terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

União cancela repasse de verba para obra de metrô em Porto Alegre


20/02/2017Notícias do Setor  ANPTrilhos   
O governo federal cancelou os repasses de recursos para a construção do metrô em Porto Alegre. O valor total era de R$ 3,5 bilhões, mas metade da verba já havia sido cortada em dezembro. Nesta quinta-feira (9) o Ministério das Cidades confirmou que a outra parte não vai ser repassada, como mostra o RBS Notícias (veja vídeo acima).

O projeto previa uma linha de cerca de 10 quilômetros de extensão entre o Centro Histórico e a Zona Norte de Porto Alegre. Em 2013, a então presidente Dilma Rousseff havia garantido o dinheiro para a obra.

Além de Porto Alegre, o Ministério das Cidades suspendeu os recursos para diversos projetos de mobilidade no país porque, segundo o órgão, estados e municípios não teriam cumprido os requisitos necessários. O prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Junior, ressaltou nesta quinta que a nova linha de metrô não está nos planos do atual governo e que não há dinheiro para investir no projeto.

Outros cinco projetos de mobilidade na Região Metropolitana de Porto Alegre e em Santa Maria, na Região Central do estado, também perderam os recursos federais.


14/02/2017 – G1

Sem recursos para construir o metrô de Porto Alegre, especialistas apontam alternativas

A confirmação de que o governo federal não vai mais repassar recursos para a construção de uma linha de metrô em Porto Alegre coloca uma questão: sem o transporte subterrâneo, qual seria a alternativa para melhorar o trânsito na Zona Norte?
Em 2013, o traçado da obra já havia sido reduzido em 30% para se adequar o orçamento previsto — iria do Centro ao Terminal Triângulo, totalizando 10,3 quilômetros, e não mais os 14,8 quilômetros originais até Fiergs.
Professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Afonso Senna afirma que, ao longo dos anos em que se discutiu a construção do metrô, deixou-se de fazer investimentos de menor custo que poderiam gerar resultados positivos no trânsito. O docente cita como alternativas ao metrô a construção de corredores de ônibus, aperfeiçoamento dos já existentes e implantação do sistema Bus Rapid Transit (BRT).
— E não adianta construir 10 quilômetros de metrô. As cidades que têm metrô possuem 500 quilômetros. São Paulo, que é uma cidade com uma rede muito modesta, tem 100 quilômetros de metrô. Dez quilômetros para uma cidade que movimenta só no setor de transporte público quase 2 milhões de passageiros por dia não é nada, porque só vai interligar um pedacinho da cidade. Isso não significa que não seja bom ter metrô. Mas, aos custos reais para ser construído, é algo irrealista — avalia Senna.
Apesar de os BRTs serem constantemente elogiados por especialistas em transporte, em Porto Alegre, onde foram pensados para a Copa de 2014, não significaram uma grande transformação. A pavimentação de corredores foi refeita, utilizando concreto; porém, outros elementos que caracterizam a modalidade não chegaram a ser implantados: embarque rápido, veículos maiores, bilhetagem eletrônica e informatização de horários. Ou seja, não resultou em mais agilidade.
— O que vamos fazer com a Assis Brasil? É uma boa pergunta. Vamos colocar um BRT lá? Ok, mas não sabemos isso. Aquilo estava em stand by esperando o metrô — afirma o doutor em Transportes João Fortini Albano, também professor da UFRGS.
O especialista sustenta que o que o ônibus mais próximo do metrô é o BRT:
— Transporte de massa que existe por aí é trem metropolitano, que nós já temos no eixo da BR-116; metrô, que é enterrado; e ônibus. E o ônibus mais identificado com transporte de massa é o BRT, que trafega em corredores exclusivos e com veículos de 140, 170 passageiros. (O BRT) tem trajeto livre, se desloca com menor tempo, atrai bastante usuários. Não dá tanta vazão quanto o metrô, mas é um transporte de massa.
09/02/2017 – Zero Hora

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