Estação Central do Sistema de Trens de Maceió da CBTU
18/06/2016 - G1 Alagoas
As ruas de Maceió já não suportam mais a quantidade de
carros e motos, o que provoca um congestionamento insustentável para quem
precisa circular pela cidade. Especialistas indicam que a saída para o problema
é investir em transporte alternativo ou transporte público de qualidade.
Na capital alagoana, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) é um
dos transportes públicos que podem amenizar esse problema e tem obras de
expansão e melhoramento do sistema em andamento, mas algumas estão atrasadas há
meses.
Duas estações novas deveriam ter sido entregues no dia 9 de
março deste ano, mas nem sequer estão prontas. Uma delas será no bairro da
Levada, e está orçada em R$ 6,7 milhões. A outra, no bairro do Bom Parto, está
avaliada R$ 7,2 milhões. Além disso, os projetos preveem revitalização da área
e substituição de dormentes e trilhos.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU),
órgão responsável pelas obras, o valor global das construções mais os serviços
de melhoramento devem custar em torno de R$ 23 milhões, mas ajustes nos
projetos de ambas as estações, além de dificuldades no orçamento, previsto no
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), provocaram uma paralisação nos
serviços.
Na Levada, ao lado do Pavilhão do Artesanato, onde a estação
deve ser feita, há poucos resquícios do preparo da obra, que não foi sequer
iniciada. O que se vê por lá são só alguns materiais de construção, mas nada
que dê a ideia de que uma estação vai passar a funcionar. A CBTU afirma que as
obras devem começar ainda este mês.
Vendedores que trabalham próximo ao local dizem que têm
esperança de, quando a estação for entregue, o movimento aumente no local,
fazendo crescer também as vendas. "Vai melhorar um bocado. Tem gente
vendendo em todos os lugares, mas as pessoas que estiverem na estação vão poder
comprar aqui porque fica perto", disse Lamartin Bezerra da Silva.
No Bom Parto, a situação está um pouco mais adiantada, mas
longe de estar pronta. As obras já começaram, mas enquanto isso, os passageiros
precisam aguardar o trem em cima de uma estrutura improvisada feita com ferros
e madeira envelhecida, o que os deixa com medo de sofrer algum acidente.
Um vendedor que preferiu não se identificar à reportagem
conta que se as obras já estivessem terminadas, a espera pelo transporte seria
bem melhor. "A estrutura foi improvisada e as madeiras estão podres, e aí
jogaram cimento em cima para 'tapiar'. Não fizeram a estrutura para proteger as
pessoas das chuvas", disse.
Expansão VLT
O projeto de expansão do percurso do VLT também busca
melhorar a vida de quem depende deste meio de transporte. A ideia é expandir e
revitalizar os trilhos do trem, fazendo com que fiquem adequados para seguirem
até o bairro de Jaraguá. Atualmente, o VLT vai da estação Lourenço, em Rio
Largo, até o centro de Maceió.
A expansão pretende acrescentar mais 2,5 km do percurso, com
ponto de chegada na estação do próprio bairro, onde atualmente abriga o galpão
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e está
tomado pelo mato e lixo. O lugar cheira e urina e moradores de rua se abrigam
lá com barracas improvisadas.
No total, a obra está orçada em R$ 4,5 milhões. Deste valor,
R$ 1,4 milhão é para a construção da estação. Parte das obras, que inclui
limpar os trilhos e colocar manilhas, foi inciada em outubro do ano passado. No
entanto, os trabalhos que devem ser feitos para a expansão do percurso ainda
não começaram.
A princípio, a CBTU estipulou o valor de R$ 1,5 para a obra,
e ainda tinha como intenção entregá-la em maio, mas por motivos burocráticos
isso não aconteceu.
O projeto que prevê a extensão só foi aprovado em 5 de maio
deste ano. Além disso, a CBTU informa que as obras devem ser iniciadas no
próximo mês de julho, já que o edital de licitação foi publicado no começo de
junho. Com isso, só falta uma empresa ganhar a licitação para os trablhos serem
postos em prática.
A contabilista Raphaelle Nunes sai todos os dias de casa bem
cedo para pegar o trem às 6h05 na estação de Rio Largo. Ela conta que com a
expansão, muitos passageiros não precisariam pegar outro transporte para chegar
ao destino final.
"Eu desço na estação do centro de Maceió, pego ônibus
ou lotação, que são cheios devidos aos passageiros do VLT. Só que a passagem de
ônibus é R$ 3,50, enquanto que a do VLT é R$ 0,50. Vai melhorar muito com a
expansão porque aí as pessoas que trabalham na Pajuçara ou em outro bairro
próximo ao Jaraguá vão precisar só de uma passagem, e não precisam depender de
outros transportes", disse Raphaelle.
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