O blog objetiva difundir artigos e trabalhos sobre Planejamento de Transporte de Passageiros Urbanos, de modo a permitir a discussão e a troca de experiências entre técnicos sobre os diversos temas envolvidos com o assunto.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Light pede falência da SuperVia por dívida de R$ 38 milhões
Companhia diz valor foi contraído após concessionária ter
assinado parcelamento de dívida no 1º semestre. SuperVia diz que não foi
notificada e que reunião de conciliação está marcada para janeiro.
Por G1 Rio
20/12/2016
A Companhia de Eletricidade ( Light) pediu na Justiça a
falência da SuperVia, consórcio responsável pela administração da malha
ferroviária da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, por causa de uma dívida
de R$ 38 milhões.
De acordo com a Light, o valor da dívida foi formado depois
de que a concessionária de trens ter assinado um parcelamento da dívida em
juízo no primeiro semestre do ano. Ele corresponde ao pagamento da conta mensal
da concessionária e não é pago há 4 meses.
Em nota, a SuperVia informa que não recebeu qualquer
notificação a respeito deste tema. A empresa esclarece que já está marcada para
o próximo mês uma audiência de conciliação entre a concessionária , a Light
S.A. e o governo do estado do Rio de Janeiro para uma negociação entre as
partes.
Ainda de acordo com a companhia de eletricidade, o consumo
de energia da SuperVia equivale ao fornecimento de energia do bairro do Leblon,
na Zona Sul ou do município de Nilópolis, na Baixada Fluminense.
A Light informa que cumpriu todos os procedimentos de
cobrança e regulatórios anteriores ao pedido de falência, além de realizar
diversas reuniões com a Supervia em busca da regularização. A decisão de pedir
a falência foi adotada após esgotar todas as possibilidades de negociação,
segundo a Light.
A SuperVia relata ainda que as dívidas existentes entre a
concessionária e a distribuidora decorrem de reajustes da tarifa de energia por
índices muito acima da inflação e que ocorreram nos últimos anos.
A empresa informou que que está cumprindo o acordo já
firmado com a Light S.A. para o escalonamento da dívida e que existe uma
decisão judicial proibindo qualquer corte no fornecimento de energia para o
sistema de trens urbanos do Rio de Janeiro, considerado um serviço de utilidade
pública.
Dona da linha 6 do metrô de SP pode ficar inadimplente
06/12/2016
- Valor Econômico
A Move São Paulo, concessionária da linha 6-Laranja
do Metrô, corre o risco de ficar inadimplente no pagamento de empréstimo de
curto prazo de R$ 550 milhões concedido pelo Banco nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), cujo vencimento está previsto para 15 de dezembro.
Para evitar a inadimplência, a Move São Paulo precisa estender o vencimento da
dívida, que conta com fiança de bancos comerciais. Mas para ganhar mais prazo
terá que apresentar garantias adicionais ao contrato de financiamento. A contar
de hoje, a concessionária - cujos sócios são Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC -
tem dez dias para chegar a um acordo com o BNDES.
O cenário de dificuldades financeiras da Move São
Paulo é agravado por possíveis ações judiciais que começam a ser analisadas por
parte das empresas japonesas sócias da Odebrecht Mobilidade, que é acionista da
concessionária da linha 6. A hipótese de processo é considerada em cenário
extremo, em que a Move São Paulo seja levada à recuperação judicial ou à
falência. O Valor apurou que uma eventual ação judicial pode ter como alvo a
Odebrecht e a Queiroz Galvão, envolvidas em casos de corrupção investigados
pela Operação Lava-Jato. As denúncias foram determinantes para o BNDES não
liberar o empréstimo de longo prazo para o projeto da linha 6.
Em nota, a Move São Paulo disse não haver
"fundamento" uma possível ação judicial dos japoneses. "A
concessionária Move São Paulo desconhece completamente essa informação."
Afirmou ainda que não há animosidade entre as empresas. A Mitsui, que lidera os
investidores japoneses, não quis comentar a possibilidade de inadimplência da
concessionária, nem o cenário de abertura de ações judiciais pelos japoneses. A
Mitsui disse que tem interesse em investir no Brasil em novos projetos de
infraestrutura, mas que sua prioridade é encontrar uma saída para o impasse que
cerca a construção da linha 6 do metrô.
As empresas japonesas ligadas ao projeto da linha 6
estão reunidas na Gumi, subsidiária controlada pela trading Mitsui que investe
no negócio de trens de passageiros no Brasil. Em dezembro do ano passado, a
Mitsui vendeu participações acionárias na Gumi para a operadora ferroviária
West Japan Railway (JRW) e para a JOIN, a Corporação Japonesa para Investimento
em Infraestrutura, Transporte e Desenvolvimento Urbano no Exterior. A Gumi tem
40% da Odebrecht Mobilidade e os 60% restantes pertencem à Odebrecht Transport
(OTP). A JRW dá os primeiros passos no Brasil.
De acordo com a Move São Paulo, a não efetivação do
financiamento de longo prazo pelo BNDES foi o principal fator que determinou a
paralisação das obras da linha 6, em setembro deste ano. No total, a
concessionária havia pleiteado ao BNDES financiamento de R$ 5,5 bilhões para o
projeto.
Nos contratos do BNDES, é comum que financiamentos
de longo prazo, quando contratados, sirvam para repagar empréstimos-ponte (de
curto prazo), além de permitir a continuidade do investimento. O empréstimo de
curto prazo concedido pelo banco à Move São Paulo conta com carta de fiança dos
bancos BTG Pactual, Crédit Agricole, Santander e ABC. Para estender o
vencimento do empréstimo por um ano, as cartas de fiança precisam ser
renovadas. Procurados, os bancos não se pronunciaram sobre o assunto.
