http://www.reporterdiario.com.br/noticia/2256340/metro-assina-acordo-para-concluir-obras-da-linha-5-lilas
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Pela segunda vez em três meses, a Companhia do
Metropolitano de São Paulo (Metrô) assinou um novo contrato para conseguir
concluir as obras de expansão da Linha 5-Lilás, ligando o Capão Redondo à
Chácara Klabin, na zona sul de São Paulo. Alvo de questionamentos do Tribunal
de Contas do Estado (TCE) e de ação judicial do Ministério Público Estadual
(MPE), a obra deveria ter sido concluída em 2015, mas agora está prevista para
2018.
Agora, o Metrô contratou o consórcio Via-Planova II
por R$ 64,5 milhões para fazer obras de acabamento e acesso das estações
Eucaliptos e Moema, que devem ser inauguradas em dezembro de 2017. As obras
civis (construção pesada) dessas estações já são executadas pelo consórcio
formado pelas empresas Heleno & Fonseca e Tiisa, cujo valor do contrato já
subiu de R$ 400,3 milhões para R$ 499,8 milhões, atingindo o teto de 25% de
aumento permitido pela Lei de Licitações.
Em julho, o Metrô já havia feito o
mesmo com dois novos contratos para obras de “acabamento” e “acessos” nas
estações AACD-Servidor e Hospital São Paulo e no pátio de manobras Guido Caloi,
na zona sul, com valores que somam R$ 260,8 milhões. Com isso, de julho para
cá, a obra já encareceu mais de R$ 325 milhões. Há cerca de um ano, o Estado mostrou que o custo total estimado na
construção de 11 estações e 11,5 km subiu R$ 1 bilhão em relação ao previsto
inicialmente, chegando a R$ 5,1 bilhões. Até agora, apenas a Estação Adolfo
Pinheiro foi inaugurada, em 2014.
Na maioria dos casos, o Metrô afirma que o aumento
de custo se deveu à descoberta da necessidade de novos serviços “no decorrer da
obra”. No contrato mais recente, assinado na semana passada com o Consórcio Via-Planova,
a estatal paulista afirma que o objeto da contratação é a execução das obras de
acabamento e acesso das estações Eucaliptos e Moema, além do Poço Rouxinol.
“O serviço inclui também obras nos acessos Imarés e
Sabiá e a urbanização no entorno destas estações. Houve a necessidade também de
reforçar a estrutura para a proteção da Igreja de Moema, próximo da obra da
Estação Moema, além de ações preventivas como o reforço de solo para não causar
danos em adutoras da Sabesp”, afirma.
Os sucessivos aumentos de custos da extensão da
Linha 5-Lilás já são alvo de investigação do Tribunal de Contas do Estado. Em
junho, o conselheiro Antonio Roque Citadini publicou despacho no qual aponta
uma série de irregularidades. Segundo ele, há diferenças entre orçamentos e
quantidade de material consumido nas obras em 184 itens, que fizeram os
orçamentos das obras saltar de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões. O Metrô
afirma que a construção é complexa e que os aditivos foram feitos dentro da
lei.
Desde 2010, tramitam na Justiça duas ações
conjuntas contra o Metrô, o ex-presidente Sergio Avelleda e as 14 empreiteiras
contratadas para executar as obras, entre as quais empresas envolvidas na Lava
Jato, como Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS e Odebrecht. Segundo denúncia
oferecida pelo Ministério Público Estadual, a formação de cartel nesses
contratos provocou prejuízo de R$ 326,9 milhões. As empresas, Avelleda e o
governo negam as irregularidades.
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