18/06/2016 - A Tribuna
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou irregulares a
licitação (concorrência pública), o contrato e os termos de aditamento (que
prorrogaram prazos e valores) das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no
trecho entre Barreiros, em São Vicente, e a Avenida Conselheiro Nébias, em
Santos.
Relator do processo, o conselheiro Antonio Roque Citadini
concordou com os argumentos da fiscalização do TCE, que apontou falhas nos
processos e citou que a defesa apresentada pela Empresa Metropolitana de
Transportes Urbanos (EMTU), do Governo do Estado e responsável pelo VLT, foi
insuficiente para esclarecer os fatos. Também votaram pela irregularidade os
conselheiros Sidney Beraldo e Valdenir Polizeli. A decisão é em primeira
instância.
Detalhes
O processo julgado é sobre o contrato feito em maio de 2013,
no valor de R$ 313,5 milhões, e aditamentos realizado em novembro de 2013
(acréscimo de R$ 69, 7 milhões), maio de 2014 (prorrogação de prazo por sete
meses), dezembro de 2014 (prorrogação por mais três meses) e abril de 2015
(acréscimo de R$ 5,1 milhões). As obras incluíram edificações, acabamentos,
pátio de manobras e manutenção, via permanente, sistema de rede aérea,
sinalização viária e urbanização.
Citadini diz na decisão, em relação aos aditivos, que “ultrapassaram
o limite permitido” pela legislação. Observa ainda que “nos atos em apreço
houve a configuração do orçamento defasado, porque a data da pesquisa de preços
e publicação do edital é de janeiro-junho/12 e a proposta da vencedora
apresentou data de abril/13, situação que, compromete a lisura do torneio, e
contraria a jurisprudência deste tribunal”.
A fiscalização do TCE apontou situações preocupantes.
“Alterações na planilha se fizeram em razão de adequações de valores, para uma
tentativa de que não fosse infringido o limite legal. Muitos serviços que
completariam a obra prevista foram suprimidos para tal adequação (paisagismo e
urbanismo, iluminação, monitoramento remoto etc), serviços estes pertencentes
ao contexto geral da obra e previstos na licitação”.
Resposta
A EMTU informa que não foi notificada. “Quando ocorrer, por
meio de publicação no Diário Oficial do Estado, apresentará recurso dentro do
prazo estipulado pelo tribunal”.
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