Segundo apurou o Valor, a Move São Paulo e o BNDES
assinaram, em outubro, aditivo ao contrato de financiamento que reduziu o valor
do empréstimo de curto prazo para R$ 550 milhões, com base em janeiro de 2015,
ante um número originalmente previsto de R$ 1,6 bilhão. A Move São Paulo
afirmou em nota que as discussões para se chegar a um acordo continuam:
"As negociações junto ao BNDES e aos bancos
credores seguem o cronograma previsto e ocorrem dentro da absoluta
normalidade."
Também em nota, a Move São Paulo afirmou: "A
retomada [das obras do projeto] depende do avanço das negociações junto ao
BNDES e ao Governo do Estado de São Paulo". Afirmou ainda que o retorno
das obras envolve efetivar o financiamento de longo prazo e mitigar os efeitos
causados pelos atrasos na liberação de áreas públicas e na "imissão"
na posse de imóveis expropriados.
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM)
disse que o governo do Estado aportou, desde 2015, R$ 694 milhões para
pagamento de eventos e R$ 979 milhões em desapropriações de 370 imóveis
privados. "Cerca de 95% das áreas necessárias à implantação da Linha 6 já
se encontram liberadas. Não há pendências do governo do Estado junto à
concessionária que impeçam a retomada das obras", disse a STM. A secretaria
afirmou que o plano de financiamento do parceiro privado, apresentado em 2014,
prevê três operações de crédito junto ao BNDES: empréstimo-ponte, capital de
giro e empréstimo de longo prazo. "As duas primeiras operações já foram
contratadas." E concluiu: "A obtenção do financiamento junto ao BNDES
é responsabilidade exclusiva do parceiro privado e é condição para a
continuidade do contrato de concessão da Linha 6-Laranja. O Governo do Estado
trabalha junto ao BNDES para que a questão da financiabilidade seja
resolvida."
O BNDES justificou a decisão de não liberar
empréstimos adicionais à Move São Paulo: "Em virtude da deterioração da
situação cadastral e creditícia dos principais patrocinadores do projeto, estes
[os acionistas da Move SP] estão com dificuldades em apresentar as garantias
necessárias na fase de obras." Segundo o BNDES, a concessionária Move São
Paulo pediu prazo para que sejam apresentadas as garantias necessárias ou seja
negociada a entrada de novos patrocinadores capazes de prestá-las ao banco, bem
como de aportar recursos próprios no montante requerido pelo projeto.
Há informações de que se cogitou a possibilidade de
a JOIN financiar a obra junto com a Mitsui como fonte alternativa ao BNDES. Na
nota, o BNDES afirmou que a entrada de novos financiadores reduziria a
exposição do banco e as garantias necessárias para o equacionamento do
financiamento de longo prazo. "O BNDES está comprometido com o sucesso do
projeto e tem apoiado a Mitsui e o governo de São Paulo na busca da solução que
permita a continuidade das obras", declarou o banco.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Trecho Saara-Praça Quinze do VLT é testado no Rio
19/12/2016 - O Globo
Falta pouco para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), meio de
transporte que caiu no gosto de cariocas e turistas, ampliar seus caminhos. Na
manhã de ontem, a prefeitura realizou uma viagem-teste no trecho Saara-Praça
Quinze. Na primeira quinzena de janeiro, passageiros poderão utilizar
gratuitamente o bonde no trajeto, como aconteceu durante o período de
experimentação do percurso Rodoviária-Santos Dumont, em junho. A operação
comercial, com cobrança, tem início previsto para a segunda quinzena de
janeiro.
— O novo trecho vai permitir a integração de mais um modal,
no caso, as barcas da Praça Quinze, possibilitando que as pessoas utilizem
também metrô ou ônibus. O VLT tem essa função, fazer a transição de um modal
para outro — disse Jorge Arraes, secretário especial de Concessões e Parcerias
Público-Privadas da prefeitura.
No percurso, os passageiros terão acesso às paradas Praça
Tiradentes e Colombo, esta na altura da Avenida Rio Branco, onde haverá conexão
com o eixo Rodoviária-Santos Dumont, na estação Sete de Setembro. Além disso,
poderão conhecer um pouco da história da cidade, já que parte dos 500 achados
arqueológicos das obras do sistema foram encontrados nesse trajeto, com 343
pedras preservadas entre os trilhos pelos quais passa o VLT.
Até a inauguração oficial do novo trecho, os bondes vão
circular em período estratégicos.
— Sabemos que esta semana de Natal é uma época de muito
movimento na Saara, então, para evitar problemas, o VLT só rodará à noite. E,
na semana seguinte, começaremos a operação assistida, com batedores
acompanhando de moto o deslocamento do bonde durante o dia — explicou Arraes.
Inaugurado em 5 de junho, o VLT tem seis meses de operação
no trecho Rodoviária-Santos Dumont e, segundo a Secretaria municipal de
Transportes, realizou 25.365 viagens, com mais de 4 milhões de passageiros.
Arraes confirmou para 2017 a conclusão da chamada Etapa 3, na Rua Marechal
Floriano:
— Continuamos com a Etapa 2, no trecho entre a Saara e a
Central do Brasil, já interligando com a 1. E finalizamos com o que chamamos de
Etapa 3, adiada na época das obras do Porto Maravilha para não comprometer
trânsito. É uma obra que será feita no primeiro trimestre, completando os 28
quilômetros previstos.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
Metrô-DF terá primeira estação com captação de energia solar da América Latina
15/12/2016Notícias do Setor ANPTrilhos
A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) publicou,
nesta quinta-feira (14), no Diário Oficial do Distrito Federal, edital de
licitação para compra de equipamentos com montagem e instalação de Sistema de
Energia Solar Fotovoltaica (SESFV) na Estação Guariroba, em Ceilândia. Será a
primeira estação de Metrô na América Latina totalmente sustentável, com placas
fotovoltaicas – que convertem a luz solar em energia elétrica. Outras estações
de metrô no mundo que já têm placas fotovoltaicas: Milão, Nova Iorque e Nova
Deli.
O Metrô planeja a inauguração da primeira estação com placas
fotovoltaicas para o primeiro semestre de 2017, como parte de uma ação do
Programa Metrô Sustentável, lançado em abril do ano passado pelo governador
Rodrigo Rollemberg.
