Nos sete primeiros meses de 2016, aproximadamente 180 ônibus
do transporte público de passageiros foram incendiados em todo o país, segundo
a Confederação Nacional de Transporte. Isso representa uma média aproximada de
26 ocorrências por mês, ou quase um por dia.
Nesse fim de semana, uma onda de ataques registrada no Rio
Grande do Norte resultou em pelo menos 14 ônibus e vans totalmente destruídos.
Os atos ocorreram como retaliação à implantação de bloqueadores de celulares em
presídios localizados no estado.
Desde 2004, dados da NTU (Associação Nacional de Transportes
Urbanos) indicam que foram cerca de 1,7 mil ônibus urbanos incendiados. “Em
qualquer manifestação, por qualquer motivo, que nem tem ligação com transporte,
aquele grupo de pessoas opta por um incêndio a ônibus, porque vai chamar a
atenção. O ônibus acabou virando um símbolo de protesto sem ser, na maioria dos
casos, o pivô daquela insatisfação”, analisa o diretor-executivo da entidade,
Marcos Bicalho.
Estimativa feita pela NTU indica que o prejuízo total, desde
2004, já ultrapasse R$ 1 bilhão. O valor contabiliza os custos de reposição dos
veículos, a receita que deixou de ser obtida dos passageiros que não foram
transportados, além das horas não trabalhadas pelos usuários que não utilizaram
o transporte público em razão do problema. Neste ano, calcula-se que 160 mil
viagens individuais deixaram de ser feitas, com um impacto financeiro de mais
de R$ 90 milhões.
Apenas a aquisição de novos ônibus para substituir os que
foram destruídos em 2016 já custou mais de R$ 29 milhões às empresas. De acordo
com Bicalho, isso eleva o custo operacional do serviço e, depois, impacta no
aumento das tarifas do transporte coletivo.
A NTU trabalha junto ao Legislativo para aprovar leis
específicas que agravem a punição para esse tipo de conduta.
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