Linha Leste em amarelo
13/11/2017Notícias do Setor ANPTrilhos
O Governo do Estado está trabalhando a possibilidade de
encurtar a obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza para viabilizar os
recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Eu
ainda não tenho uma definição. A gente se reuniu essa semana com o BNDES e
demos uma enxugada no projeto. A gente colocou a obra até o Papicu e não mais
até o Edson Queiroz. Nós também vamos diminuir o número de estações até o
trecho do Papicu”, acrescentou o titular da Secretaria da Infraestrutura
(Seinfra) do Estado, Lúcio Gomes.
De acordo com ele, houve também redução dos valores dos
empréstimos de R$ 2 bilhões para R$ 1,85 bilhão. “Desse total, R$ 500 milhões
viriam do Ministério das Cidades”, disse o secretário. Segundo Lúcio Gomes,
haverá em 15 dias outra rodada de negociação com o BNDES. “Daqui para lá, eles
vão pedir mais alguma informação. Tem a possibilidade ainda dessa conversa ser
em Fortaleza e não no Rio de Janeiro ou em Brasília, o que demonstra uma boa
vontade da parte deles”, afirmou.
O projeto da obra da Linha Leste já sofreu algumas
alterações com o intuito de obter os recursos do governo federal. “Apresentamos
uma proposta de um material rodante mais simples e consequentemente mais
barato. Houve neste caso simplificação da obra, no caso dos trens e dos
sistemas de eletrificação para ver se melhora a equação de custo-benefício”,
disse Gomes.
Não é de agora que o Governo do Ceará tem apresentado
propostas mais simples ao governo federal. Em julho deste ano, por exemplo, em
reunião realizada em Brasília, o governador Camilo Santana propôs mudar o fluxo
e parcelar a entrada de recursos para dar continuidade às obras. A alteração foi
apresentada ao presidente do BNDES, Paulo Rabello, e a representantes do
Ministério das Cidades.
Parceria
O titular da Seinfra também não descartou do projeto a
existência de uma Parceria Público-Privada (PPP) para a realização do
empreendimento.
“Não excluímos a intenção da PPP, mas isso vai ser para o
restante da obra. Inclusive tem um grande grupo chinês, CRRC (China Railway
Rolling Stock Corporation), interessado nisso, mas antes eu tenho que definir
essa etapa que vai do Centro até o Papicu”, esclareceu Gomes.
A China Railway Rolling Stock Corporation (CRRC) mostrou
interesse em diferentes trechos do Metrofor. A informação, confirmada no início
deste ano, fez com que o governo estadual iniciasse estudos para a publicação
de editais visando a formatação das parcerias.
Projetos em andamento
Apesar da paralisação das obras da Linha Leste do Metrô de
Fortaleza, os projetos de arquitetura e de engenharia continuam sendo tocados
pelo Governo do Estado. Nesta semana, representante da companhia cearense esteve
em São Paulo para tratar com a Themag Engenharia sobre o acompanhamento de
ações relativas a estes projetos.
“A Themag é a empresa responsável por todos os projetos
executivos de todas as estações e túneis da Linha Leste, tendo sido contratada
pelo Consórcio para esta finalidade. Paralelamente aos esforços do Governo do
Ceará para a liberação dos recursos, o Metrofor verifica e discute os projetos
de engenharia e arquitetura que serão executados, sendo esta uma atividade de
rotina”, informou o Metrofor.
Paralisadas
As obras da Linha Leste do Metrô de Fortaleza, ligando o
Centro da Capital ao bairro Edson Queiroz, foram iniciadas em novembro de 2013,
mas paralisadas no início de 2015 devido à reformulação societária articulada
pelo consórcio Cetenco-Acciona, que executava os trabalhos.
“O consórcio foi reformulado e teve a denominação e a
composição alteradas para Consórcio Metrô Linha Leste Fortaleza, formado pelas
empresas Acciona Infraestructuras S/A e Construtora Marquise S/A, que passou a
ser a líder do consórcio. Para retomar a obra, o Governo do Estado tem
trabalhado intensamente junto ao Governo Federal para que este libere os
recursos garantidos. O novo cronograma só poderá ser restabelecido quando do
reinício da obra”, comunicou a companhia de transportes metropolitanos.
Cautela
O titular da Seinfra afirmou ainda que o momento agora é de
cautela, embora afirme manter o otimismo em relação ao empreendimento. “Eu
sinto uma certa cautela pelo histórico do projeto, mas eu não posso deixar de
ser determinado e otimista”, enfatizou Gomes.
O secretário também explicou que sempre houve interesse do
BNDES em investir recursos no Metrô de Fortaleza. No entanto, com a crise
econômica vivenciada pelo País, o Banco tomou uma posição mais prudente em
relação aos seus investimentos.
10/11/2017 – Diário do Nordeste
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