Governo assinou novos contratos de ‘acabamento’ para obras de duas
estações, do pátio de manutenção e do estacionamento que estão em construção
Estação da Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo
(Alex Falcão/Futura Press/VEJA)
Alvo de
questionamentos do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e de ação judicial
do Ministério Público estadual, a Linha 5-Lilás do Metrô vai ficar 260,8
milhões de reais mais cara. A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô)
assinou dois novos contratos para obras de “acabamento” e “acessos” em duas
estações e no pátio de manutenção e estacionamento de trens que estão em
construção na zona sul da capital.
Somente
no Pátio Guido Caloi, no Jardim São Luís, o custo das obras, que tiveram início
em janeiro de 2013, subirão 54%, de 297,1 milhões de reais para 457 milhões de
reais. O novo contrato, no valor de 159,9 milhões de reais, foi assinado com o
consórcio Via-Planova, com prazo de 21 meses de execução. O governador Geraldo
Alckmin (PSDB) havia prometido entregar esse pátio em 2015. Agora, a previsão é
para o final de 2017.
O Metrô
afirma que “no decorrer da obra” sua equipe de engenheiros “constatou a necessidade
de reforçar as fundações do Pátio Guido Caloi” e que “as lajes de sustentação
das paredes do estacionamento subterrâneo de trens [a 25 metros de
profundidade] também sofreram alterações no método construtivo por causa das
características arenosas do solo”.
Já o
segundo contrato, no valor de 100,1 milhões de reais, foi assinado com a
construtora Construcap para a execução de instalações hidráulicas, paisagismo,
urbanismo e requalificação do entorno nas estações AACD-Servidor e Hospital São
Paulo, que chegaram a ser prometidas para 2014 e também devem ser entregues até
o fim de 2017. Esse trecho já está em construção pelo consórcio Carioca-Cetenco
por 458,5 milhões de reais.
“Houve a
necessidade de contratação complementar por conta de intercorrências inerentes
à complexidade do empreendimento”, afirma o Metrô, que nega ter havido aumento
de custos. Segundo a estatal, houve economia de 30%, ou 134 milhões de dólares,
no contrato de financiamento da obra com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID). “O Metrô negocia com o agente financiador o
remanejamento para custear obras complementares.”
O aumento
de custos da Linha 5-Lilás, que fará a conexão com as Linhas 1-Azul e 2-Verde e
terá 11,5 quilômetros de extensão e mais dez estações (só Adolfo Pinheiro foi
entregue), já é alvo de investigação do TCE. O tribunal apura diferenças entre
orçamentos e quantidade de material consumido na construção, que fizeram o
orçamento da obra saltar de 3,4 bilhões de reais para 4,5 bilhões de reais. Em
junho, o conselheiro Antonio Roque Citadini deu prazo de 60 dias para o Metrô
explicar uma série de alterações feitas nos contratos.
Na semana passada, o MP moveu ação judicial pedindo a condenação do
Metrô e oito agentes públicos, entre os quais cinco ex-presidentes da companhia
e o atual secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo
Pelissioni, pelo suposto abandono de 26 trens da Linha 5. As composições foram
compradas em 2011 por 615 milhões de reais e estão paradas porque a conclusão
da linha atrasou. O Metrô nega prejuízo.
Já a
Linha 13-Jade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), entre São
Paulo e Guarulhos, deve entrar em operação em 2018 sem a conclusão do
monotrilho que levará passageiros da estação de trem até os terminais do
Aeroporto de Cumbica. A GRU Airport, responsável pelo aeroporto, anunciou que
faria o modal até 2014, mas o projeto não saiu do papel. Agora, afirma que
“está avaliando as alternativas técnicas” para conectar os terminais à estação”
e que “o cronograma do projeto está em linha com o prazo de entrega das obras
da Linha 13-jade”.
Veja (Com Estadão Conteúdo)
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