“A Estação Guariroba será a quarta no mundo totalmente
autossuficiente em termos de energia elétrica, e Brasília se torna um exemplo
na América Latina. Também será um espaço para que estudantes de várias
universidades do DF e de outras unidades da federação possam acompanhar e
estudar o funcionamento dessa estação, a primeira ambientalmente sustentável do
Distrito Federal”, afirmou o presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado.
A implantação de um projeto piloto de minigeração de energia
limpa com fontes de recursos naturais renováveis pretende diversificar a matriz
energética da Companhia e servirá para subsidiar novas implantações em outras
unidades operacionais do Metrô-DF, aumentando assim a participação de fontes
alternativas e limpas para a operação metroviária. A energia captada servirá
para abastecer a plataforma, bilheteria, mas não os trens.
As placas em Guariroba aproveitam a energia gerada pelo sol
em complementação aos sistemas tradicionais de geração de energia elétrica,
especialmente as usinas hidrelétricas e termelétricas, o que reduzirá, a médio
prazo, os custos de energia elétrica.
Metrô Sustentável – O Programa Metrô Sustentável foi
elaborado de acordo com as diretrizes do Programa de governo local e federal e
estabelece metas e prazos para execução de ações com viés social, sustentável,
econômico e educativo. A ideia é lançar projetos para utilização de energias
renováveis no sistema metroferroviário; implantar a Agenda Ambiental na
Administração Pública – A3P; conscientizar usuários e empregados quanto ao uso
racional dos recursos naturais e consumo consciente, entre outros.
Serviço:
Contratação de empresa Aquisição de Equipamentos com
Montagem e Instalação de Sistema de Energia Solar Fotovoltaica – SESFV na
Estação Guariroba do METRÔ-DF.
Data e hora da abertura das propostas: 18/01/2017, às 10h
Local: Comprasnet (www.comprasgovernamentais.gov.br)
14/12/2016 – Metrô-DF
sábado, 17 de dezembro de 2016
No Rio, ônibus perdem passageiros durante a crise
11/12/2016
Mais de três milhões de cariocas usam ônibus diariamente.
Mas para quem é usuário do modal, o cenário está diferente: há menos
passageiros nos pontos querendo embarcar. O sistema, impactado principalmente
pela crise econômica, está vendo o número de passageiros cair à medida que o
desemprego cresce — no Rio, a taxa está em 12%, segundo o IBGE. Já o trem e o
metrô estão contrariando a lógica dos transportes em tempos de crise,
beneficiados por uma eventual migração de passageiros.
Segundo o jornal “O Globo”, dados da prefeitura mostram que
entre janeiro e setembro de 2015, houve 969 milhões de embarques nos coletivos
municipais da cidade do Rio. Este ano, no mesmo período, foram 920 milhões —
quase 50 milhões a menos. Já o metrô quase bateu a marca de oito milhões de
embarques entre janeiro e setembro deste ano, contra 7,5 milhões no mesmo
período do ano passado. O trem também não saiu dos trilhos durante a crise: nos
nove primeiros meses, ultrapassou os seis milhões de embarques, contra 5,8
milhões em 2015. Tanto o metrô quanto o trem registraram crescimento em
praticamente todos os meses deste ano.
— Os manuais de economia ensinam que o desemprego acentua a
queda de usuários nos transportes. O que é diferente neste cenário é que o
metrô e o trem não perderam passageiros. Isso indica que houve migração de
passageiros entre modais — analisa o engenheiro de transporte Alexandre Rojas,
professor da Uerj. — Sobre os coletivos, é preciso entender o que está por trás
da migração que ocorreu para além da crise financeira no país. O sistema passou
por alterações que podem não ter sido bem digeridas pela população.
Em outubro do ano passado, as linhas municipais sofreram uma
transformação radical. Foram extintas 51, que deram lugar a 25 novas. Outras 26
tiveram seus trajetos alterados ou encurtados. As mudanças, na época,
provocaram uma enxurrada de críticas de usuários, que reclamavam não terem sido
ouvidos sobre as alterações. Os protestos surtiram efeito. Meses após as
mudanças, a prefeitura foi obrigada a rever inúmeras decisões. Só que alguns
passageiros não retornaram.
— O usuário quer praticidade. Se a mudança o prejudicou, ele
vai procurar uma saída o mais rapidamente possível para que sua mobilidade não
seja alterada — diz Edmilson Varejão, pesquisador do Centro de Estudos em
Regulação e Infraestrutura da FGV. — Em muitos casos, não adianta voltar a
atrás depois que o passageiro se acostumou à nova realidade.
A escalada da violência na cidade também tem uma parcela na
migração de passageiros, principalmente para o metrô. Segundo o último boletim
trimestral publicado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), houve 1.433
assaltos a coletivos, de janeiro a março deste ano, na capital, contra 1.183 no
mesmo período de 2015 — um crescimento de 17%.
Seja qual for o motivo da troca, se a migração continuar, as
linhas férreas poderão reassumir o protagonismo no transporte, após longo
período de domínio dos ônibus. O que se vê na cidade são opções para que esse
número aumente. O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), inaugurado no meio do ano,
quando estiver com o sistema completo, poderá transportar mais de 300 mil
passageiros por dia. Mesmo número da Linha 4 do metrô, que entrou em operação
no final de setembro.
Ao mesmo tempo, houve uma melhora no trânsito de algumas das
principais vias do Rio. A Estrada Lagoa-Barra, que liga a Zona Sul à Zona
Norte, por exemplo, teve ganho de 33% na velocidade média entre 2009, quando
ainda não havia obras olímpicas, e 2016.
