04/08/2016 09:15 - Bom Dia Brasil - TV Globo
Documentos obtidos pelos repórteres do G1 e divulgado em
primeira mão pelo Bom Dia Brasil mostram o esquema bilionário de fraude em licitações
de ônibus em sete estados mais o Distrito Federal.
O esquema funcionava de modo que tudo era combinado entre
empresários, advogados e funcionários públicos. Eles definiam em conjunto como
seria o texto dos editais de licitação para garantir a vitória das empresas que
faziam parte da fraude. Os contratos investigados somam mais de R$ 16 bilhões.
Documentos põem sob suspeita concorrência do BRT em
Florianópolis
Documentos exclusivos obtidos pelo G1, protocolados entre
maio e julho deste ano nas promotorias de Justiça de diferentes municípios,
apontam para a existência de um esquema de fraude em licitações para exploração
de serviços de transporte coletivo em pelo menos 19 cidades de sete estados e
do Distrito Federal, entre as quais Florianópolis (SC).
Conforme troca de e-mails aos quais o G1 teve acesso e
investigações de promotores, a Logitrans, empresa da qual o engenheiro Garrone
Reck foi sócio, era contratada pelas prefeituras para fazer estudos de
logística e projeto básico de mobilidade, enquanto o filho dele, Sacha Reck,
advogava para empresas interessadas.
De acordo com as investigações, com apoio de funcionário da
prefeitura, Sacha Reck tinha acesso antecipado ao edital e, inclusive, ajudava
na elaboração do documento.
Os documentos permitem deduzir que o esquema existe, pelo
menos, desde 2007 e favoreceu, principalmente, empresas de duas famílias –
Constantino e Gulin.
Promotoria investiga esquema para fraudar licitações de ônibus pelo
país
05/08/2016 08:10 - Folha de SP
Leia: Licitações de ônibus são alvo de fraudes bilionárias
em 7 estados e DF - Bom Dia Brasil )TV Globo)
Um suposto esquema envolvendo advogados, engenheiros,
empresários e prefeituras pelo país pode ter fraudado licitações de transporte
público em dezenas de municípios brasileiros, indicam investigações do
Ministério Público do Paraná.
Documentos colhidos pelas investigações apontam que
advogados de empresas de transporte trocavam e-mails com prefeituras combinando
editais, propondo cartas-convites e acertando detalhes técnicos das licitações.
A história foi revelada nesta quinta (4) pelo portal G1, e
confirmada pelaFolha.
As suspeitas envolvem empresas das famílias Gulin e
Constantino; o advogado Sacha Reck; seu pai, o engenheiro Garrone Reck,
consultor em transporte público; a empresa Turin Engenharia e prefeituras de
dezenas de cidades. Todos negam irregularidades.
Parte dos investigados chegou a ser presa preventivamente no
mês passado, durante uma operação do Ministério Público do Paraná, mas foi
solta três dias depois por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
"Os indícios são de que eles formavam uma organização
criminosa, que atuava em licitações do transporte público em várias cidades do
país", diz a promotora Leandra Flores, de Guarapuava (PR), onde as
investigações tiveram início.
Segundo ela, há e-mails "explícitos" em que
advogados combinam com funcionários das prefeituras como será o edital de
licitação, antes mesmo de ele se tornar público –como é o caso de Guarapuava,
em que já houve apresentação de denúncia.
Simultaneamente ao acerto jurídico, dizem os promotores, a
empresa do engenheiro Garrone Reck, pai do advogado Sacha Reck, fazia os
estudos técnicos sobre o transporte público para os municípios, com o objetivo
de moldar a concorrência.
De acordo com os promotores, o esquema era
"frequente".
A APURAR
Apesar das suspeitas, as investigações ainda estão em fase
inicial. Novos e-mails e documentos foram apreendidos numa operação em junho,
que podem apontar outras cidades a serem acrescentadas à lista.
"Se houver menção [nos e-mails], vamos
investigar", diz o promotor Vitor Hugo Nicastro Honesko, do Gaeco Paraná
(Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Por enquanto, os indícios mais fortes estão nas cidades
paranaenses de Guarapuava, Maringá, Foz do Iguaçu e Apucarana, além de Brasília
(onde também já houve apresentação de denúncia).
Os investigados podem responder pelos crimes de fraude à
licitação, peculato, corrupção, falsidade ideológica, usurpação da função
pública e crime de responsabilidade, no caso de gestores municipais.
O Ministério Público também quer apurar se houve vantagens
indevidas a políticos ou funcionários públicos, decorrentes dos supostos
acertos.
OUTRO LADO
As defesas do advogado Sacha Reck e do engenheiro Garrone
Reck disseram à Folha que não iriam dar declarações, mas se manifestariam nos
autos.
Seus advogados já argumentaram, num recurso ao STJ (Superior
Tribunal de Justiça), que a acusação de organização criminosa foi usada
"para pintar um quadro emergencial" que justificasse a prisão
preventiva, e que há "evidente fragilidade" nos argumentos do
Ministério Público.
Eles negam direcionamento e afirmam que os serviços
prestados foram legítimos.
A Folha não conseguiu contato com advogados das empresas das
famílias Gulin e Constantino. O advogado da empresa Turin Engenharia não deu
retorno às ligações da reportagem.
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