04/05/2017 - Metro Jornal
O prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio
Intermunicipal do ABC, Orlando Morando (PSDB), disse ontem que a entidade
regional irá sugerir ao Estado a mudança do tipo de modal da futura linha
18-Bronze do Metrô, que ligaria o ABC à capital por meio do sistema monotrilho,
que recebeu críticas do líder do grupo de prefeitos da região.
“A linha 15-Prata não vai bem e a linha 17-Ouro está parada.
Então, podemos aproveitar essa oportunidade para avaliar se ainda é viável o
monotrilho, porque os (projetos) que começaram não funcionam bem”, afirmou
Morando.
O presidente do Consórcio disse que tem uma reunião agendada
com o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni,
e que a alteração no modelo da linha que atenderia o ABC será sugerida neste
encontro.
“Podemos discutir um metrô subterrâneo, que tem custo
elevado, ou um BRT (Bus Rapid Transit, em inglês, ou Transporte Rápido por
ônibus, em português), com elevações em trajeto rápido para não pegar semáforo.
A gente vê com preocupação o fato de que o monotrilho da capital não avança.
Isso é uma constatação, não uma crítica”, disse. “Cabe à nós (prefeitos) sermos
proativos e buscarmos uma via alternativa”, completa Morando.
Segundo o prefeito, a ideia partiu dele, mas deve ser levada
ao Estado como uma pauta regional.
Mais caro
O Metro Jornal noticiou nesta quarta-feira que, por conta de
atraso no início das obras, o Estado já sabe que a linha 18-Bronze ficará mais
cara e que terá de arcar com esses custos adicionais, mas não há valor
empenhado no orçamento deste ano para tais reajustes de valores no projeto.
Por isso, Morando admitiu que o metrô no ABC é algo cada vez
mais difícil de sair do papel. “O projeto não anda. Não tem o recurso básico
para as desapropriações, nem por financiamento nem por empréstimo. O governo
estadual perdeu quase R$ 20 bilhões de arrecadação desde que a crise econômica
foi deflagrada no país. O projeto existe, continuo acreditando, mas (o prazo)
vai esticando. Está cada vez mais distante.”
03/05/2017Notícias do Setor ANPTrilhos
Previsto para estar em funcionamento em 2014, o projeto da
linha 18-Bronze do Metrô, que deve ligar o ABC à capital por meio de sistema
monotrilho, já apresenta custo acima do que foi estimado inicialmente. A
informação consta no balanço de riscos fiscais das PPPs (Parcerias
Público-Privada) do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), divulgado no Diário
Oficial do último sábado.
Diante de tal situação, o governo estadual informou ao Metro
Jornal que essa previsão de custos adicionais não faz parte do orçamento do
Estado para 2017.
O balanço de riscos fiscais mostra que a linha 18-Bronze tem
investimento deR$ 1,93 bilhão, com data-base dejulho de 2014. Como até agora,
quase três anos depois da assinatura do contrato,a PPP não foi iniciada, os
custos do projeto devem ser reajustados.
A futura linha conta com R$ 1,27 bilhão por meio de
financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social),R$ 400
milhões de repasse do OGU (Orçamento Geral da União) eR$ 252,4 milhões do
Tesouro do Estado. Além do aporte, o projeto prevê R$ 406,9 milhões para as
desapropriações.
De acordo com o balanço, as verbas do BNDES e do OGU não
podem ser aumentadas. Com isso, o governo estadual terá de arcar com a elevação
de custos do projeto.
“Dessa forma, as correções dos valores contratuais poderão
resultar em riscos fiscais advindos da ocorrência da necessidade de
suplementação dos R$ 252,4 milhões”, alerta a publicação. Portanto, de acordo
com o texto, tais custos adicionais podem afetar as contas públicas do Estado.
Segundo o governo, os riscos fiscais concentram-se nos
processos de desapropriações. Atualmente, o projeto esbarra na falta de verba
para tal intervenção.
O governo Alckmin diz que aguarda a autorização da Cofiex
(Comissão de Financiamentos Externos), do Ministério do Planejamento, para a
captação do recurso. Já a pasta federal alega que o governo estadualnão
apresentou capacidade de pagamento desse montante solicitado.
O Estado diz que reivindica ao governo federal a revisão dos
critérios de avaliação de crédito. “A metodologia adotada pela Secretaria do
Tesouro Nacional não leva em conta a situação financeira de São Paulo diante do
cenário de crise no resto do país”, diz nota do governo estadual.
Diante de tantos entraves, a obra segue sem prazo de início
e conclusão.
Obra já tem 3 adiamentos
O início das obras da linha 18-Bronze do Metrô já teve pelo
menos três adiamentos. Em agosto de 2014, foi assinada a PPP entre o governo
estadual e o consórcio de empresas vencedor da licitação. Na ocasião, o
governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que as obras seriam iniciadas em 90
dias, o que não aconteceu.
Em abril de 2015, o governo prometeu começar as obras, no
máximo, até dezembro do mesmo ano. A promessa não foi cumprida.
Após duas prorrogações, o governo Alckmin estipulou uma nova
data para o pontapé inicial nos serviços: o segundo semestre de 2016, prazo que
também não foi cumprido.
03/05/2017 – Jornal Metro
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