25/11/2016
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) aprovou, nesta
quinta-feira, relatório que aponta irregularidades nas obras da Linha 4 do
Metrô do Rio de Janeiro que, somadas, chegam a R$ 2.490.183.987,94. A auditoria
feita pelos técnicos do tribunal, presentes no relatório do conselheiro José
Gomes Graciosa, aconteceu entre junho e dezembro de 2016. Os especialistas
encontraram superfaturamento de R$ 1.297.040.699,61 em contratos e termos aditivos
já firmados, além de sobrepreço R$ 1.193.143.288,34, quando os produtos que
constam em contrato estão com preços acima do pratico pelo mercado.
De acordo com o jornal “O Globo”, o relatório
apresentado pelo conselheiro foi aprovado por unanimidade. De imediato, o
tribunal ordenou a retenção de R$ 139 milhões sobre pagamentos às empresas
responsáveis pela construção da Linha 4. O valor diz respeito à última parcela
do total de R$ 881 milhões a serem pagos em 2016.
O ex-governador Sérgio Cabral, o atual governador
Luiz Fernado Pezão e ex-secretários serão notificados e precisarão explicar o
motivo pelo qual não realizaram novo processo de licitação em função das
mudanças previstas na obra, além de justificarem a assinatura de aditivos.
Outra frente de atuação será cobrar das empresas
responsáveis pela obra — que incluem as construtoras Queiróz Galvão, Odebrecht
e Carioca Engenharia — que reembolsem o Estado do valor superfaturado.
“A responsabilidade por todo dano aqui apurado será
estendida aos destinatários, ainda que indiretos, da verba pública
ilegitimamente desembolsada”, apontou o conselheiro Graciosa.
Procurado, os consórcios Rio Barra e Linha 4 Sul
não se manifestaram, pois não possuem conhecimento do relatório do TCE.
Representantes do governador Sérgio Cabral não responderam. Já o governo do Rio
não se posicionou quanto ao parecer do tribunal.
Segundo os dados do consórcio que construiu a Linha
4, são 16 quilômetros de extensão entre as estações General Osório, em Ipanema,
e Jardim Oceânico, já na Barra da Tijuca. Se comparada a distância com o valor
total das irregularidades, de R$ 2.490.183.987,94, cada metro de obra gerou um
custo “adicional” de R$ 155 mil.
Em quadro apresentado pelos auditores do TCE, o
contrato de licitação, de 1998, registra preço inicial para a obra de R$ 880
mil. Em 2011, porém, o valor do contrato chegou a R$ 9,6 bilhões. Ainda de
acordo com o quatro, estava estabelecida a entrega da obra para o dia 18 de
março de 2015. O funcionamento oficial do metrô foi acontecer mais de um ano
depois, no dia 30 de junho de 2016.
O relator José Gomes Graciosa informou, em seu
parecer, que todos os dados serão entregues à Comissão de Orçamento e
Tributação da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) e ao Ministério Público
Federal. Cada um dos órgãos poderá adotar as medidas cabíveis quanto ao
relatório.
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