terça-feira, 11 de julho de 2017

Novas estações de Metrô dão ‘cara nova’ para Linha 5-Lilás


 Estadão Conteúdo
06.07.17 - 08h29
Com entrega prometida para o mês que vem, o Metrô se prepara para abrir mais três estações ao público e emplacar uma nova “cara” para a Linha 5-Lilás, que opera na zona sul e, até o fim do ano, deverá chegar ao centro. As Estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin estão com as obras civis praticamente concluídas e passam, agora, pela instalação de sistemas elétricos. A reportagem visitou as três paradas, que apresentam características verdes e sociais.

A nova face já surge com as cúpulas de vidro nas entradas principais das estações. Chamadas de “bolhas” pelos funcionários, fazem parte da proposta de aproveitar ao máximo a luz natural, economizando eletricidade.

Essa mesma diretriz permitirá ainda que, além das três estações, a zona sul da capital ganhe novas praças – os locais construídos para abrigar as claraboias que levarão a luz até a plataforma e ficarão abertos ao público. “As plataformas ficam mais ou menos a 30 metros de profundidade”, explica o engenheiro da Linha 5 Michel Mastaler. “Abaixo delas, há porões por onde toda a rede de cabos vai passar”, afirma.

Quem usar as estações notará ainda duas diferenças na comparação com as estações mais recentes. A primeira é a falta das portas de plataforma, tidas como uma opção de maior segurança. “Estão contratadas com o sistema CBTC (o controle computadorizado dos trens) e deverão estar instaladas até a entrega do novo trecho”, informa o Metrô. Também não haverá as catracas que têm portas de acesso automáticas, instaladas nas Linhas 2-Verde e 4-Amarela. Para o Metrô, controles de acesso antigos, com roletas, “apresentam melhores resultados operacionais”. Por dia, 54,2 mil pessoas deverão usar as três estações.

Até o fim do ano, quando o restante da Linha 5 for entregue, pelas três paradas circularão 60,2 mil pessoas. Ao todo, a Linha 5 custará R$ 9 bilhões.

As novas praças ainda têm recuos para o embarque e desembarque de carros, o que é defendido pelo professor do Departamento de Transportes da Universidade de São Paulo (USP) Claudio da Cunha Barbieri, que destaca a influência da era dos transportes por aplicativo. “Uma grande parcela usa transporte individual para a primeira ou última milha da viagem.”

Espera

Moradores da região de Santo Amaro aguardam a abertura com expectativa. “Essa obra já demorou demais. Os tapumes estão aqui há anos (a obra começou em 2011). Vou muito ao médico no Ibirapuera. Acho que, quando abrir, vou de metrô em vez de ir de táxi”,diz a aposentada Lourdes Manzanares, de 62 anos, vizinha da futura Estação Brooklin.

A Linha 5 tinha entrega prometida inicialmente para 2015. Alvo de ações criminais nos Ministérios Públicos Estadual e Federal, por causa da ação de cartéis nas licitações, os serviços chegaram a ser paralisados por um mês em 2011. O MPE viu sobrepreço de R$ 320 milhões.

No mesmo local, há o corredor de ônibus intermunicipal que liga a zona sul à Diadema, no ABC. “Venho até aqui (na Avenida Roque Petroni Júnior) e tomo outro ônibus para ir até o Brooklin. Para mim, vai ajudar”, contou a recepcionista Clarice Araújo, de 23 anos, moradora de Americanópolis.

Das estações restantes, Ibirapuera, Moema, AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin têm entrega prometida até o fim deste ano. A Estação Campo Belo, que um dia terá conexão com o monotrilho da Linha 17-Ouro, será inaugurada no ano que vem.

Distribuição

Para o Metrô, uma das consequências da conclusão da Linha 5 é o alívio de outros pontos da rede, especialmente o saturado corredor que liga as Linhas 4-Amarela e 2-Verde nas Estações Paulista e Consolação. Com as novas opções de conexão, “o fluxo concentrado de usuários na Estação Paulista da Linha 4 será dividido com a nova opção de transferência na Estação Chácara Klabin”, afirma o diretor de Engenharia e Construções, Sérgio Amalfi Meca.

O professor Cunha Barbieri, por outro lado, afirma que esse movimento ainda dependerá dos “testes práticos” dos passageiros. “É preciso avaliar o tempo de viagem, a lotação e o quanto o transporte é confiável”, disse, lembrando que a Linha 9-Esmeralda da CPTM, usada na viagem atual e com menos estações no trajeto, é conhecida por paralisações e lotação, além de ser mais lenta.


Novas estações da Linha 5-Lilás devem ser abertas incompletas

11/07/2017 - Metrô CPTM

Quem vê as obras de duas das três estações da Linha 5-Lilás prometidas pelo governador Geraldo Alckmin para agosto dificilmente acredita que elas estarão prontas a tempo de serem inauguradas. Faltando pouco mais de 50 dias para que a promessa vire realidade, as estações Alto da Boa Vista e Borba Gato ainda têm muito trabalho pela frente.

O blog percorreu o trecho de cerca de 3 km neste domingo (10) e viu alguns trabalhadores nos canteiros, uma prova que a obra está em ritmo frenético, porém, ainda longe de parecerem próximas de serem finalizadas.

A sensação de que elas serão entregues às pressas é reforçada por uma informação não oficial de que as PSDs, portas de plataforma que são item extra de segurança nas novas estações do Metrô, não serão instaladas a tempo. Prova disso é que as plataformas de Alto da Boa Vista e Borba Gato receberam o piso até a extremidade, ou seja, sem deixar um trecho de cerca de 40 cm para que sejam montadas as estruturas das PSDs.

Segundo relato de um funcionário da obra que repercutiu em redes sociais, as portas não estão prontas e ainda a caminho, vindas da Europa. Na estação Brooklin, a mais adiantada da obra, os operários finalizam a instalação de luminárias na praça do térreo além de outros detalhes menores, mas nem sinal das PSDs. Nesse caso, o “degrau” na plataforma foi mantido o que exige que ao menos as estruturas sejam montadas.

Acabamento simplório

Parte do lote 2 da expansão da Linha 5, as estações Alto da Boa Vista e Borba Gato foram iniciadas na mesma época de Brooklin e chegaram a estar mais adiantadas que ela. Mas atrasos e o encarecimento da obra, que chegou ao limite de aditivos, obrigaram o Metrô a relicitar a parte final do projeto. O consórcio Galvão-Serveng, que havia começado o trecho, deu lugar ao Contracta-Telar que assumiu a obra no ano passado.

A troca de bastão atrasou ainda mais os trabalhos que deveriam ter sido concluídos em junho. Um dos sintomas do aumento de custo e do atraso é o acabamento dos prédios técnicos, edificações que ficam na superfície. Ao contrário de Brooklin, com vidros fumês, e AACD-Servidor, com placas de alumínio, as duas estações receberam apenas pintura e serão finalizadas com brises metálicos na região das janelas.

Apesar disso, a esperada inauguração das três estações deve seguir o de praxe na estratégia do Metrô: elas funcionarão em horário restrito e com intervalos bem elevados, apenas para avaliar os diversos sistemas e sua infraestrutura até que haja condições de ampliar o serviço.


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