O secretário municipal de Transportes, Alexandre Sansão,
admite que houve migração no sistema, mas que isso era algo planejado pela
prefeitura. Ele também fala que a melhora no trânsito pode ser um incentivo ao
uso do carro particular. “Uma de nossas metas era aumentar o percentual de
pessoas transportadas em modais de alta capacidade (metrô, trem e BRT). Hoje,
45% dos usuários de transporte público utilizam modais de alta capacidade,
contra apenas 20% em 2008. Isso foi possível porque criamos um sistema capaz de
fazer as integrações. Espero que a melhora no trânsito não incentive a
população a usar o carro. É uma tentação, mas isso pode ser revertido com mais
investimento em transporte de qualidade”, argumenta.
O Rio Ônibus, sindicato que reúne as empresas do município,
estima uma queda de passageiros ainda maior, entre 5% e 10%, e atribui o
problema não só à crise econômica, mas também às obras olímpicas, que pioraram
o trânsito da cidade, afastando os passageiros dos coletivos.
A concessionária Metrô Rio disse que teve aumento de demanda
no primeiro semestre de 2016 em função das obras do Centro, mas que agora houve
uma desaceleração no crescimento. Já a SuperVia, concessionária dos trens do
Rio de Janeiro, afirmou que o sistema ferroviário experimentou um crescimento
que não ocorria há anos e atribuiu o fenômeno às melhorias no sistema. A CCR
barcas justificou a perda de passageiros pela crise econômica.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
Planos de Mac Dowell incluem assumir metrô e reduzir velocidade no BRS
16/12/2016 - O Globo
Anunciado nesta quinta-feira pelo prefeito eleito
Marcelo Crivella como futuro secretário municipal de Transportes, o
engenheiro Fernando Mac Dowell, um dos responsáveis pela implantação do metrô
do Rio no fim da década de 70, aposta na municipalização do sistema como forma
de ampliar o número de usuários do serviço. Vice-prefeito eleito, ele
acrescentou que analisa a possibilidade de reduzir para 40 quilômetros por hora
a velocidade máxima dos ônibus que circulam atualmente pelos corredores de BRS.
A lista de projetos para a nova gestão inclui ainda a redução do valor da
tarifa (hoje a R$ 3,80) dos BRTs.
A ideia de Mac Dowell é que as
linhas 1, 2 e 4, operadas pela concessionária Metrô Rio, passem a receber
orientações da prefeitura e não mais do estado, como acontece hoje. A operação
do sistema é fiscalizada pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos
de Transportes (Agetransp). Para o futuro secretário, a criação da Linha 1-A
(que permitiu que as composições da Linha 2 circulem entre Pavuna e Botafogo)
acabou criando um gargalo no serviço.
— Além disso, foi dispensado
todo o sistema de pilotagem automática da Linha 2. Isso não pode. Então, quero
arrumar algumas coisas — afirmou o engenheiro. — Estamos estudando a
possibilidade de a prefeitura assumir o metrô do Rio. O metrô está com a
capacidade menor por limitações operacionais. Eu poderia ter 1,78 milhão de
passageiros no sistema, que hoje atende cerca de 700 mil por dia.
REDUÇÃO DE INTERVALOS
Na avaliação de Mac Dowell, os
trens que circulam tanto na Linha 1 como na 2 perdem em velocidade comercial.
Como a Linha 2 não é automatizada, isso obriga os condutores a trafegarem mais
lentamente, no trecho da Pavuna até a Praça Onze, que no restante da viagem na
Linha 1, operada com piloto automático. A ideia seria que as composições da
Linha 1 não circulassem no outro trecho. Isso faria com que os intervalos
fossem menores, ampliando a oferta de assentos.
Hoje, entre Central e
Botafogo, o intervalo é de dois minutos e 15 segundos. Fora desse trecho, em
horários de pico, os trens passam a cada quatro minutos e 30 segundos.
A proposta para o metrô, no
entanto, não foi bem recebida pelo estado. O secretário estadual de
Transportes, Rodrigo Vieira, disse que o governo tem interesse em discutir
parcerias com a futura administração, inclusive a municipalização de alguns
serviços, mas não em repassar a gestão estratégica do metrô para a prefeitura.
— O estado tem interesse em
buscar soluções para ampliar o metrô até a Alvorada, o Recreio e Jacarepaguá ou
a Gávea (conclusão da Linha 4), por exemplo. Pensamos ainda em municipalizar a
operação de serviços aquaviários (Praça Quinze-Paquetá e Praça Quinze-Ilha do
Governador), o teleférico do Alemão e os bondes de Santa Teresa. Porém,
entendemos que em nenhum lugar do Brasil o metrô é municipal. A gestão ou é
estadual ou é federal, por exigir aportes grandes de investimentos — ressaltou
Vieira.
TARIFA MAIS BAIXA NOS BRTs
Segundo Rodrigo Vieira, o
futuro secretário municipal de Transportes ainda não o procurou para discutir
as parcerias. Já a Metrô Rio preferiu não se manifestar sobre a ideia de Mac
Dowell, por entender que é apenas a concessionária do serviço.
A Linha 1-A foi implantada
como parte de um acordo firmado pelo ex-governador Sérgio Cabral com o
consórcio que opera o metrô, em 2007, prorrogando por 20 anos (de 2018 para
2038) a concessão do sistema. Em troca, uma série de investimentos no sistema
foi anunciada pela operadora. Entre eles, estava a compra de novos trens. A
concessionária também arcou com a implantação da ligação direta entre as linhas
1 e 2 (de São Cristóvão à Central do Brasil) e a construção da estação Cidade
Nova. O novo trecho foi aberto em 2011.
Quanto aos BRTs, Mac Dowell
estuda se caberia cobrar pelas viagens uma tarifa menor que a do bilhete único
(R$ 3,80). Segundo ele, os quatro consórcios de empresas de ônibus do Rio que
operam em pool os BRTs têm um lucro maior nesses corredores exclusivos, sem que
isso se reflita no preço das passagens:
— Estamos examinando a tarifa
dos BRTs. Os BRTs têm um custo operacional 31% mais baixo, e fica por isso
mesmo? Vou discutir com as concessionárias a redução da tarifa. Não tenho nada
contra o BRT. O que tenho contra é não passar os benefícios aos usuários. Isso
é que tem que que ser feito. Estamos fazendo os cálculos.
