio BR Mobilidade
Baixada Santista, que vai responder pela operação do Sistema Integrado
Metropolitano (SIM). O SIM integra as linhas metropolitanas de ônibus com o VLT
(Veículo Leve sobre Trilhos), que tem previsão de entrega à população no
primeiro semestre do ano que vem.
Logo após a assinatura do contrato,
as autoridades presentes participaram de um teste no primeiro VLT fabricado no
Brasil, percorrendo um trecho de 6,1 quilômetros, ao longo de nove estações,
entre Santos e São Vicente.
"Esta PPP é importante, porque
vai possibilitar a integração entre as linhas regulares de ônibus com o
VLT", afirmou Alckmin, lembrando que o governo do Estado está liberando R$
134 milhões de verba para a primeira fase do VLT, que contempla 15 estações e
liga a região do Canal dos Barreiros, em São Vicente, à Avenida Conselheiro
Nébias, no bairro do Boqueirão, em Santos. A segunda fase da obra, que atingirá
o Porto de Santos, está em fase de avaliação ambiental pela Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
Por meio da parceria, a BR Mobilidade
Baixada Santista ficará responsável, por um período de 20 anos, pela prestação
de serviços de transporte intermunicipal metropolitano, incluindo a operação do
VLT, além do fornecimento de equipamentos e sistemas de controle operacional e
a implantação da bilhetagem eletrônica, somando um investimento de R$ 600
milhões. O contrato de PPP é de R$ 5,6 bilhões.
O consórcio já adquiriu 100 ônibus
novos, o que reduzirá a idade média da frota regional para dois anos, conforme
previsto em cláusula contratual. O novos ônibus têm capacidade para 71
passageiros e possuem elevador, espaços para cão-guia, bancos reservados para
pessoas obesas, idosos e com deficiência.
De acordo com a Empresa Metropolitana
de Transportes Urbanos (EMTU), o valor da tarifa do VLT será de R$ 3,60,
enquanto que o bilhete integrado, envolvendo ônibus e VLT, custará R$ 3,80,
tanto em Santos, quanto em São Vicente. Desde novembro, a população de São
Vicente já podia participar dos testes no VLT, uma vez que boa parte das obras
estava concluída, com a entrega de quatro estações.
Novidade
O VLT entre dois municípios é fato
inédito no Brasil. Ele vai funcionar com 22 composições, sendo três delas
fabricadas na Espanha e outras 19 no Rio de Janeiro. Cada uma delas vai
transportar 400 passageiros, sendo 72 sentados. Nesta terça, foram entregues em
Santos as estações Nossa Senhora de Lourdes e Pinheiro Machado, incluindo um
túnel na divisa entre as duas cidades e mais duas estações em São Vicente:
Itararé e João Ribeiro. A EMTU calcula que 95% das obras no município de São
Vicente já estejam concluídas, enquanto que em Santos faltam 40% para a conclusão.
A entrega das novas estações e o
passeio-teste pelo VLT fizeram parte da abertura do 20º Congresso Brasileiro de
Transporte e Trânsito que, pela primeira, é realizado fora de uma capital e
continua até quinta, 25, no Mendes Convention Center. O ministro das Cidades,
Gilberto Kassab, participou da abertura do encontro. Ele lembrou que o
transporte público é uma preocupação crescente da população, que há dois anos
foi às ruas para exigir melhor condição de transporte.
"Só o governo federal já
investiu R$ 1,7 bilhão no transporte público na região metropolitana da Baixada
Santista", disse. De acordo com Kassab, após os protestos, as grandes
cidades sentiram o clamor das ruas e passaram a investir mais no setor.
Em seu discurso de abertura, o
governador Geraldo Alckmin defendeu a necessidade de mais recursos para os
setores de infraestrutura e logística. "Só numa obra do metrô, na capital,
temos 3 mil pessoas trabalhando diretamente, fora os trabalhadores
indiretos", disse.
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