29/06/2017Notícias do Setor ANPTrilhos
Tentando encontrar desesperadamente uma agenda de notícias
para contrabalançar a crise política, o governo já montou sua lista
praticamente definitiva da carteira de obras e ações incluídas no Projeto
Avançar. As iniciativas vão resultar em um dispêndio de R$ 56,6 bilhões, com
recursos do Orçamento Geral da União (OGU), até dezembro de 2018.
Uma penúltima reunião entre ministros e técnicos da área de
infraestrutura ocorreu ontem, no Palácio do Planalto, para amarrar os detalhes
do Avançar. O lançamento chegou a ser planejado para esta semana, mas os
trabalhos não ficaram prontos a tempo. Ainda falta bater o martelo com o
presidente Michel Temer.
Visto como sucessor do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC), criado nas gestões petistas, o Avançar não tem nenhuma obra nova. O
objetivo é garantir, em um cenário de restrições orçamentárias, previsibilidade
a liberação de recursos para a conclusão dos empreendimentos selecionados ¬ ou
pelo menos uma etapa dos projetos.
“É um esboço de retomada que o governo faz de obras
paralisadas para encerrar definitivamente a cultura de desperdício, fruto de
demagogia, sem que isso signifique ameaça ao esforço fiscal em andamento”,
afirmou ao
Valor o ministro Moreira Franco (Secretaria¬Geral da
Presidência), que coordena os preparativos.
Curiosamente, o programa será lançado em um ambiente de
contração dos investimentos do governo federal, por conta das dificuldades
fiscais. Ou seja, a iniciativa já nasce com uma dificuldade séria a driblar. De
janeiro a abril deste ano, os investimentos tiveram queda de 60,3% ante igual
período do ano passado, somando apenas R$ 8,2 bilhões.
São Paulo é, disparado, o Estado com maior volume de
recursos previstos até o momento: R$ 5,01 bilhões. A Bahia aparecia em segundo
lugar, com R$ 3,26 bilhões até dezembro de 2018, com Rio de Janeiro e Rio
Grande do Sul empatados na terceira posição: R$ 2,07 bilhões cada um.
Segundo o Valor, os projetos contemplados na área de
mobilidade são:
No Rio de Janeiro, a ampliação do VLT na área central e
portuária vai receber aportes de R$ 117,8 milhões até o fim do ano que vem.....
Em São Paulo, foram selecionados 613 projetos...... O
mesmo acontecerá com obras de mobilidade como a extensão da Linha 9¬Esmeralda
da CPTM (R$ 500 milhões) e um conjunto de corredores de ônibus (R$ 238,7
milhões): em Guarulhos, em Rio Grande da Serra, Capão Redondo¬Vila Sônia e
Leste¬Itaquera.
O governo quer vender a ideia de que, com a iniciativa, serão
gerados 1,2 milhão de postos de trabalho. O discurso político foca em um dos
maiores problemas com o qual tem que lidar a atual gestão: o elevado nível de
desemprego na economia brasileira.
Além do programa com recursos exclusivamente do OGU, o
Avançar terá braços específicos em cada pasta, que podem incluir outras fontes
de financiamento. É o caso do Avançar Cidades, com verbas do FGTS, ou o Avançar
Energia, que englobará investimentos de estatais como a Petrobras e a
Eletrobras. Mas essas vertentes estarão separadas.
O volume total de investimentos previstos até o próximo ano
é de R$ 56,6 bilhões, sendo R$ 12,8 bilhões em “políticas sociais”, R$ 31,9
bilhões em infraestrutura e R$ 12 bilhões na área de defesa..........
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