O futuro do BRT Transbrasil
também está sendo avaliado pela futura equipe de transportes. O corredor
expresso de ônibus entre Caju e Deodoro começou a ser construído na atual
administração, mas está com obras paralisadas desde julho, quando faltavam
executar cerca de R$ 500 milhões em serviços. Mac Dowell praticamente descartou
a possibilidade de uma ampliação futura do Transbrasil até o Centro. A ideia
constava do projeto original da prefeitura.
— Vamos estudar o que faremos
com o BRT Transbrasil. Esse BRT foi feito muito em cima da SuperVia. Se a
SuperVia ficar maravilhosa como está ficando, a ferrovia vai ganhar. Então
precisamos encontrar um equilíbrio, para não provocar falência — disse ele.
Por meio de nota, o consórcio
BRT Rio informou que, na contramão da análise feita por Mac Dowell, o sistema
acumula uma dívida de R$ 7,3 milhões este ano devido à queda do número de
passageiros e a um aumento de 35% dos custos. O texto ressalta que “houve uma
expansão do sistema, sem que as projeções de passageiros se concretizassem”. O
consórcio afirmou ainda que está aberto ao diálogo com as autoridades, para
garantir a qualidade do serviço.
VELOCIDADE MENOR NO BRS
Para o BRS, a ideia de Mac
Dowell é reduzir a velocidade a 40km/h:
— Os ônibus não podem trafegar
na velocidade louca que estão trafegando. A velocidade tem de ser reduzida.
Hoje está muito alta. Chega a 70, 80 quilômetros por hora. Se o motorista perde
a direção, faz strike com as pessoas. Quarenta quilômetros por hora é a
velocidade factível.
Diario urbano: sanção do Plano Municipal da Juventude do Recife traz um alívio
PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA PENAM
EM OITO ESTAÇÕES DO METRÔ DO RECIFE
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2016/12/16/interna_vidaurbana,680332/diario-urbano-sancao-do-plano-municipal-da-juventude-do-recife-traz-u.shtml
Por: Jailson da Paz
Publicado em: 16/12/2016
07:35 Atualizado em:
Em um cenário de denúncias de
retirada de direitos sociais de minorias e das camadas mais pobres, a sanção do
Plano Municipal da Juventude do Recife traz um alívio. O plano tem o crivo do
Executivo, é certo. Está lá a assinatura do prefeito. Mais impactante do que a
formalidade da assinatura, contudo, foi a construção do documento e a definição
de um norte para as ações daqui para frente. Uma política pública tem essa
função: guiar governantes à resolução de problemas crônicos que se concentram,
às vezes, em áreas pobres de uma cidade, mas com reflexo em áreas de poder
econômico médio e alto. A ausência de projetos culturais e educacionais,
apontada por especialistas como motivo da violência, fala por si. Daí a
precisão do argumento de Sylvia Siqueira, presidente de uma das organizações
sociais envolvidas na construção do plano, de que não caberá desculpas daqui
para frente para falta de investimentos em ações para a juventude. E
investimentos de maneira clara, ou seja pautados em critérios, o que, ao menos
nos discursos do gestores municipais, ficou indicado que será respeitado. Assim
seja!
Correndo perigo
Vida difícil a dos cadeirantes que circulam pelas calçadas da Avenida Rosa e Silva, nos bairros do Espinheiro e das Graças. Precisam se arriscar no asfalto, pois se deparam com ondulações, provocadas por raízes de árvores, e com disníveis do piso, consequência de buracos e de reparos malfeitos.
Ação na Justiça
Pessoas com mobilidade reduzida penam em oito das estações da Linha Centro do metrô: Coqueiral, Cavaleiro, Floriano, Engenho Vellho, Jaboatão, Alto do Céu, Curado e Rodoviária. Rampas estão entre os problemas. Por isso, o Ministério Público ajuizou ação civil pública para a CBTU concluir os projeto de acessibilidade.
Vida difícil a dos cadeirantes que circulam pelas calçadas da Avenida Rosa e Silva, nos bairros do Espinheiro e das Graças. Precisam se arriscar no asfalto, pois se deparam com ondulações, provocadas por raízes de árvores, e com disníveis do piso, consequência de buracos e de reparos malfeitos.
Ação na Justiça
Pessoas com mobilidade reduzida penam em oito das estações da Linha Centro do metrô: Coqueiral, Cavaleiro, Floriano, Engenho Vellho, Jaboatão, Alto do Céu, Curado e Rodoviária. Rampas estão entre os problemas. Por isso, o Ministério Público ajuizou ação civil pública para a CBTU concluir os projeto de acessibilidade.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Governo federal anuncia linha de crédito de R$ 3 bi para comprar ônibus
O
Presidente da República, Michel Temer, lançou nesta terça-feira (13) um
programa que pretende renovar até 10% da frota de ônibus do sistema de
transporte público do país.A iniciativa, batizada pelo Palácio do Planalto de
"Refrota 17", disponibilizará aos empresários do setor rodoviário uma
linha de financiamento de R$ 3 bilhões de recursos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS). É uma boa notícia para os fabricantes, como os de
Caxias do Sul. Se efetivamente forem produzidos, vendidos e pagos 10 mil ônibus,
isso representaria o dobro da demanda de 2016 do mercado interno brasileiro. O
Ministério das Cidades informou que ainda não foram definidos o prazo de
carência para quitar o financiamento e as garantias que serão exigidas dos
empresários. Os interessados em utilizar a linha de crédito com juros
subsidiados terão de oferecer uma contrapartida mínima será de 5% do valor do
veículo.
Postado por Carlos Henrique Quadros às 12/14/2016
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Mulheres andam mais a pé e de transporte público que os homens
Pesquisa sobre deslocamento das mulheres em São Paulo mostra diferenças
que indicam um padrão de mobilidade próprio, determinado por gênero
Estudo da Prefeitura baseou-se na
pequisa Origem-Destino
créditos: Daniel P. Sobreira/ Clickmobilidade
Os deslocamentos que uma pessoa faz
em uma cidade também têm relação com o gênero. Mulheres fazem um número
diferente de viagens cotidianas em relação aos homens, usam mais determinados
tipos de transporte e mesmo suas motivações para se deslocarem são muitas vezes
específicas.
