Plataforma da CPTM na Estação da Luz, São Paulo. Image © Romullo Baratto
- por Luciano Máximo
Levantamento
inédito sobre mobilidade urbana feito em dez capitais brasileiras capta a
insatisfação de trabalhadores que utilizam transporte público. De acordo com a
pesquisa “Mobilidade para ir e vir do trabalho”, realizada pela empresa
Vagas.com com 3.208 questionários, 45% dos entrevistados têm percepção ruim ou
péssima do uso do ônibus no trajeto casa-trabalho, trabalho-casa. No caso dos
trens, o índice de ruim ou péssimo é 44%.
Brasília
(59%), Recife (57%), Salvador (49%) e Belo Horizonte (48%) foram as cidades que
concentraram as piores avaliações (péssimo e ruim) dos passageiros de ônibus.
No caso dos trens, foi em São Paulo onde houve maior percentual de péssimo ou
ruim (47%). A rejeição ao metrô é menor (28%) na média verificada nas dez capitais
do país.
O
levantamento aponta que o meio de transporte com melhor avaliação (excelente)
são moto (63%), carro (60%) e bicicleta (56%). Ainda assim, o uso do automóvel
para ir e vir do trabalho angariou muitas críticas quando os entrevistados
foram confrontados com condições de infraestrutura viária, segurança, agilidade
e conforto. Para 36% é pior ir e voltar do trabalho de carro atualmente do que
há um ano. O uso do carro obteve sensação de piora em Curitiba (38%) e São
Paulo (37%).
“No
geral, a pesquisa mostra que existe uma percepção melhor para utilização de
meios de transportes privados em relação aos públicos, mas o aspecto trânsito
ruim e conforto pesam bastante e revelam que usar o carro para ir e voltar do
trabalho também gera insatisfação”, afirma Rafael Urbano, coordenador da
pesquisa.
Ele diz
que as informações pode ser usadas, pelas empresas, como dado importante para
promover ações de qualidade de vida. “As empresas hoje em dia estão cada vez
mais preocupadas com a questão da qualidade de vida do empregado, esses dados
podem ajudá-las — e estamos compartilhando as informações com nossos clientes —
a pensar em alternativas para minimizar a insatisfação dos funcionários, como
home office ou horários mais flexíveis para entrada e saída”, complementa
Urbano.
Bicicletas
Um dos
destaques da pesquisa do Vagas.com é a bicicleta. Mais de 60% dos entrevistados
responderam que utilizariam esse meio de transporte se fosse possível. Mas 94%
dos respondentes sabem que as empresas não estão preparadas para receber
funcionários ciclistas com a infraestrutura necessária no local de trabalho
(vestiários e bicicletários), para não dizer das condições viárias oferecidas
nas cidades.
Na média
das dez capitais pesquisadas, o levantamento aponta que leva-se uma hora e 43
minutos para ir e voltar do emprego num trajeto médio percorrido de 28 km. No
Rio, os cariocas ouvidos gastam, em média, duas horas e nove minutos no
percurso casa-trabalho, trabalho-casa.
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