20/07/2016Clipping do Dia ANPTrilhos
Empresas transportadoras de passageiros de trens e metrôs
pedem ao Ministério de Minas e Energia que as tarifas de energia elétrica para
o setor sejam reduzidas. Segundo o presidente da Associação Nacional dos
Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores, a
proposta da entidade é que os valores economizados sejam integralmente
revertidos em melhorias para o sistema, o que contribuiria para a mobilidade
urbana, beneficiando cerca de 10 milhões de usuários transportados diariamente
em todo o país.
Na segunda-feira (18), Joubert apresentou ao ministro de
Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, as sugestões do setor.
“Não estamos pedindo descontos, mas que se estudem as
particularidades do transporte metroferroviário. É importante descobrirmos uma
forma de as empresas continuarem prestando serviço com qualidade, sem serem
oneradas a um ponto quase impossível de absorver”, disse à Agência Brasil o
presidente da ANPTrilhos, entidade que representa empresas, associações e
operadoras como a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) e os
metrôs de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Distrito Federal.
De acordo com Joubert, os gastos com energia são o segundo
maior item da planilha de custos das operadoras públicas e privadas de
transporte sobre trilhos, ficando atrás de mão de obra e à frente de custos com
manutenção. Se, até a década de 1990, quando vigorava um desconto de 75% na
tarifa de energia elétrica, esses gastos representavam 2% dos custos
operacionais totais, hoje, o percentual médio chega a 20%, reduzindo a
capacidade de investimento das operadoras metroferroviárias, que, juntas,
empregam cerca de 40 mil pessoas.
“Os gastos das empresas com energia praticamente dobraram
entre 2013 e 2015. Seria ótimo voltarmos a ter esse desconto, mas não é isso
que estamos pleiteando, pois sabemos o momento que o país está vivendo”,
acrescentou Joubert. Ele informou que as empresas propõem ao governo que todo o
dinheiro economizado com a eventual redução das tarifas de energia elétrica
seja reinvestido na melhoria do próprio sistema.
A ANPTrilhos chegou inclusive a sugerir ao Ministério de
Minas e Energia que os descontos fossem condicionados à exigência de as
empresas de transporte adquirirem bens e produtos da indústria nacional, como
forma de estimular a produção local. De acordo com Joubert, o ministro Fernando
Coelho Filho mostrou-se sensível ao pleito e prometeu que os técnicos da pasta
se reunirão com os especialistas da associação e do setor para estudar a
questão.
Para a associação, os benefícios que a desoneração traria
para a sociedade seriam maiores que o impacto para o setor de energia elétrica
– impactos que o setor considera “insignificantes” perante as vantagens. Em uma
publicação que reúne as principais propostas do setor para a elaboração de
políticas públicas, a APTrilhos diz que a modernização do setor, com a
substituição dos atuais trens por outros mais modernos, possibilitaria reduzir
o consumo de energia elétrica entre 25% e 30%.
“Há várias formas de transferir essa economia para o
benefício do sistema e dos usuários. A mais fácil é repassar a economia para o
valor das tarifas, mas há outras formas mais eficazes e cujo benefício social é
mais amplo, como investir na atualização e modernização dos equipamentos, o que
geraria maior eficiência energética. E ainda poderíamos associar isso à
empregabilidade, estabelecendo que os equipamentos fossem comprados da
indústria brasileira”, concluiu Joubert.
20/07/2016 – Agência Brasil
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