Essa peculiaridade na mobilidade é
alvo de um novo estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano de São
Paulo realizado a partir de dados da pesquisa Origem e Destino de 2012 do Metrô
de São Paulo.
O que diz o estudo
- Mulheres usam mais (74,6%) o
transporte coletivo e andam mais a pé que os homens (62,5%). Somadas, as
porcentagens desses meios de transporte resultam 74,6% para elas e 62,5% para
eles;
- Em uma família com ganhos mensais
menores que R$ 1.244, 50% das viagens das mulheres são feitas caminhando e 28%
de ônibus;
- Nos deslocamentos feitos por carro,
as mulheres são passageiras na maioria das vezes: 13,7% de suas viagens são
feitas por elas mesmas ao volante, enquanto para os homens, essa porcentagem
quase dobra (26,4%);
- As principais motivações das
mulheres para se deslocarem são as mesmas se comparado aos homens: trabalho e
estudo. No entanto, as viagens delas têm razões mais diversificadas, o que
indica que tarefas como fazer compras e levar familiares ao médico ainda recaem
principalmente sobre as mulheres, depreende a pesquisa.
Segundo o relatório, o fato de
mulheres utilizarem mais o transporte público e andarem mais a pé as torna
“atores centrais para o planejamento urbano”, já que por conta disso “vivenciam
de maneira mais próxima e orgânica essa dimensão do espaço público e seus
equipamentos”.
Renda e locomoção
Além de diferenciar a mobilidade de
homens e mulheres, o estudo da prefeitura também mostra como mulheres de faixas
de renda diferentes se deslocam de maneiras distintas pela cidade de São Paulo.
Segundo o estudo, as características
socioeconômicas da população “contribuem para que o acesso físico à cidade não
seja homogêneo”. Essa diferenças influenciam, além da locomoção ao local de
trabalho e estudo, o acesso à cultura e aos cuidados com a saúde.
O levantamento mostra que mulheres
situadas nas faixas de renda familiar mais baixas fazem menos viagens com motivo
final “trabalho”. O dado sugere situações em que mulheres abandonam seus
empregos para dar conta da casa e dos filhos e também o exercício do trabalho
informal.
No caso de mulheres de renda familiar
mais alta, a divisão de trabalho com os homens pode ser menos desigual. Elas
contam, geralmente, com profissionais e instituições que acompanhem seus filhos
e isso impacta seu padrão de mobilidade. Além disso, sua inserção e permanência
no mercado de trabalho formal é maior.
A mobilidade das mulheres
O estudo mostra que as viagens feitas
pelas mulheres em São Paulo extrapolam o eixo “moradia-trabalho”, mais
comum para os homens. Elas incluem idas e vindas a supermercados, lojas,
farmácias, creches, escolas, postos de saúde e outros inúmeros destinos, que
acabam desenhando um tipo específico de deslocamento no espaço.
“Apesar de a crescente inserção das
mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas, a elas ainda cabe muitas
vezes a ‘função lar’, quer dizer, viagens de manutenção da casa", afirma a
engenheira Haydée Svab, autora de outro estudo sobre a mobilidade das mulheres
em São Paulo, em entrevista ao Nexo.
A realização dessas atividades em uma
cidade segregada socialmente, cujas condições de acessibilidade não são
adequadas, diminuem o raio de ação territorial dessas mulheres. A limitação
explica o maior número de deslocamentos a pé feitos por elas, assim como a
duração menor de suas viagens.
A diversificação maior das razões
pelas quais as mulheres se deslocam está ligada ao papel social esperado delas,
segundo Svab. “As pessoas esperam que um homem seja o provedor, seja o chefe da
família. Espera-se que a mulher cuide da casa e da família, faça as compras.
Ela exerce [esse papel], seja porque quer, seja porque foi ensinada ou porque a
sociedade espera isso dela”.
Série histórica
O estudo de Haydée Svab, “Evolução
dos padrões de deslocamento na Região Metropolitana de São Paulo: a necessidade
de uma análise de gênero”, também teve como base a pesquisa Origem e Destino do
Metrô de São Paulo, assim como o material da prefeitura.
O banco de dados da pesquisadora foi
formado a partir das pesquisas dos anos de 1977, 1987, 1997 e 2007, e as
conclusões foram semelhantes. Svab analisou o número de viagens realizadas por
mulheres e descobriu a situação familiar declarada pelas mulheres na pesquisa
do metrô como um fator relevante para a mobilidade dessas mulheres. Elas podiam
optar por responder que são cônjuge, chefe de família - substituído por “pessoa
responsável” em pesquisas mais recentes - filho, parente ou outro.
Ela descobriu ainda que mulheres cuja
situação familiar era a de “cônjuge” se deslocavam menos e não tinham
prioridade no uso do carro da família em relação aos homens, e mulheres mais
instruídas se deslocavam mais.
Svab também constatou que a cidade é
“menor” para as mulheres: homens percorrem distâncias maiores e fazem viagens
mais longas em São Paulo, por isso para eles o acesso à cidade é, de modo
geral, mais amplo.
Como reduzir as desigualdades
O estudo da prefeitura propõe medidas
que beneficiam as pedestres, como manter reduzida a velocidade máxima de vias,
instalação e melhoramentos em calçadas e iluminação. As políticas sugeridas
para beneficiar as usuárias do transporte público incluem aumentar o número de
motoristas mulheres, permitir o desembarque noturno de ônibus em locais seguros
fora dos pontos regulares e reduzir tarifas de transporte.
