Às vésperas do carnaval, um sinal amarelo acendeu para o
VLT, o bonde que corta o centro da cidade. A multinacional francesa Alstom,
responsável pela fabricação e assistência técnica das 20 composições em
operação, decidiu, nesta quinta-feira, suspender por tempo indeterminado seu
contrato com a concessionária VLT Carioca. A empresa alega que há oito meses a
concessionária não paga pelos serviços contratados. Segundo a Alstom, a dívida
chega a cerca de R$ 100 milhões.
Além de fornecer os trens, a Alstom é responsável pelos
serviços de manutenção e pela eletrificação dos trilhos, e também cuida dos
sistemas de sinalização e telecomunicações. Questionado pelo GLOBO se a decisão
da fornecedora poderia levar a uma eventual interrupção na operação do VLT, a
concessionária não deu uma resposta. Em nota, o VLT Carioca informou apenas que
“para garantir a qualidade e eficiência da operação, poderá buscar outros
fornecedores no mercado”. No mesmo comunicado, a concessionária afirma que
renegocia pagamentos de dívidas, mas não divulgou valores.
Notificação entregue
A Alstom destacou que já notificou o VLT Carioca sobre sua
decisão. A concessionária, no entanto, não confirmou essa informação. O VLT
Carioca respondeu que a Alstom não poderia tomar a iniciativa de romper o
contrato com negociações para reescalonar as dívidas ainda em andamento.
Com a suspensão do contrato, a Alston também decidiu
interromper a fabricação, em Taubaté (SP), das 12 últimas composições que ainda
não foram entregues ao VLT Carioca. Esse último lote de veículos é essencial
para o início da operação com cobrança de passagens na Linha 2, que vai da
Rodoviária à Praça Quinze. Desde o início do mês, a Linha 2 opera em esquema de
testes, sem cobrança, e apenas entre a Praça da República e a Praça Quinze. A
cobrança pelas viagens estava prevista para começar no último dia 13.
Também procurada para comentar o assunto, a Companhia de
Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp) informou que a prefeitura monitora a
operação do VLT Carioca. A Cdurp disse ainda que exige o cumprimento de todas
as regras de concessão estabelecidas em contrato.
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