23/09/2016 09:00 - O Povo - CE
No Dia Mundial Sem Carro, oito veículos elétricos compartilhados foram
liberados para uso dos fortalezenses. O sistema entrou em período de operação
assistida, no qual usuários fazem cadastros e técnicos monitoram o projeto em
atividade. A previsão é de que todo o sistema esteja em pleno funcionamento até
novembro, quando a Prefeitura deve disponibilizar 20 carros, em 12 estações. As
viagens são tarifadas de acordo com o tempo utilizado. O valor mínimo é R$ 20
para 30 minutos.
Fortaleza é a primeira cidade brasileira a adotar o sistema.
Inicialmente, os Veículos Alternativos para Mobilidade (Vamo) estão
distribuídos em quatro estações, nos bairros Montese, São Gerardo, Edson
Queiroz e Aldeota. Mais um ponto será instalado na Aldeota na próxima semana.
“Optamos por começar com menos estações para dar assistência aos usuários e, se
for necessário, fazer ajustes”, explicou o secretário da Conservação e dos
Serviços Públicos, Luiz Alberto Sabóia.
Os motoristas poderão escolher entre dois modelos de veículos: o SUV
(Zhidou EEC L7) ou o compacto (BYD e6). Conforme Nilo Rodrigues, engenheiro de
Inovação da Coelce, o automóvel maior tem autonomia de 300 quilômetros com carga
total, o menor viaja 120 quilômetros. Cada carga do SUV custa R$ 45 à
operadora, enquanto o compacto é recarregado com o custo de R$ 8. De acordo com
Rodrigues, os valores de reabastecimento representam entre 5% e 7% do montante
arrecadado pelo sistema. A maior parte do valor é para cobrir a manutenção dos
veículos.
O sistema será operado pela Serttel, mesma empresa responsável pelo
Bicicletar, programa de compartilhamento de bicicletas. O Hapvida é o
patrocinador do sistema motorizado. A SCSP é o órgão público responsável por
coordenar as ações.
Cadastro e valores
Para utilizar algum dos automóveis elétricos, o usuário precisa fazer
cadastro no site, incluindo a habilitação para dirigir e o comprovante de
residência. Com os dados aprovados pela operadora, o motorista agenda hora e
local para receber orientações sobre os veículos e assinar termo de
responsabilidade. Após o cadastro, o usuário pode reservar qualquer carro,
tendo 15 minutos para ir até a estação retirá-lo.
Viagens abaixo de 30 minutos custam R$ 20. Acima desse tempo, valor
adicional é aplicado a cada minuto. A taxa é menor quanto mais tempo o usuário
ficar com o carro, variando entre R$ 0,40 e R$ 0,80 por minuto. Usuários
poderão fazer cadastro para pagamento mensal de taxa de R$ 40. Caso possua o
Bilhete Único, será dado um desconto de 25% nesse valor. Nesse caso, o
motorista só paga nos meses em que usar ao menos uma vez o sistema.
A mobilidade urbana
com cidades mais habitáveis!
Coluna #Trânsito e
Vidas por Mario Divo
setembro 28, 2016 - Carros, Destaques, Notícias - Tagged: Coluna #Trânsito e Vidas, Mario Divo - no comments
A
mobilidade urbana com cidades mais habitáveis!
Exatamente nesta 4ª feira, dia 28/9,
o Secretário-Geral do Fórum Internacional dos Transportes (ITF), Sr. José
Viegas, tem programada a apresentação internacional dos resultados de um estudo
patrocinado pela OCDE – Organização de Cooperação e de Desenvolvimento
Econômico sobre como métodos inteligentes em compartilhamento de veículos são a
chave para resolver os problemas de mobilidade, de congestionamento e da
qualidade do ar, gerando melhor acesso a empregos e educação, em grandes
cidades.
A maior parte dos atuais impactos
negativos em mobilidade urbana decorre da utilização ineficiente do carro
particular. Um veículo é um dos investimentos familiares mais intensivos em
capital e, em média, é utilizado menos de uma hora por dia para transportar
menos de dois passageiros (média está abaixo de 1,6 por veículo). Enquanto
isso, o meio de transporte público tradicional não está atraindo passageiros
suficientes para conter o crescimento do tráfego de automóvel nas cidades,
principalmente por excesso de lotação.
Com base em dados reais de mobilidade
em Lisboa (Portugal), pesquisadores do ITF promoveram experiências
substituindo os ônibus regulares e carros particulares por táxis compartilhados
e micro-ônibus sob demanda (com 8 e 16 lugares), complementando com a já
existente rede de metrô. Os resultados foram surpreendentes, motivando que mais
cinco cidades sejam base de novos testes: Auckland (Nova Zelândia), Dublin
(Irlanda), Helsinque (Finlândia) e outras duas a serem escolhidas proximamente.
Objetivamente, fica evidente a maior
habitabilidade na cidade, com os seguintes ganhos a partir do projeto-piloto em
Lisboa: (a) 3% dos veículos que hoje circulam conseguem atender a demanda
existente para as mesmas viagens; (b) 95% dos estacionamentos (garagens) não
são mais necessários e podem ter outros usos; (c) O congestionamento
desaparece, com 23% a 37% de menor distância total percorrida pelos veículos,
e; (d) As emissões de CO2 causadas pelo tráfego caíram em 34%, sem qualquer
nova tecnologia.
Concluindo, conforme crescer o hábito
de se andar de bicicleta nas cidades, os resultados serão ainda mais
impactantes… Como diz José Viegas, “complexo será gerir a transição”.
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