Qual distância você percorre até chegar a uma estação de
transporte público? Mundialmente, o tempo máximo considerado adequado, em
termos de mobilidade urbana, varia de 10 a 15 minutos, o equivalente a cerca de
1km de caminhada. Com base nestes números, a ONG ITDP, referência no setor,
criou um indicador que mede o desempenho das cidades na hora de atender aos
anseios dos seus moradores por locomoção.
Batizado de PNT (em inglês “People Near Transit” ou
“Pessoas Próximas ao Trânsito”, em tradução literal), o índice se norteia por
uma conta simples: o percentual da população de determinado local que mora a
uma distância máxima de 1km das estações de transporte de média e alta
capacidade. Isso quer dizer que um ponto de ônibus convencional, por exemplo,
não é considerado na análise.
— Nossa intenção é oferecer um parâmetro que possa ser
utilizado para monitoramento e direcionamento de políticas públicas, além de
contribuir para o planejamento urbano da cidade — explica o engenheiro Iuri
Moura, gerente de projetos do ITDP.
A primeira cidade analisada com
o PNT foi o Rio de Janeiro. Em 2010, de acordo com o ITDP, o índice era de 36%.
Ano passado, já com dois corredores BRT, subiu para 47%. A projeção do
instituto é de que esse número chegue a 56% nos próximos cinco anos, quando
estarão operando mais dois BRTs, o VLT e a Linha 4 do metrô.
Positivo na comparação com outras capitais do país, como São Paulo (25%) e Belo Horizonte (26%), o resultado ainda fica abaixo do de cidades consideradas referências em mobilidade, como Barcelona (99%) e Paris (100%). Além disso, o cenário é mais negativo na análise de toda a Região Metropolitana do Rio, que alcançou apenas 28% no PNT.
Positivo na comparação com outras capitais do país, como São Paulo (25%) e Belo Horizonte (26%), o resultado ainda fica abaixo do de cidades consideradas referências em mobilidade, como Barcelona (99%) e Paris (100%). Além disso, o cenário é mais negativo na análise de toda a Região Metropolitana do Rio, que alcançou apenas 28% no PNT.
Para melhorar esse desempenho, o
governo do estado vem promovendo estudos e modelagens para definir os
corredores de BRT intermunicipais a serem implantados nos próximos anos. Na
Baixada Fluminense, por exemplo, uma faixa expressa para ônibus deve ser instalada
na Via Light.
— Com a melhoria da mobilidade urbana, que permite a redução do tempo de deslocamento, melhora, primordialmente, a qualidade de vida da população. As pessoas vão para casa mais cedo, dedicam mais tempo à família e isso tem reflexo direto na saúde, na educação e na segurança — reconhece Rodrigo Vieira, recém-empossado como secretário estadual de Transportes.
— Com a melhoria da mobilidade urbana, que permite a redução do tempo de deslocamento, melhora, primordialmente, a qualidade de vida da população. As pessoas vão para casa mais cedo, dedicam mais tempo à família e isso tem reflexo direto na saúde, na educação e na segurança — reconhece Rodrigo Vieira, recém-empossado como secretário estadual de Transportes.
Secretaria: outro método
Segundo a Secretaria municipal de Transportes do Rio,
63% dos moradores da cidade serão atendidos por sistemas de transporte de alta
capacidade a partir da inauguração do VLT, dos dois novos BRTs e da Linha 4 do
metrô. A pasta, entretanto, usa uma metologia diferente da do ITDP.
Em vez de tomar como base as estações de embarque e
desembarque, como faz o instituto, a secretaria informou por nota que emprega
“a distância de 1km (para os dois lados) do traçado dos meios de transporte
disponíveis”.
Entrevista com Iuri Moura, engenheiro e gerente de
projetos do ITDP
Qual a importância do PNT?
Além de auxiliar no planejamento urbano, é fundamental
poder comparar objetivamente o nosso patamar com o de outras cidades. O Rio
ainda está distante do que é considerado referência.
Mas o índice fornece um quadro amplo sobre o setor?
É essencial deixar claro que o PNT não aborda todos os
aspectos relevantes na questão do transporte público. Fatores como a qualidade
do serviço e a integração, por exemplo, não são analisados.
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