Políticas indiretas também podem
reduzir a desigualdade no padrão de deslocamento das paulistanas. “A
instalação adequada de creches em quantidade e localização, escolas públicas
com educação integral e centros públicos de atividades para a população idosa e
pessoas com deficiência podem contribuir com a entrada e a permanência no
emprego de mulheres”, propõe o documento da secretaria. Dessa forma, os
deslocamentos para essas finalidades ficariam melhor distribuídos entre homens
e mulheres.
terça-feira, 13 de dezembro de 2016
CNT lança estudo metroferroviário inédito
12/12/2016Releases ANPTrilhos
A Confederação
Nacional do Transporte (CNT) lançou nesta 2ª feira (12/12) o estudo “Transporte
& Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros”, uma
publicação inédita sobre o transporte de passageiros sobre trilhos no Brasil. O
lançamento foi realizado na sede da CNT, em Brasília, pelo diretor executivo da
CNT, Bruno Batista, e contou com a participação do presidente da ANPTrilhos,
Joubert Flores, e da superintendente da ANPTrilhos, Roberta Marchesi. A
ANPTrilhos colaborou com indicadores do estudo.
O levantamento
apresenta as características dos sistemas metroferroviários brasileiros, assim
como análises do contexto que eles estão inseridos, os entraves para o
desenvolvimento e propostas de soluções para essas barreiras. “As cidades têm
que crescer de uma forma planejada e estruturada”, explicou o diretor executivo
da CNT, Bruno Batista, ao apresentar os dados.
RESUMO DO ESTUDO:
SISTEMAS TRANSPORTAM 2,5 BILHÕES DE PASSAGEIROS/ANO
Os sistemas metroferroviários do Brasil transportam cerca de
2,5 bilhões de passageiros por ano. A Região Metropolitana de São Paulo
representa 71,1% dessas viagens, o que corresponde a 1,8 bilhão de
passageiros/ano somente nessa área.
Os maiores percentuais de entrada de passageiros
concentram-se na região Sudeste, com 90,3% do total, seguida do Nordeste, com
5,7% - sendo 4,6% apenas na Região Metropolitana do Recife -, do Sul (2,3%) e
do Centro-Oeste (1,7%).
Em dias úteis, 8,5 milhões de pessoas deslocam-se nos
sistemas metroferroviários brasileiros, sendo que o da Região Metropolitana de
São Paulo transporta 5,9 milhões, representando 70,4% do total.
BRASIL TEM 667 KM DE LINHAS DE TRENS DE PASSAGEIROS E 309,5
KM DE LINHAS DE METRÔS
Em todo o território brasileiro, são 1.062 km de linhas
metroferroviárias em 2016. A maior extensão (667 km) é de malha de trem
metropolitano, seguido de metrô (309,5 km) e de VLT (85,7 km). As regiões
metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro concentram mais de 60% da extensão
total, 334,9 km e 306,1 km, respectivamente.
Não houve no Brasil um critério geral para a implantação das
redes sobre trilhos. Em muitos casos, os traçados dos sistemas existentes
aproveitaram antigas redes ferroviárias de cargas para o transporte de
passageiros. Em outros, os sistemas foram implantados em traçados inteiramente
novos. Qualquer que seja o caso, o estudo da CNT evidencia que as decisões de
implantação de sistemas metroferroviários devem obedecer a critérios de
demanda, que justifi quem a seleção de modais de maior capacidade.
EM 5 ANOS, DEMANDA CRESCE 37,4%
Em cinco anos, de 2011 a 2015, o número de entradas de
passageiros no sistema metroferroviário brasileiro, em dias úteis, aumentou
37,4%. Houve ampliação de 76 km da extensão dos sistemas nesse período (de 931
km, em 2011, para 1.007 km, em 2015).
Entretanto, a melhoria no desempenho dos sistemas não está
relacionada somente a essa ampliação, mas também ao aumento da oferta e da
capacidade da malha existente. Nesse período de análise, houve redução de 28,7%
no intervalo entre trens e aumento de 22,9% no número de carros.
SÓ 26,2% DOS RECURSOS AUTORIZADOS FORAM INVESTIDOS EM 2015
A dificuldade na execução de investimentos públicos
representa um entrave para a expansão e para a melhoria do sistema
metroferroviário brasileiro. Para se ter uma ideia, em 2015, o governo federal
gastou somente 26,2% dos recursos que haviam sido autorizados nos Estados que
possuem sistemas metroferroviários.
Isso signifi ca cerca de R$ 800 milhões de um montante
autorizado de R$ 3,04 bilhões. O dado analisado no estudo da CNT indica falha
entre o planejamento dos investimentos em infraestrutura de transporte e a
execução governamental. É um problema que se repete nos diferentes modais e que
precisa de solução.
FINANCIAMENTO PRIVADO PODE ACELERAR INVESTIMENTOS
Diante das difi culdades de execução dos investimentos
públicos, a CNT considera necessário haver uma estratégia sólida que permita
que os projetos sejam capazes de atrair o investimento privado. Tanto para as
empresas estatais, quanto para concessões ou para as PPPs (Parcerias Público-Privadas),
o fi nanciamento privado de projetos metroferroviários reduz a dependência de
recursos públicos. Isso torna mais dinâmico o processo entre a tomada de
decisão e a execução do investimento.
CRESCIMENTO ECONÔMICO PRESSIONA SISTEMAS DE TRANSPORTE
O estudo alerta que, uma vez que investimentos no transporte
metroferroviário requerem planejamento de longo prazo, a atual crise econômica
não pode paralisar os projetos relacionados ao modal. Isso porque a retomada da
trajetória de crescimento da atividade econômica deve pressionar, ainda mais,
os sistemas mais concorridos.
Para se ter uma ideia, entre 2011 e 2015, período em que o
PIB expandiu 5% no Brasil, o número de pessoas formalmente contratadas aumentou
9,1%. Isso representou 3,99 milhões de pessoas a mais em deslocamentos diários
nas cidades. O modal metroferroviário teve aumento de 6,5% no volume de
passageiros transportados ao ano, o que signifi cou 170 milhões de usuários a
mais de 2012 a 2015.
