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A tão esperada obra de ampliação do metrô de Belo
Horizonte dependerá de uma reviravolta no cenário econômico para sair do papel
e, mesmo com um ambiente favorável, pode ficar para 2020. Conforme antecipou o
Estado de Minas na edição de nessa terça-feira, este ano haverá pouco avanço e
o novo prazo estimado para a entrega da obra é de cinco a oito anos. Em visita
à capital mineira nessa terça-feira, onde se reuniu com o governador Fernando
Pimentel (PT) e com o prefeito Marcio Lacerda (PSB), o ministro das Cidades,
Gilberto Kassab (PSD), citou o cenário de ajuste econômico para justificar os
poucos repasses para 2015 e não falou em prazos para o início da obra. Segundo
Kassab, o ministério avalia um repasse de R$ 150 milhões até dezembro, que
poderão ser usados para revisar projetos e iniciar as melhorias na linha 1
(Vilarinho/Eldorado).
"Não podemos adiantar o cronograma,
porque dependerá de licitações e liberações de verbas. Vamos trabalhar para que
o prazo final de entrega seja garantido. Mas é preciso lembrar que existe um
cenário de ajustes”, afirmou o ministro. O prazo inicial de entrega previsto
quando a obra foi anunciada em 2011, entre 2017 e 2018, já não é mais levado em
conta pelas equipes técnicas que coordenam o projeto. "É uma intervenção
de grande porte, que tem um prazo entre cinco e oito anos. Se tivermos um
volume de repasses pequeno no primeiro ano, podemos compensar no ano seguinte”,
explicou Kassab.
Para a área de habitação, o ministro anunciou que a
presidente Dilma Rousseff (PT) deverá lançar a terceira etapa do programa Minha
Casa, Minha Vida em agosto, com previsão de 300 mil unidades para Minas Gerais.
Kassab garantiu ainda que o governo federal tem acompanhado com atenção as
obras para garantir o abastecimento de água na capital mineira.
Após o encontro, Marcio Lacerda lamentou os
adiamentos na expansão do metrô e afirmou que a prefeitura depende dos repasses
federais para que a obra avance. O prefeito apontou também a determinação do
governo de Minas em revisar os projetos elaborados entre 2013 e 2014 como um
dos pontos que comprometeram o andamento do cronograma inicial. Ele lembrou
que, em 2011, a presidente Dilma esteve em BH para anunciar a liberação de
recursos, sendo que o primeiro repasse foi feito no final de 2012. "A
tendência é não serem assinados novos contratos este ano. Talvez a partir do
ano que vem”.
Em visita a Belo Horizonte nesta terça-feira (2), o
ministro das Cidades Gilberto Kassab (PSD) garantiu que os recursos federais
destinados à expansão da Linha 1 (Eldorado/Vilarinho) e à construção da Linha 2
(Barreiro/Nova Suíça) do metrô de capital mineira estão assegurados, mas não
informou quando as obras vão começar.
"É público que, no presente ano, nós teremos
uma redução de investimentos também no campo da mobilidade. Mas será construído
um cronograma que nos permite afirmar que existe, inclusive, uma chance
bastante grande que não seja alterado o prazo de entrega da obra", disse.
Há dois anos, a previsão era que as obras do metrô estariam concluídas em 2017.
Por causa do ajuste fiscal feito pelo governo
federal, a pasta do Ministério das Cidades perdeu R$ 17,2 bilhões no orçamento
deste ano. Segundo Kassab, cerca de R$ 150 milhões serão liberados este ano
para o metrô de Belo Horizonte. A obra completa está orçada em R$ 5 bilhões.
Já o prefeito Márcio Lacerda (PSB) está pessimista
quanto ao avanço do metrô. "O governo federal, em 2015, não tem recursos,
principalmente recursos do tesouro pra repassar novos contratos de
financiamento e de repasse. A tendência é não serem assinados esse ano ou, se
forem assinados um pouco mais adiante, para recursos começarem a entrar no
próximo ano", disse.
Em fevereiro, o prefeito foi a Brasília se reunir
com o ministro, afirmando que os projetos da primeira fase das obras já estavam
concluídos. Eles aguardam apenas avaliação da Caixa Econômica Federal. Na
época, o município também informou que as licitações para o início das obras
dependiam da transferência da direção do sistema de metrô, hoje operado pela
Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), para a empresa estadual
Metrominas.
Porém, o governo estadual decidiu rever os projetos
das linhas 1 e 2. Não há prazo para que esta avaliação seja concluída. Já a
linha 3 (Lagoinha/Savassi) não está sendo analisada porque a prioridade,
segundo o Ministério das Cidades, é a primeira fase da ampliação.
"Neste momento, eu diria que a previsão não é
otimista em relação a Linha 3 porque o governo federal assumiu compromissos de
investimento em mobilidade de R$ 50 bilhões pelo país a fora e não vai
conseguir cumprir conosco em curto prazo todos os compromissos que assumiu
antes desta crise econômica", disse Lacerda.
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