25/11/2016 - Valor Econômico
Usuários da linha
Diadema-Berrini, da Metra; do sistema de trens do Rio de Janeiro e dos ônibus
da região metropolitana de Curitiba serão os primeiros a empregar o sistema de
pagamento sem contato por cartões de crédito, débito, pré-pago e celulares,
lançado no mês passado pela Mastercard. A meta é levar a tecnologia para trens,
metrôs e ônibus das principais capitais do país até o fim de 2017.
A iniciativa
pretende reduzir custos operacionais e logísticos, além de problemas com falta
de troco e segurança, frente ao volume de dinheiro vivo movimentado pelo
mercado, cerca de R$ 25 bilhões por ano. Em Londres, com 1,1 milhão de
transações diárias, a implantação do sistema contactless reduziu o custo com
meios de pagamento de 15% para 9% na rede de transporte público. A meta é
chegar a 7% em até quatro anos. Em Cingapura, o ganho de produtividade e a
capacidade de promover horários fora do pico ampliou o prazo necessário para
substituição da frota.
O projeto consumiu
cerca de 10 mil horas da Mastercard e seus parceiros - a adquirente Stone, as
operadoras de transporte Supervia (RJ), Metra (SP) e Metrocard (PR), as
empresas de bilhetagem Autopass, Transdata e Empresa 1, a fornecedora de
leitores Gertec e a carteira digital Samsung Pay. A perspectiva é ter um milhão
de usuários até dezembro de 2017.
Segundo Alexandre
Brito, vice-presidente de desenvolvimento de aceitação, varejo e novos negócios
da Mastercard Brasil e Cone Sul, o projeto se insere na meta global de
facilitar a vida das pessoas e tornar as cidades mais agradáveis com meios
eletrônicos de pagamento e se alinha a outros voltados a cidades inteligentes,
que vão desde dados para promoções mais assertivas para empresas de fomento de
turismo como Embratur ao fornecimento de cartões de identificação para
benefícios sociais, em países como Nigéria e África do Sul.
Em outra frente, a
conta digital Zuum, que une Mastercard e Telefônica, recentemente incluiu recarga
de cartões de transporte no seu portfólio. Em 2015 passou permitir recarga do
Cartão Tem, em Cuiabá e Várzea Grande (MT), e compra de crédito do Bilhete
Único, em São Paulo (SP), com recarga disponível nas máquinas de
autoatendimento.
As empresas de bilhetagem
também preparam novidades e apostam no piloto como atrativo para clientes de
outros mercados. A Autopass tem projeto com a Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM) para desenvolver solução baseada em QR Code. Em um
primeiro momento o código será impresso como um bilhete tradicional. Depois
ganha emissão em quiosque de autoatendimento, pontos de venda como bancas de
jornal e, em seis meses, deve estar disponível para compra e uso no celular do
cliente.
Segundo o CEO
Rubens Gil Filho, o investimento para promover a aceitação de pagamento sem
contato chegou a R$ 38 milhões, com outros R$ 44 mil para a solução com QR
Code. A Transdata, responsável por mais de 12 milhões de transações diárias em
mais de 600 projetos, tem outras iniciativas similares ao piloto da Mastercard
em homologação, diz o diretor de negócios Devanir Magrini. A Empresa 1, com 160
cidades atendidas em quatro países, também está empenhada em eliminar o
dinheiro embarcado. "É uma tendência mundial", diz o diretor comercial
Romano Garcia.
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