A saturação da infraestrutura metroferroviária diminui o
potencial de captação de usuários, apesar da demanda com tendência crescente.
Esse fator, aliado à falta de mecanismos que estimulem o uso de modos de
transporte coletivo implica aumento de congestionamentos e consequente redução
da velocidade média no transporte rodoviário. O resultado impacta diretamente
na movimentação de passageiros e também nos custos logísticos das empresas e na
qualidade de vida da população.
UM EM CADA 6 HABITANTES DE SÃO PAULO USA METRÔ EM DIAS ÚTEIS
Ao considerar somente o metrô da cidade de São Paulo, um em
cada seis habitantes em média utiliza esse meio de transporte nos dias úteis.
São 3,7 milhões de passageiros transportados em dias úteis, o que representa
69,9% do total dos metrôs no país. As maiores demandas por extensão de linha
operacional são registradas na ViaQuatro (que é concedida à iniciativa privada)
e no Metrô SP, respectivamente com mais de 70 mil e 40 mil entradas de
passageiros por quilômetro de linha nos dias úteis.
METRÔ DE SÃO PAULO TEM O MENOR TEMPO DE ESPERA ENTRE TRENS
O tempo que o passageiro espera por um trem do sistema
metroferroviário varia muito nas diferentes regiões do país. O Metrô SP (que
inclui 5 linhas) tem menor intervalo entre trens no Brasil (1 minuto e 43
segundos) em horários de pico. Seguido da ViaQuatro, também em São Paulo (2
minutos e 2 segundos); MetrôRio (2 minutos e 35 segundos); Metrô BH (3 minutos
22 segundos); Metrô DF (3 minutos e 40 segundos) e Metrô Recife (4 minutos e 24
segundos).
Os maiores intervalos de espera no sistema metroferroviário
do país ocorrem em Natal (RN), com 1 hora e 37 minutos, e em João Pessoa (PB),
com 1 hora e 9 minutos, ambos em trens metropolitanos.
EMISSÕES SÃO 36 VEZES MENORES QUE AS DE AUTOMÓVEIS
Além do menor tempo de espera e das maiores velocidades
comerciais, há outro fator positivo no transporte sobre trilhos. Sistemas
movidos a eletricidade (como metrôs e VLTs) emitem menor quantidade de
poluentes atmosféricos e permitem maior efi ciência energética.
Na prática, enquanto o metrô emite 3,5 gramas de CO2 por km
por passageiro, o automóvel emite 126,8 gramas, 36 vezes mais. As motocicletas,
71,1 g (20 vezes mais), e os ônibus, 16 g (4 vezes mais).
Na perspectiva ambiental, esse é o maior benefício do
transporte ferroviário urbano de passageiros: a redução das emissões de
poluentes. Na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, o
Brasil estabeleceu a meta individual de, até 2025, reduzir as emissões em 37%
em relação aos níveis de 2005. Entre as medidas necessárias, está a maior
participação de fontes com baixo nível de emissões na matriz energética. Para
os sistemas metroferroviários com tração a diesel, duas alternativas aliadas a
essa concepção são o aumento do percentual de biodiesel no diesel utilizado e a
transição para a tração elétrica.
Clima, o Brasil estabeleceu a meta individual de, até 2025,
reduzir as emissões em 37% em relação aos níveis de 2005. Entre as medidas
necessárias, está a maior participação de fontes com baixo nível de emissões na
matriz energética. Para os sistemas metroferroviários com tração a diesel, duas
alternativas aliadas a essa concepção são o aumento do percentual de biodiesel
no diesel utilizado e a transição para a tração elétrica.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2016
Indústria deve finalizar 2016 com entrega de 483 carros de passageiros
09/12/2016Notícias do Setor
ANPTrilhos
A indústria
metroferroviária brasileira deve finalizar o ano de 2016 com a produção de
carros de passageiros dentro do previsto. Segundo dados do diretor do SIMEFRE
(Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários
e Rodoviários) e conselheiro da ANPTrilhos, Vicente Abate, os fabricantes de
material rodante deverão entregar 483 carros de passageiros, dez a mais em
relação a expectativa inicial.
Dentro deste
volume, serão exportados 138 carros de passageiros para a África do Sul e
Argentina e 6 locomotivas para a Namíbia. Materiais como rodas, grampos de
fixação e truques terão exportações significativas, impactadas pelo câmbio
favorável do primeiro semestre do ano. O faturamento total do setor em 2016
ficará no mesmo patamar de 2015, que atingiu R$ 6,2 bilhões, observa o diretor.
Em carros de
passageiros não houve nenhuma nova encomenda em 2016 e alguns projetos já
contratados tiveram seus cronogramas de entrega revisados. Neste último caso
foram produzidos cerca de 100 carros adicionais, que não puderam ser entregues
devido à solicitação do cliente. Em 2016 houve apenas uma concorrência no
Brasil, 8 trens para a Linha 13 da CPTM (Aeroporto de Guarulhos), para a qual
ainda não há um vencedor, explica o vice-presidente do SIMEFRE, Luiz Fernando
Ferrari.
A provável
retomada de encomendas deverá apresentar reflexos positivos sensíveis a partir
do segundo semestre de 2017. Houve uma adequação do contingente de mão de obra,
como resposta à redução das encomendas, levando em conta as características do
longo ciclo industrial típico do setor.
O vice-presidente
do SIMEFRE destaca ainda o atraso no lançamento de novas concorrências, como as
dos metrôs de Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte, todos dentro da
modelagem PPP ou concessão. “A perspectiva do setor é que estes projetos sejam
retomados a partir de 2017.”
A expectativa da
indústria é incrementar a produção nacional, principalmente em função das novas
concorrências nos modelos PPP ou concessão esperadas para 2017. “Os fatores
mais relevantes para se ter competitividade da indústria metroferroviária
nacional são a existência e a confirmação do programa de investimentos sem
solução de continuidade e condições de participação que não privilegiem os
fornecedores estrangeiros.”
Com informações do SIMEFRE
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