20/02/2017Notícias do Setor ANPTrilhos
O governo federal cancelou os repasses de recursos para a
construção do metrô em Porto Alegre. O valor total era de R$ 3,5 bilhões, mas
metade da verba já havia sido cortada em dezembro. Nesta quinta-feira (9) o
Ministério das Cidades confirmou que a outra parte não vai ser repassada, como
mostra o RBS Notícias (veja vídeo acima).
O projeto previa uma linha de cerca de 10 quilômetros de
extensão entre o Centro Histórico e a Zona Norte de Porto Alegre. Em 2013, a
então presidente Dilma Rousseff havia garantido o dinheiro para a obra.
Além de Porto Alegre, o Ministério das Cidades suspendeu os
recursos para diversos projetos de mobilidade no país porque, segundo o órgão,
estados e municípios não teriam cumprido os requisitos necessários. O prefeito
da capital gaúcha, Nelson Marchezan Junior, ressaltou nesta quinta que a nova
linha de metrô não está nos planos do atual governo e que não há dinheiro para
investir no projeto.
Outros cinco projetos de mobilidade na Região Metropolitana
de Porto Alegre e em Santa Maria, na Região Central do estado, também perderam
os recursos federais.
14/02/2017 – G1
Sem recursos para construir o metrô de Porto
Alegre, especialistas apontam alternativas
A confirmação de que o governo federal não vai mais
repassar recursos para a construção de uma linha de metrô em Porto Alegre
coloca uma questão: sem o transporte subterrâneo, qual seria a alternativa para
melhorar o trânsito na Zona Norte?
Em 2013, o traçado
da obra já havia sido reduzido em 30% para se adequar o orçamento previsto —
iria do Centro ao Terminal Triângulo, totalizando 10,3 quilômetros, e não mais
os 14,8 quilômetros originais até Fiergs.
Professor da
Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz
Afonso Senna afirma que, ao longo dos anos em que se discutiu a construção do
metrô, deixou-se de fazer investimentos de menor custo que poderiam gerar
resultados positivos no trânsito. O docente cita como alternativas ao metrô a
construção de corredores de ônibus, aperfeiçoamento dos já existentes e
implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRT).
— E não adianta
construir 10 quilômetros de metrô. As cidades que têm metrô possuem 500
quilômetros. São Paulo, que é uma cidade com uma rede muito modesta, tem 100
quilômetros de metrô. Dez quilômetros para uma cidade que movimenta só no setor
de transporte público quase 2 milhões de passageiros por dia não é nada, porque
só vai interligar um pedacinho da cidade. Isso não significa que não seja bom
ter metrô. Mas, aos custos reais para ser construído, é algo irrealista —
avalia Senna.
Apesar de os BRTs
serem constantemente elogiados por especialistas em transporte, em Porto
Alegre, onde foram pensados para a Copa de 2014, não significaram uma grande
transformação. A pavimentação de corredores foi refeita, utilizando concreto;
porém, outros elementos que caracterizam a modalidade não chegaram a ser
implantados: embarque rápido, veículos maiores, bilhetagem eletrônica e
informatização de horários. Ou seja, não resultou em mais agilidade.
— O que vamos
fazer com a Assis Brasil? É uma boa pergunta. Vamos colocar um BRT lá? Ok, mas
não sabemos isso. Aquilo estava em stand by esperando o metrô — afirma o doutor
em Transportes João Fortini Albano, também professor da UFRGS.
O especialista
sustenta que o que o ônibus mais próximo do metrô é o BRT:
— Transporte de
massa que existe por aí é trem metropolitano, que nós já temos no eixo da
BR-116; metrô, que é enterrado; e ônibus. E o ônibus mais identificado com
transporte de massa é o BRT, que trafega em corredores exclusivos e com
veículos de 140, 170 passageiros. (O BRT) tem trajeto livre, se desloca com
menor tempo, atrai bastante usuários. Não dá tanta vazão quanto o metrô, mas é
um transporte de massa.
09/02/2017 – Zero Hora
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