A decisão foi tomada por maioria dos deputados presentes à sessão da
Alerj nesta quinta-feira e pretende economizar cerca de R$ 400 milhões
Por Agência Brasil
access_time8 dez 2016, 16h53
O bilhete único intermunicipal do
estado do Rio de Janeiro subirá para R$
8,00 por viagem e será restrito a quem ganha até R$ 3 mil.
A decisão
foi tomada por maioria dos deputados presentes à sessão da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nesta quinta-feira (8) e pretende
economizar cerca de R$ 400 milhões, segundo parlamentares da bancada
governista.
O governo
havia proposto o aumento do bilhete único de R$ 6,50 para R$ 7,50, mas a Alerj
decidiu aumentar para R$ 8,00 para garantir a continuidade de outros programas
sociais do governo.
Para o
deputado Paulo Melo (PMDB), a decisão representou um bom negócio para a
população, pois o programa bilhete único estava em vias de extinção.
“Nós já
estamos sem pagar o bilhete único, que está existindo por força de uma liminar.
Tem certas horas que temos de enfrentar as dificuldades. É um crime deixar
aqueles que mais precisam, que vêm lá de Itaboraí [a 51 quilômetros da capital
e vizinha a São Gonçalo], que têm o seu emprego garantido pela facilidade do
transporte, à mercê da própria sorte. Foi um corte para manter para quem mais
precisa e tirar daqueles que menos precisam”, disse Paulo Melo.
O
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou no último sábado (4)
que a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de
Janeiro (Fetranspor), a Riocard, Metro Rio, SuperVia e Barcas S/A continuem
aceitando o bilhete único intermunicipal dos usuários de transporte, sob pena
de multa de R$ 500 mil por dia de descumprimento da decisão judicial. A
Fetranspor afirmou que vai recorrer da decisão.
Já o
deputado Carlos Osório (PSDB), que foi secretário de Transportes do estado
entre 2012 e o fevereiro deste ano, criticou a medida, considerada por ele como
um equívoco.
“O que
foi feito e aprovado hoje foi apertar ainda mais a população do que o governo
do estado havia solicitado. O bilhete único é o principal programa social do
estado, atende a milhões de pessoas e dá oportunidades iguais de emprego”,
afirmou.
O
deputado alertou que o aumento foi acima do sugerido pelo governo. “Quem ganha
acima de R$ 3 mil está fora do bilhete único, salário de quem não é nenhum
marajá. E quem mora longe vai ter um custo de R$ 500, uma parcela importante do
salário”, protestou Osório.
Marcelo
Freixo (PSOL) também criticou o fim da universalização do benefício, ao excluir
trabalhadores com ganhos acima de R$ 3 mil.
“Um
direito universal, que é o transporte, está cerceado a uma parcela da
população.” Freixo também reforçou a necessidade de discutir o custo do
transporte para definir o valor da passagem.
“Enquanto
essa caixa-preta não for aberta, nós vamos discutir o que é secundário. Por que
a passagem custa isso? Até hoje ela é calculada pelo número de passageiros, o
mesmo cálculo do tempo dos bondes”, afirmou.
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